Três novas espécies de nectarinas foram lançadas, com objetivo de proporcionar aos produtores disponibilidade de frutas nos pomares por mais tempo. Santa Catarina é o segundo maior produtor do Brasil.
As variedades BRS Cathy, BRS Dani e BRS Janita possuem períodos de maturação que se complementam e assim garantem produção do fim de outubro ao fim de dezembro.
A região de Pelotas/RS, onde ocorreram as principais avaliações a campo, a maturação e consequente colheita é precoce e tem início no final de outubro ou no início de novembro no caso da BRS Cathy.
Na sequência, a BRS Dani pode ser colhida a partir da segunda quinzena de novembro e a BRS Janita a partir da segunda semana de dezembro. O foco das frutas é para o mercado in natura.
Lançamento e disponibilidade de mudas de nectarinas 5b3j3m
As variedades foram lançadas em janeiro, durante o 4º Encontro Estadual de Frutas de Caroço, em Pinto Bandeira/RS. Cinco produtores já foram licenciados para multiplicar os materiais. As mudas devem estar disponíveis ao setor produtivo a partir de 2025.
Em 2018, a variedade de polpa branca BRS SCS Nina foi lançada, em parceria com a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), para suprir parte da necessidade de cultivares adaptadas ao cultivo no Brasil.
A expectativa é que nos próximos dois a três anos, a pesquisa ainda disponibilize mais três variedades de nectarineiras. Com os futuros lançamentos, a Embrapa deve disponibilizar sete variedades ao setor produtivo até 2026.
Quais as diferenças entre nectarinas e pêssegos? 361g5y
A principal diferença entre as frutas está na pele, já que a nectarina não tem pelos. A polpa da nectarina também tende a concentrar maior nível de sólidos solúveis, ou seja, costuma ter mais açúcar.
O estado de Santa Catarina era o maior produtor, com 2,1 mil toneladas colhidas, seguido pelo Rio Grande do Sul com 605 toneladas à época.
Segundo dados mais recentes da Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2023, o Rio Grande do Sul abriga cerca de 60 hectares da fruta, em 74 produtores. Em 2022, o volume de produção estimado foi de 950 toneladas.
Segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil importou, em média, 5,2 mil toneladas e US$ 6,5 milhões em nectarinas anualmente.
Tendência de cultivo: 1n346h
Conforme o pesquisador da área de socioeconomia rural da Embrapa Clima Temperado Luiz Clóvis Belarmino, a tendência nos principais países produtores de pêssegos do Ocidente, principalmente Espanha, tem sido uma mudança no tipo de produção e comercialização.
Segundo o site Fructidor, que reúne informações internacionais sobre frutas e vegetais, o crescimento naquele país foi de 63% na produção de nectarinas em 2023 em relação ao ano anterior (que não atingiu safra plena).
Ao somar os principais países produtores na Europa em 2023 (Itália, Grécia, Espanha e França), foram colhidas 3,3 milhões de toneladas de frutas da espécie Prunus persica, classificadas em nectarinas (39%), pêssegos tradicionais (30%), pávias (20%) e pêssegos achatados (10%).
Com relação à nectarina, foram produzidas 1,3 milhão de toneladas, o que representou crescimento de 16% com relação ao ano anterior.
Segundo o IBGE, o Brasil colheu 208.823 toneladas de pêssegos em 2022. “A diversificação já está acontecendo lá fora e a tendência é que essa mudança ocorra por aqui. O nosso futuro será repetir os hábitos de consumo norte-americanos e dos países europeus exportadores, como a Espanha”, completa o pesquisador.