O setor de suco de laranja no Brasil, que responde por cerca de 80% das exportações globais do produto, enfrenta desafios devido à redução da oferta nos Estados Unidos e à crescente demanda global. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou dados preocupantes sobre a produção de suco de laranja no Brasil, referentes ao período de julho de 2023 a junho de 2024.

A cadeia citrícola no Brasil é altamente industrializada, cerca de 30% da produção brasileira de laranjas é destinada ao mercado, enquanto 70% é utilizada para processamento de suco.
A previsão é de que a atual safra totalize 408 milhões de caixas de 40,8 kg, equivalentes a 16,5 milhões de toneladas métricas. Se confirmada a estimativa, o número representará uma redução de 1.03% em comparação ao período anterior.
A diminuição é atribuída à incidência de greening, conhecido como a “doença do dragão amarelo”. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), trata-se da “doença dos citros [plantas cítricas] de maior importância no mundo, em função da dificuldade de controle, da rápida disseminação e por ser altamente destrutiva”.
Condições climáticas impactam produção 5c3a43
A queda na produção é também influenciada por condições climáticas adversas em 2023, incluindo temperaturas extremas e escassez de chuva na região do cinturão citrícola de São Paulo. O El Niño, previsto até meados de 2024, aumenta as preocupações sobre colheitas futuras.

Além disso, a pesquisa destaca mudanças na área plantada, com previsão de 590.000 hectares para 2023/24 — uma redução de 10.000 hectares. O setor enfrenta desafios com a incidência de greening, com 38% das plantas apresentando sintomas da doença na região do cinturão citrícola — localidade que abrande municípios de São Paulo e Minas Gerais.
Altos custos como entrave 4t4i35
A produção de laranjas no Brasil também é afetada pela expansão da área de plantio para outros estados, como Bahia, onde a incidência de greening é menor. No entanto, custos elevados de produção e falta de mão de obra têm levado produtores menores a abandonar a indústria em favor de cultivos mais seguros, como a cana-de-açúcar.