
Acompanhado ou não do arroz, o feijão cai bem no bolinho, no pirão, na sopa, isso sem falar na feijoada. Aproximando ainda mais as pessoas do campo e trazendo mais informações sobre o que elas consomem no dia a dia, a equipe do programa Agro, Saúde e Cooperação, percorreu o Estado para mostrar como é a nossa cadeia produtiva de feijão.
Neste ano, por exemplo, devemos colher cerca de 61 mil toneladas, mesmo com a redução da área plantada, que a dos 30 mil hectares, a produtividade deve ter incremento de 14%.
Aqui há duas safras que abastecem o mercado, mas para que esse grão tão importante para a nossa alimentação e saúde chegue até o nosso prato, ele a por um caminho extenso, que envolve diversos especialistas.
Do campo para a mesa 233l4i
Energia, sensação de saciedade, controle da absorção de gorduras. São tantos os benefícios do feijão que é muito comum ele ser o primeiro a acabar nos restaurantes. De acordo com a nutricionista Michelli Muller, o cereal é um dos alimentos mais completos para quem precisa ter mais disposição no dia a dia.
Além de ser muito nutritivo, também é versátil e prático. Por ser rico em ferro, ajuda a evitar doenças como a anemia, e também é rico em vitaminas do complexo B e em fibras, proporcionando a sensação de saciedade e mais energia.
Mas para chegar até o prato do consumidor, ele a por vários processos. Processos esses que começam na lavoura. Na Epagri, por exemplo, a produção começa por meio dos processos de melhoramento genético que existem há mais de 25 anos.
No trabalho de análise sobre o feijão, a Epagri segue alguns parâmetros que acabam norteando a pesquisa, entre eles a resistência à seca, a resistência à doenças como mancha angular e antracnose, além de melhorar a qualidade a cada ano.
“- Porque a indústria requer um certo tipo de Grão para ser comercializado então a gente precisa que esses grãos tenham critérios mínimos, fundo, cor de listra, se for preto tem que ser opaco, o tamanho do grão e, obviamente, o rendimento de grãos. A gente sempre tenta aumentar esse rendimento dentro do nosso melhoramento” – explica Sidney Cavalco, melhorista da Epagri.
Trabalho que continua nas cooperativas 2z283
Com os grãos selecionados e o cultivo registrado, dá-se início à segunda fase da produção do feijão, que acontece nas cooperativas. Elas são o elo entre a pesquisa, o desenvolvimento e o plantio no campo. Parte do trabalho de análise lembra muito uma pessoa em casa, escolhendo o feijão para cozinhar.
“- A nossa função é pegar uma pequena quantidade de semente melhorada e transformar em uma grande quantidade para que ela se torne comercial. Chegando aqui, essa semente é selecionada para produtores com perfil de multiplicação de sementes, que possuem uma área adequada. Após essa fase, o produtor então faz a semeadura dessa semente melhorada geneticamente” – conta Claudiney Turmina, coordenador de agricultura da CooperAlfa.
Ainda de acordo com Claudiney, depois disso, o agrônomo especializado faz todo o acompanhamento de manejo, com os cuidados em doença, em planta daninha e na parte de insetos também. Na sequência, antes da colheita, é feito o primeiro processo de controle de qualidade ainda lá na lavoura, onde ele aprova ou não essa lavoura para que venha para essa unidade de produção de sementes.
Assim como a Epagri precisa seguir alguns protocolos na cooperativa, a régua que mede a qualidade do grão antes de ser plantado também é alta – e precisa ser – para que a próxima safra seja sempre melhor do que foi a última.
Na unidade de beneficiamento de sementes, é onde tudo começa. Inclusive o trabalho de multiplicação do grão selecionado, que depois vai para as plantadeiras. Basicamente, a produção do feijão, seja ele carioca ou feijão preto, depende de muitos processos para que o produtor tenha uma semente de qualidade e o consumidor também tenha um produto de qualidade em sua mesa.
O Brasil é o segundo produtor mundial de feijão, ficando apenas atrás da Índia. Aqui em Santa Catarina, mesmo com pouco mais de 1% do território nacional, detém uma posição invejável na produção de feijão.
Atualmente, somos o oitavo produtor nacional. Cerca de 60% da área plantada no Estado é com feijão preto e 40% com feijão carioca. Segundo João Rogério Alves, analista socioeconômico da Epagri, nosso feijão carioca é praticamente destinado por inteiro para a comercialização em outros estados. Já os catarinenses preferem mesmo é o feijão preto.
Curiosidades sobre o plantio 2m46m
Ao contrário do que muitos imaginam, o plantio do feijão não tem lavouras exclusivas. Essa é uma cultura que entra no sistema de rotatividade e divide espaço com milho e a soja, por exemplo. Plantar feijão é uma atividade de risco devido à oscilação de preços e principalmente pelas mudanças climáticas.
Do grão à lavoura, um processo que depende de muitos cuidados. Da pesquisa ao beneficiamento, do estoque à terra adubada, do acompanhamento técnico. É na terra onde nasce a soja, o milho, ou outra cultura de rotatividade, que o feijão encontra a base para se tornar um dos alimentos mais consumidos no mundo.
Em média, desde o plantio até a colheita o ciclo do feijão dura aproximadamente 85 dias desde que as chuvas sejam bem distribuídas. Uma coisa que precisa ser levada em consideração na cultura do feijão é que, devido às questões mercadológicas, ela é uma cultura de rápida comercialização tanto pela depreciação do grão, quanto pela oscilação de preço. Isso é o que vai muitas vezes motivar e ajudar o produtor a escolher o que plantar e quanto plantar. É aí que entra a importância da assistência técnica, a conversa com os técnicos, com os agrônomos e com a cooperativa onde o grão vai ser comercializado.
Redução de área plantada 334t2q
A cultura do feijão é tão importante que impulsionou o cooperativismo na Região Oeste. Um grão que está nos restaurantes e na merenda escolar. Da lavoura para beneficiamento até a gôndola do supermercado, o feijão movimenta um grande sistema produtivo que é importante e precisa cada vez mais de apoio.
Para as cooperativas, esse alimento rico em ferro e outros nutrientes, significa uma valorização histórica sobre uma cultura que está diretamente ligada ao começo do cooperativismo catarinense.
O feijão que engrena no campo é o mesmo que ajuda na educação. Todos os dias, milhares de estudantes das escolas catarinenses têm no prato um alimento que é pura saúde. Como já vimos, a produção exige manejo correto, condições climáticas favoráveis e venda rápida.
O sistema de industrialização é eficiente, o melhoramento genético e a assistência técnica também. Ainda assim, há a redução de área plantada, de produtores e até de consumo de feijão.
João Rogério Alves, analista socioeconômico da Epagri, explica que esse fenômeno acompanha a redução no consumo de feijão nos últimos anos. Em 2010, o consumo médio per capita de feijão puro pelos brasileiros era em torno de 16 kg. Atualmente não a de 12 kg por pessoa por ano, fazendo com que o feijão perca espaço nas lavouras.
A cultura do feijão é tão importante que impulsionou o cooperativismo na Região Oeste. Um grão que está nos restaurantes e na merenda escolar. Da lavoura para beneficiamento até a gôndola do supermercado, o feijão movimenta um grande sistema produtivo que é importante e precisa cada vez mais de apoio.
Sobre o fenômeno, José Luiz Tejon, consultor do Agro, Saúde e Cooperação, aponta que nós precisamos de uma prática de desenvolvimento e investimento no feijão.
“- Eu creio que nós precisamos colocar o agrobusiness, o negócio do feijão brasileiro no mundo. amos a ter uma produção estimulada com crédito com investimento. O feijão é fundamental no sistemas produtivos, junto com outras culturas, portanto feijão é fundamento Espetacular e eu creio que vai sim dobrar de tamanho nos próximos 10 anos, principalmente com o e da pesquisa como a Epagri está realizando” – completa.
Para conferir a reportagem sobre o feijão catarinense na íntegra, assista ao episódio completo do Agro, Saúde e Cooperação, projeto do Grupo ND em parceria com a Ocesc, Aurora e o Sicoob.