Quem decide ter a posse responsável de um animal de estimação assume, junto com o compromisso da tutela, garantir condições de vida, alimentação, segurança, bem-estar e uma série de fatores que são importantes ao ter um bicho de companhia.

E sabe o que pode acontecer quando essas questões não são seguidas? Quem abandona, maltrata ou desrespeita os cuidados de proteção com o pet infringe leis e é considerado como crime.
Na Escola Municipal CAIC Professor Desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira, os alunos do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental desenvolvem na prática a compreensão sobre a posse responsável de forma interdisciplinar.
Com o projeto “Tutela responsável, um compromisso com a vida”, a escola – com mais de 700 alunos – divide o espaço educativo com dois amigos caninos adotados: o Franja e a Maria Flor, que também é chamada de Belinha.

No histórico de adoção da escola, além dos que vivem atualmente na unidade, outros dois moram nas lembranças de quem conviveu com a Bisteca e o Filé – o último, inclusive, tem música composta pela fanfarra e um desenho ilustrado pela aluna do nono ano Ana Luiza de Souza, que estuda há nove anos na escola e, em toda a sua memória de estudante, lembra de ter um cachorro por perto. “Eles participam do meio em que a gente vive. Nós damos carinho para eles e recebem muito bem”, comenta a aluna.
Para inserir o Franja e a Maria Flor no contexto escolar e alinhar os cuidados de posse responsável, os alunos, a partir do terceiro ano, estudam educação financeira e aplicam ações empreendedoras na escola com venda de bolos, brigadeiros e outras produções caseiras. O motivo? Arrecadar dinheiro para comprar ração, fazer a castração, manter a tosa e todos os cuidados de higiene com os cães da unidade.
Recentemente, os cachorros adotados ganharam um “cãodomínio”: com construção de duas casas conjuntas de alvenaria, o espaço reforça para a comunidade a importância do projeto implementado na escola, além de garantir o bem-estar e qualidade de vida dos pets. Responsável pelo desenvolvimento do projeto na unidade, Roselena Bertolotto, professora de atividades complementares, desenvolve ações sobre posse responsável desde 2016.
Com histórico de voluntariado relacionado à causa, Roselena conheceu bem de perto a realidade dos problemas de abandono animal. Durante 13 anos frequentou escolas da Rede Municipal de Ensino de ville com palestras sobre a posse responsável.
“Assim que cheguei, eles (moradores da comunidade) deixavam muitos cachorros na lixeira da escola, era desesperador. E eu pensei que isso não poderia continuar e comecei a pensar nesse projeto efetivo aqui dentro, já que a escola tinha um cachorro e era simpatizante”, relembra a professora.
Com quatro anos de história e conscientização vivida na prática no espaço educativo, o problema de animais abandonados na escola foi resolvido. Para a diretora da unidade, Jurcélia da Silva, isso significa a efetivação de um projeto bem implementado.
“As pessoas e crianças tomaram consciência que ninguém mais deposita um animal na lixeira e nem aqui não jogam”, comenta a diretora. Para ela, a presença dos dois cães na escola constrói uma relação saudável entre as crianças e os animais. “Isso faz com que eles se tornem cidadãos com olhar diferente para os animais. O animal é um ser social, não é como nós, humanos, e pode conviver muito bem com eles.”
4 deveres que fazem parte das obrigações de um tutor de pet 6k6c2p
Tornar-se responsável por um pet é uma decisão que precisa ser tomada com muita consciência. Isso porque ter um bichinho de estimação em casa requer uma série de cuidados (e gastos) que vão além do carinho e da alegria de se ter um animalzinho.
Para decidir com segurança sobre como integrar um pet de companhia ao seu novo lar, o tutor precisa saber que será de sua responsabilidade atender as necessidades físicas, psicológicas e ambientais do seu mais novo bichinho de estimação. Para saber quais são elas, separamos quatro (mas existem muito mais) deveres que fazem parte das obrigações de um tutor de pet.
1. Responsabilidade
Antes de adotar um pet no calor da emoção, converse com a sua família e veja se todos estão de acordo com a chegada de um novo integrante ao lar, analisando todas as obrigações, cuidados e responsabilidades.
2. Idade 3l3c2l
Ao optar por adotar um pet, é importante analisar a idade adequada para a posse responsável. Se escolher um filhote, lembre-se que eles têm muita energia, gostam de atenção e precisam de espaço; enquanto os idosos já são mais calmos, gostam de tranquilidade e um cantinho para chamar de seu.
3. Para a vida toda
Ter um animal de companhia não é algo temporário. Lembre-se de que ele faz parte da família e deve ser incluído em todas as fases, como mudanças e, sempre que possível, viagens programadas. É de responsabilidade do tutor proteger e cuidar durante toda vida.
4. Inclusão nos gastos
Nem só de amor e beleza vive um pet, mas de investimento mensal que necessita de compra de ração certa, cuidados com a vacina, higiene, além de um lugar confortável para dormir, manta, brinquedos e outros custos.
Ensino sobre posse responsável nas escolas públicas é lei em ville b116m
O ensino sobre os direitos dos animais e os cuidados para uma guarda responsável se tornaram tema transversal obrigatório na Educação Básica de ville em 2022.
Ele atende a Lei Municipal 8.849/2020, que acrescenta o tema à grade curricular das escolas públicas de ville na forma de conteúdos que colaborem para a construção da compreensão da realidade deste tema, e que podem ser trabalhados em qualquer disciplina.
Por isso, a Secretaria de Educação de ville criou o Programa Garra – Educação pelos Direitos dos Animais. O conjunto de ações para conscientização de crianças e adolescentes começou a ser colocado em prática em forma de projeto piloto no segundo semestre de 2021.
Entre os objetivos estão a sensibilização dos alunos de todas as faixas etárias a respeito do bem-estar dos animais, especialmente dos animais domésticos, a conscientização sobre as obrigações e os custos de ser tutor de um animal doméstico e ensinar sobre os perigos do crescimento desenfreado da população animal, que leva a abandono e zoonoses nas cidades.