Há cerca de quatro meses, um trio de cães tem assustado moradores da Armação do Pântano do Sul, na região Sul de Florianópolis. Os animais de grande porte e aparentemente sem raça definida vivem soltos nas ruas do bairro.

Moradores relataram que os cães têm invadido casas durante a noite matando gatos, cachorros menores, galinhas, bodes e outros animais. Eles também já teriam tentado atacar pessoas.
Os cães, que estão magros e machucados, reviram lixo em busca de comida. Um deles foi visto com uma ferida aberta na região das costelas, segundo Tainá Vianna, de 34 anos, moradora do trevo da Armação, que denuncia a situação. Outro está com um corte próximo ao pescoço.
“Os cachorros têm muito medo de gente e sempre que tento me aproximar com água ou comida eles fogem. Com a revolta que eles têm gerado no bairro, eu não me surpreenderia se eles fossem mortos.”, escreveu Tainá em uma rede social.
Ao ND+, Vianna confirmou que moradores indignados com o caso têm ameaçado de morte os animais. Dois cachorros da “gangue” foram vistos em frente a um restaurante do bairro duas vezes nesta semana. O paradeiro do terceiro animal é incerto. A desconfiança é que ele tenha sido morto.
Em um dos dias, vizinhos acionaram um resgate para levar a dupla a um veterinário, mas os animais acabaram fugindo. No outro dia, os cães atacaram um cachorro de porte pequeno.
Veja os vídeos:
Cachorros foram flagrados andando nas ruas – Vídeo: Reprodução/ND
Cachorros foram vistos em frente a uma casa – Vídeo: Reprodução/ND
Ataque a galinheiro 2w1s2h
Os três cães atacaram as galinhas de Alessandra Pires, que mora na rodovia Francisco Thomaz Dos Santos, na Armação. Ela conta que, há algumas semanas, flagrou o trio por volta das 23h, dentro do seu galinheiro. Os cachorros mataram um galo e uma galinha.
“A sorte foi que eu vi os cães a tempo, senão teriam matado todas [as galinhas]. Foram direto no pescoço. Não estraçalharam. Chamei um vizinho e ele me ajudou a espantá-los”, conta.
O que surpreendeu Alessandra é que a porta do galinheiro tem uma pesada trava de encaixe. “Os cachorros conseguiram abrir a trava!”, diz. Na noite seguinte ao ataque, os animais voltaram à casa de Alessandra, mas foram enxotados pelo marido dela que estava no quintal.
A moradora do Sul da Ilha revela ainda que os cães já teriam matado mais de 50 galinhas em um único sítio da região.
“Não queremos que matem os cachorros. Queremos que eles sejam recolhidos e tratados. Estão feridos e com bicheira. Fora que a gente não dorme com medo deles aparecerem”, lamenta Alessandra.
Pedido de ajuda 6c2r
Tanto Tainá quanto Alessandra relatam que entraram em contato com a Dibea (Diretoria de Bem-Estar Animal) de Florianópolis diversas vezes. No entanto, até agora, a situação não foi resolvida. Além do órgão, a Guarda Municipal também foi acionada.
Tainá registrou ainda um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Virtual do Sisp (Sistema Integrado da Segurança Pública), da Polícia Civil.
A assessoria de comunicação da prefeitura de Florianópolis informou que está apurando com a Dibea e o comando da Guarda Municipal essa situação. Acrescentou que assim que as informações forem apuradas, os detalhes serão reados à reportagem.
A Dibea, por sua vez, disse que esse caso não compete ao órgão. “Os moradores precisam procurar órgãos de segurança, como a Polícia Militar, por exemplo. A Dibea interfere no caso de animais que sofrem maus-tratos. Nesse caso, não interferimos”, apontou a assessoria.
A Diretoria divulga à população um contato de WhatsApp para esclarecer dúvidas e prestar informações relacionadas exclusivamente a maus-tratos. O telefone é (48) 99940-8643.
O 4º BPM (Batalhão de Polícia Militar), responsável pela região, informou que não encontrou registro oficial sobre o caso.
A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio do 2º DP da Capital, está acompanhando o caso e tomando as devidas providências e inclusive já entrou em contato com a Diretoria do Bem Estar Animal da PMF.