Lavouras de arroz, milho, fumo e trigo foram devastadas pelas enchentes que assolaram o território do Alto Vale do Itajaí. Perdas na agricultura de Rio do Sul, por exemplo, chegam a R$ 9,1 milhões com propriedades rurais prejudicadas pelas fortes chuvas e alagamentos entre os meses de outubro e novembro.

O prejuízo foi divulgado pela Prefeitura Municipal nesta quinta-feira (23), no levantamento feito pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Rio do Sul e Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). Somente a enchente de novembro, considerada a maior da história do município, gerou prejuízos de, pelo menos, R$ 5.415.949,00 na agricultura.
As lavouras mais afetadas foram o arroz e o milho, seguido do fumo e do trigo. Além destas, a cebola, feijão, melancia, hortaliças e gado de corte também foram prejudicadas. Em outubro, com uma enchente de menor proporção, mas também de consequências severas, o volume de perdas já havia sido contabilizado em R$ 3,79 milhões.
O levantamento aponta que, dos 1.348 hectares com plantios, pelo menos 822,4 tiveram o cultivo perdido, o que representa 61% do total. Entretanto, de acordo com as entidades, os prejuízos no campo podem ser ainda maiores, já que nem todas as propriedades comunicaram possíveis perdas.
Perda milionária na agricultura de Rio do Sul f3nx
Em Rio do Sul, lavouras como a de arroz tiveram problemas de germinação por conta do grande volume de chuva, fazendo com que o agricultor precisasse replantar as áreas afetadas.
Em locais mais baixos, as enchentes causam a perda completa. O volume, de acordo com a Prefeitura de Rio do Sul, foi comprometido, já que depende da época de floração e formação dos grãos, diminuindo a produtividade.
Os prejuízos também incluem a perda de fertilizantes, mudas, sementes, horas de trabalho manual e maquinários. A qualidade do solo também foi prejudicado, pela perda da fertilidade, erosão e sedimentação.
Lavouras com perdas após enchentes 1p5j2q
- Milho: 900 hectares plantados, com 60% de perdas
- Arroz: 340 hectares plantados, com 65% de perdas
- Fumo: 65 hectares plantados, com 35% de perdas
- Trigo: 30 hectares plantados, com 100% de perdas
- Cebola: 5 hectares plantados, com 100% de perdas
- Feijão: 5 hectares plantados, com 15% de perdas
- Melancia: 3 hectares plantados, com 100% de perdas
“É um tempo difícil”, diz prefeito de Vidal Ramos 2cu3t
Em Vidal Ramos, município que registrou imagens chocantes com as fortes chuvas, como a enxurrada que fez três carros de um ferro velho serem arrastados e até uma ponte ser “engolida” pelo rio Itajaí-Mirim, a agricultura teve perdas que serão refletidas em 2024.
É o que disse o prefeito do município, Nelson Back, em entrevista nesta tarde. De acordo com ele, o trigo plantado teve praticamente 100% de perda. O fumo deverá ter uma queda de 40%. A cebola foi fortemente afetada, e a soja plantada na cheia de outubro foi embora ou não germinou.
“É um quadro difícil, por que a gente sabe que a economia não é só Vidal Ramos, é o Alto Vale todo, que tem sua economia guiada pela economia. Em outubro, nós estimávamos em R$ 34 milhões de prejuízo, mas isso agora deve ter triplicado já”, afirmou Nelson Back, prefeito de Vidal Ramos.
Trombudo Central “renasce” 4k2h6e
Na pequena cidade de Trombudo Central, com pouco mais de 7 mil habitantes, a enchente de novembro superou a de 1983, quando o nível do rio Trombudo chegou a 6,22 metros. No dia 17 de novembro, o nível chegou a 8,71 metros.
Para a prefeita Geovana Gessner, Trombudo Central a por um novo tempo e renasce após tamanha destruição devido às fortes chuvas.
Prefeita de Trombudo Central, Geovana Gessner – Vídeo: Divulgação/ND
Na agricultura, a estimativa de prejuízo gira em torno de R$ 35 milhões. “Muitos perderam as sementes, perderam ramos e maquinário. Nós também estimamos em torno de R$ 500 milhões da situação do comércio e todo o tempo da indústria, que também esteve parada”.
Agrolândia estima prejuízo de R$ 49 milhões 392f2r
A informação foi confirmada pela Defesa Civil de Agrolândia na tarde desta quinta-feira (23). A estimativa envolve a pecuária e agricultura do município.
Agrolândia também registrou estragos devido às chuvas – Vídeo: Defesa Civil/Reprodução/ND
Agrolândia também registrou estragos devido às chuvas – Vídeo: Defesa Civil/Reprodução/ND
Agrolândia também registrou estragos devido às chuvas – Vídeo: Defesa Civil/Reprodução/ND
Agrolândia também registrou estragos devido às chuvas – Vídeo: Defesa Civil/Reprodução/ND
Um levantamento da Secretaria de Obras do município aponta R$ 29 milhões com pontes arrancadas pela enxurrada. Agrolândia a por um período de limpeza e desobstrução das ruas. De acordo com a Defesa Civil, somente na localidade da Serra dos Alves o acumulado de chuva chegou a 510 mm.