Conhecida como Coruja-da-igreja ou Suindara, a espécie Tyto furcata foi vista ‘descansando’ no mês de agosto em um galpão na Linha Batista, em Criciúma, no Sul do Estado. Os registros no município são raros, segundo o biólogo da Diretoria do Meio Ambiente, Vitor Bastos.
Espécie foi vista em uma área com fragmentos de mata nativa. – Foto: Vitor Bastos/Divulgação/NDDe acordo com o profissional, não é comum encontrar o animal na cidade, no entanto, ele foi localizado em uma área com fragmentos florestais de mata nativa em bom estado de conservação. Trabalhadores acionaram o biólogo para verificar a situação da espécie.
“Eles me falaram que ela estava todo dia descansando pelas manhãs na parte mais alta do local e que à noite saia pelas aberturas laterais para busca de alimentos. Fui lá fazer a fotografia e por sorte ela estava tranquila descansando”, ressalta Bastos. Confira:
Espécie foi vista em uma área com fragmentos de mata nativa. – Vídeo: Vitor Bastos/Divulgação/ND
Ainda conforme o profissional, existem poucos registros da espécie em Criciúma. Um deles foi em 2017, na região do bairro São Roque. Ornitólogos, segundo Bastos, também já viram ao vivo, mas não conseguiram fotos do animal.
“No meu caso, já fiz o resgate de dois indivíduos que estavam machucados e, possivelmente, que colidiram em automóveis. Um veio a falecer e o outro fiz a soltura na natureza, um momento muito especial pra mim”, detalha o biólogo.
Para Bastos, o registro da Coruja-da-igreja em Criciúma é de muita importância para o Sul de SC “tendo vista a raridade dela aqui no nosso município”, pontua. “Ela vive desde o Sul do Canadá até o Sul da Argentina. É uma das espécies de coruja com maior abrangência continental do planeta”, completa.
Características do animal 6e4o18
“Essa é uma das espécies de aves mais fascinantes do planeta, pelo menos na minha opinião e de muitos outros amantes da natureza”, declara o biólogo. O profissional comenta que a Coruja-da-igreja tem a capacidade de localizar presas embaixo do solo ou atrás de paredes e troncos de árvores por meio da audição.
“O motivo desse ‘superpoder’ dela se atribui aos discos faciais que assemelham a uma maçã cortada e que ajuda a levar o som até os ouvidos externos. Assim, ela consegue calcular a distância exata das presas. Somente ela na família das corujas tem essa estrutura característica”, enfatiza.
Por que Coruja-da-igreja? 1q243j
O biólogo afirma, ainda, que a espécie é conhecida por Coruja-da-igreja justamente por se adaptar bem a ambientes urbanos. Na maioria dos casos, ela faz moradia em topos de igrejas e galpões grandes.
