Um estudo publicado pela revista Journal of Vertebrate Paleontology, revelou a descoberta de uma antiga espécie de crocodilo no Reino Unido. O animal faz parte do grupo Thalattosuchia, uma antiga “irmã” dos ancestrais dos crocodilos modernos.
Estudo descobre espécie irmã dos crocodilos modernos no Reino Unido. – Foto: Júlia d’Oliveira/Reprodução/ND
A descoberta do Turnersuchus hingleyae ajudou a preencher uma lacuna “fantasma” no registro fóssil. De acordo com o estudo, o novo predador corresponde a uma das espécies mais antigas do seu tipo encontrado, datando cerca de 185 milhões de anos atrás.
O animal, encontrado na Costa Jurássica, em Dorset, sul da Inglaterra, é o único completo o suficiente da sua idade. Na busca, foram achados parte da cabeça, coluna vertebral e outros membros.
“Agora devemos esperar encontrar mais talatossuquianos, da mesma idade que o Turnersuchus, bem como mais velhos”, afirmou o coautor dr. Eric Wilberg, professor assistente do Departamento de Ciências Anatômicas da Universidade do Estado de Nova York em Stony Brook (EUA).
As análises da revistas sugerem que os talatossuquianos provavelmente apareceram pela primeira vez no período Triássico e sobreviveram à extinção em massa do final do período geológico.
“Agora podemos reduzir a linhagem fantasma em alguns milhões de anos”, afirma a equipe de especialistas.
Crocodilos do mar a1421
Chamados popularmente de “crocodilos marinhos” ou “crocodilos do mar”, os talatossuquianos fazem parte dos parentes mais distantes dos crocodilos modernos. A espécie se tornou adaptada à vida nos oceanos, com membros curtos e modificados com nadadeiras.
O Turnersuchus viveu no Oceano Jurássico e se alimentava de animais selvagens marinhos. E, devido ao seu focinho relativamente longo e fino, teria aparência semelhante aos crocodilos gaviais atualmente encontrados em todos os principais sistemas fluviais do subcontinente norte da Índia.
No entanto, segundo o coautor dr. Pedro Godoy, da USP (Universidade de São Paulo), “ao contrário dos crocodilos, esse predador de aproximadamente 2 metros de comprimento vivia exclusivamente em habitats marinhos costeiros. E embora seus crânios pareçam superficialmente com os modernos gaviais, eles foram construídos de forma bastante diferente”.
