Bicheiras
Com este calor, aumenta o número de animais com miíase, ou “bicheira”. A mosca varejeira põe, de uma vez, centenas de ovos que viram larvas e começam a, literalmente, comer o animal vivo. Não são só animais de rua que morrem desse absurdo doloroso. Há inúmeros cães e gatos com “responsáveis” que não são tratados e que muitas vezes ainda são abandonados em função do forte mau cheiro e do aspecto horrível que as feridas têm.

As bicheiras começam geralmente em alguma ferida ou inflamação já existente no animal. A mosca normalmente procura locais quentes e úmidos, como ouvidos infeccionados, órgãos genitais com secreções, olhos, focinhos. Quando você notar as larvas, deve procurar um veterinário imediatamente, pois ar óleo queimado, gordura de porco ou creolina não vai resolver o problema. ar spray “mata bicheira” também não é suficiente porque as larvas penetram profundamente nos tecidos e não serão alcançadas.
Prevenção
Como a bicheira depende da mosca para acontecer, a prevenção mais básica é manter o local onde seu peludo vive sempre limpo e ele, bem tratado, sem doenças/feridas e o mais longe possível das moscas. Dica: escovar diariamente os pelos limpa bem cães e gatos, não prejudica a pele como o excesso de banhos, aproxima animais de seus cuidadores e os acostuma a ser manuseados, algo muito útil quando precisam visitar o veterinário ou serem manuseados no banho e na tosa.
Sarnas
Talvez a doença de pele de cães e gatos mais conhecida seja a sarna e não é incomum encontrá-los circulando pelas ruas sem pelo, com feridas e com a pele rosada. Há três variedades da doença, todas provocadas por ácaros: a ‘sarna de pele’ (sarcóptica), a ‘sarna de ouvido’ (otodécica) e a ‘sarna negra’ (demodécica), que é cada vez mais comum, acomete principalmente cães e não é transmissível para humanos e nem entre animais.
Sarna de pele
Nos cães é a sarna sarcóptica, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, na variedade canis. Nos gatos é a sarna notoédrica, causada pelo ácaro Notoedris Cati. Nos humanos o causador é o Sarcoptes scabiei na variedade hominis e é conhecida por escabiose. O contato direto e indireto (por meio de casinhas, panos, roupas, toalhas, escovas) promove a transmissão da doença, que é altamente contagiosa. As sarnas de pele de animais até podem contaminar humanos, mas não tão facilmente quanto entre eles. O contágio de humanos para animais também pode existir, mas é bastante raro. Todas as sarnas causam intensa coceira, principalmente em locais mais quentes do corpo e em épocas mais quentes do ano.
Sintomas
O principal é a coceira, mas nem toda coceira é sarna, daí a importância do diagnóstico correto feito por um veterinário. Com a coceira intensa, o animal fica estressado e a imunidade, que já estava baixa, cai mais ainda. Perda de pelos, crostas que começam na cabeça, orelhas e patas e que podem espalhar-se por todo o corpo conforme a doença avança sem tratamento, descamações e infecções secundárias são outros sintomas.
Tratamento
Depende do estágio da doença. Pode ser feito através de banhos com produtos acaricidas, aplicação de loções tópicas, remédios de aplicação mensal sobre a pele, comprimidos específicos e medicações injetáveis. O importante é nunca automedicar o animal – principalmente porque alguns dos remédios são tóxicos – e nem usar soluções caseiras, como óleo queimado e outros absurdos que só maltratam os animais sem curá-los. Lavar seus panos, roupas, casinhas e utensílios com água fervente evita a reinfestação e acelera a cura.