CONTEÚDO ESPECIAL, BRANDED STUDIO ND, Florianópolis - 22 de novembro de 2023

O protagonismo da mulher no agronegócio de Santa Catarina r6q24

Conheça a história de mulheres que assumiram os negócios e estão gerando mais renda e desenvolvimento pelo Estado 1a5a3z

O protagonismo feminino é parte do agronegócio e o cooperativismo garante essa parceria – Foto: DivulgaçãoO protagonismo feminino é parte do agronegócio e o cooperativismo garante essa parceria – Foto: Divulgação

Nos últimos 10 anos, o número de estabelecimentos rurais istrados por mulheres aumentou 38% segundo o IBGE. O protagonismo feminino é parte do agronegócio e o cooperativismo garante essa parceria. Só em Santa Catarina, são mais de 1,5 milhão de mulheres e isso tem trazido resultados positivos para o agro em todos os níveis.

Exemplo disso é a fazenda de Ofélia Campigotto, piscicultora e aquicultora, que fica em Gaspar. São mais de 42,6 hectares distribuídos em lagoas de tanques escavados e preservação de Mata Atlântica e por lá são produzidas cerca de 50 toneladas de tilápia por ano.

Ofélia está construindo um currículo premiado, neste ano venceu o Personalidades Brasileiras de Aquicultura e é a primeira mulher a assumir a presidência de duas associações, a Associação Catarinense de Aquicultura (ACAq) e a Aquipar. Também montou o grupo de mulheres na agricultura durante a pandemia, participa de palestras, cursos, eventos e depois de 23 anos é uma referência para o setor.

Cooperativismo e empoderamento 4ji4w

Também podemos encontrar outro exemplo de protagonismo feminino na granja da família Bonato, em Aurora, no Alto Vale Catarinense. Nela, a produtora rural Celiria Bonatto é quem cuida do galinheiro composto apenas por galinhas felizes.

Não estava em seus planos trabalhar com agricultura familiar, a atividade surgiu quando o marido comprou um sítio durante a aposentadoria e hoje ela lidera a criação de duas mil aves, além de 1200 ovos todos os dias para colher, limpar e ar por uma inspeção.

Agora, Celiria também tem uma sócia, Maila da Costa, e as duas pretendem abrir uma casa de massas sem corantes, com apenas ovos e trigo como ingredientes – isso para aproveitar os ovos que muitas vezes trincam e não podem ser comercializados.

E os ovos inspecionados, que podem ser vendidos, são transportados de Aurora para uma cooperativa em Taió. A Coopertaió trabalha constantemente para que as mulheres e os agricultores não tenham medo de investir no conhecimento que possuem: produzir alimentos.

Toda segunda-feira, os associados trocam alimentos e organizam a distribuição das caixas para 17 municípios e as mulheres participam de todo o processo, controlando os meios de produção e a venda.

Nessa cooperativa a presidência as funções istrativa e financeira são ocupadas por mulheres. São 1,4 milhão de associadas em todo o Estado, que estão contribuindo com o funcionamento e desenvolvimento das cooperativas.

A conexão entre mulheres e o cooperativismo impulsiona o empoderamento e o curso Mulheres em Ação – Florescer, promovido pela Epagri, desperta nelas o protagonismo dos negócios.

Marta Correia, coordenadora do curso, conta que antes a mulher tirava o leite, fazia o queijo e quando havia alguma reunião sobre bovino de leite, era o homem que ia, ele quem tomava as decisões. Na pesca, a mesma coisa. Só os homens embarcavam e iam para o mar e hoje em dia, por exemplo, já temos mulheres embarcadas. Hoje em dia elas estão procurando, começando a participar das reuniões, tomando as decisões.

Agro que está no sangue 2o6k3s

Mesmo que haja um grande avanço no protagonismo feminino no agro, as mulheres ainda enfrentam diversos desafios, como a desigualdade salarial e entre cargos e posições – Foto: DivulgaçãoMesmo que haja um grande avanço no protagonismo feminino no agro, as mulheres ainda enfrentam diversos desafios, como a desigualdade salarial e entre cargos e posições – Foto: Divulgação

Em Antônio Carlos, sete estufas de temperos e ervas da Flávia Petry, mostram que muitas vezes, voltar para as origens é sinônimo de tranquilidade – e futuro. A produtora rural, que tem uma veia agrícola desde criança, aprendendo com os pais agricultores, fez concurso para trabalhar na prefeitura, mas sentia que seu lugar não era lá.

O marido já trabalhava na roça, cuidando da produção de ervas e temperos, quando as duas filhas nasceram, Flávia uniu a agricultura e a maternidade para empreender e trabalhar de casa, ando mais tempo com a família.

“Eu me sinto muito bem realizada, hoje eu consigo exercer a minha função de gestora comercial na minha propriedade, consigo ser mãe 24 horas e consigo ser feliz” – completa.

Flávia também leva sua produção para uma cooperativa em Santo Amaro da Imperatriz, gerenciada por uma jovem de 29 anos e conta com 18 profissionais, metade são mulheres.Cristiane Voges é filha de pais agricultores, foi criada na roça e permaneceu por lá até os 18 anos, até cursar agronomia para melhorar a venda para o produtor.

Ela conta que via os pais indo para a roça todas as manhãs, na parte da produção, e que assim surgiu a ideia de criar a cooperativa, como uma forma de suprir um gargalo na comercialização e, também, de ser um modelo, de incentivar outras pessoas a voltarem para o campo. Ao perceber isso, a engenheira agrônoma teve a ideia de querer continuar e melhorar o meio em que essas pessoas estavam vivendo.

A cooperativa abastece municípios do Litoral Norte e da Grande Florianópolis. Na capital são 160 unidades que garantem alimentos saudáveis na cozinha, para que a merenda escolar chegue quentinha, nutritiva e saborosa.

“Que a gente consiga cada vez mais prazer, qualidade de vida, para quem está no campo e que os jovens continuem no campo, porque a gente precisa de pessoas produzindo. Nós precisamos comer e eu acho que é muito importante ver a força feminina no campo, ver mulheres tomando a frente da propriedade, mostrando que a mulher sim, pode, que ela tem muita força de vontade. Que ela é guerreira e as mulheres só vieram para fazer com que tudo melhore ainda mais” – complementa Cristiane.

Palavras de uma jovem engenheira agrônoma, que soam como um ensinamento. Seja na terra ou na água, o empenho e o protagonismo feminino têm garantido o avanço e a sucessão do agronegócio catarinense.

Dados importantes sobre o protagonismo da mulher no campo 3k5351

Mesmo que haja um grande avanço no protagonismo feminino no agro, as mulheres ainda enfrentam diversos desafios, como a desigualdade salarial e entre cargos e posições. Segundo o IBGE, no terceiro trimestre de 2022, 74,9% dos homens ocupavam empregos informais na agropecuária brasileira e a porcentagem entre as mulheres é ainda maior, com 83,2%.

O estudo realizado pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que no Brasil, o salário médio de uma mulher com educação superior equivale a apenas 62% do salário que um homem ganha com a mesma formação.

Além disso, as mulheres também enfrentam outro desafio: a dupla ou até a tripla jornada de trabalho, segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). Seu estudo aponta que 71% das mulheres ligadas ao agro precisam lidar com várias tarefas e responsabilidades, que estão relacionadas à gestão de propriedades ou empresas junto a questões familiares e domésticas, incluindo a maternidade.

As mulheres estão sendo cada vez mais protagonistas no agro, mas também é necessário olhar para as questões apontadas, pensar em soluções e em como apoiá-las. Os desafios ainda são muitos e é importante perceber que quanto mais fortes e empoderadas elas se sentem no campo e nos negócios, mais o agronegócio cresce e se desenvolve.

Aproveite e assista na íntegra ao episódio do programa Agro, Saúde e Cooperação sobre o protagonismo das mulheres no agronegócio em Santa Catarina. Lembrando que esse é um projeto do Grupo ND, em parceria com a Ocesc, Aurora, Sicoob, SindArroz Santa Catarina e Fiedler Automação Industrial.

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