Muito longe da famosa e fofa canção infantil, os sapos-cururus estão sendo caçados em Taiwan. O motivo? A espécie nativa da América do Sul é considerada praga invasora no país. Isso porque a espécie se reproduz com excelência e, como mecanismo de defesa, produz veneno prejudicial aos seres humanos e outros animais.

Dessa forma, a descoberta dessa espécie no país fez com que ambientalistas asse caçá-la para conter sua disseminação.
O primeiro foco foi encontrado em Chaotun, município localizado na cordilheira central de Taiwan. Um residente local descobriu o anfíbio em sua horta comunitária. Sem saber de que espécie se tratava, colocou uma foto do sapo na internet, o que desencadeou uma comoção acerca do animal.
Voluntários da Sociedade de Conservação de Anfíbios de Taiwan estão, desde então, trabalhando todos os dias em hortas e arrozais para deter o predador, que pode chegar a 35 centímetros de comprimento.
“Seu tamanho é muito grande e eles não têm inimigos naturais aqui em Taiwan”, disse Lin Chun-fu, cientista do Instituto de Pesquisa de Espécies Endêmicas do governo. “Uma operação de busca rápida e massiva é crucial quando os sapos-cururus são descobertos pela primeira vez”.
Esse é um dos principais motivos pelos quais os cururus estão sendo caçados. Nas imediações onde o primeiro sapo foi avistado, outros 27 também foram encontrados. “Fiquei chocada e preocupada quando encontraram mais de 20. Isso não vai ser uma coisa fácil de resolver”, disse.
Sapos-cururus podem estar na região há mais tempo 1f542f
A espécie pode ter chegado em Taiwan muito antes do esperado. Agricultores contaram ao grupo de voluntários que notaram os sapos em suas hortas, mas que não haviam relatado, “porque eles ajudam a livrar a terra de pragas e também são um símbolo de boa sorte”.
Para eles, a espécie não era considerada invasora. Uma força-tarefa foi levantada na cidade para fazer uma busca meticulosa pelos animais.
“Dividimos (o município) em grades quadradas de 200 por 200 metros quadrados para investigar um por um se há sapos marinhos presentes”, disse o pesquisador Lin Yong-lun, apontando para uma série de mapas divididos por cores.