Uma jararaca (Bothrops jararaca) ‘pegou uma carona’ em um caminhão e foi parar em uma oficina mecânica em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina.

Quando o caminhão parou nesta oficina, no bairro Vieira, ela simplesmente desceu e ficou se movimentando por ali até que os funcionários do estabelecimento conseguiram capturar e colocar o animal em um balde. Isto ocorreu nesta segunda-feira, dia 28, à tarde.
Os funcionários chamaram a Fujama (Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente) para o resgate e posterior soltura da jararaca.
O biólogo Gilberto Duwe, o Giba, foi até o local e fez o resgate. A cobra será solta em breve em uma área de mata, bem longe de qualquer residência, avisou Giba.
VEJA VÍDEO: z6b5
Vídeo: Arquivo pessoal/Divulgação ND
Como ela foi parar no caminhão 38g5e
Giba, que também trabalha com educação ambiental, explicou por que a jararaca foi parar no caminhão. Ele disse que é até comum serpentes subirem em caminhões, especialmente, para “se abrigar e procurar um local quente”.
“Como são animais de sangue frio as serpentes precisam de uma fonte externa de calor para se aquecer. Geralmente, utilizam a luz do sol, mas, em determinadas situações, acabam percebendo que ali é um local quente, escuro, teoricamente protegido, especialmente quando o veículo acaba de desligar o motor. Por isso, acabam entrando, subindo pelas rodas”, complementa o biólogo.

Sobre a jararaca: 2qt29
Tem o veneno potente, mas o principal motivo de estar em primeiro lugar é o número de acidentes. No Brasil, cerca de 90% de acidentes com serpentes é com jaracara. É um animal que acabou se adaptando muito bem à área urbana pela facilidade de encontrar alimentos: roedores.
Ela pode ficar enrolada em algum canto, numa área de mata, em restos de madeira, no jardim e a pessoa acaba não percebendo que há uma cobra. Ela dá o bote para se defender.
“Não ataca as pessoas porque ela gosta, mas para se defender porque acha que a pessoa representa um risco”, sublinha Giba. Mesmo assim, em cerca de 30% das mordidas não há veneno (picada seca). Isto porque o veneno de todas as cobras é utilizado para caça. Exemplo: a cobra pica um roedor e quando o roedor morre ela se alimenta do roedor. “Ela prefere não gastar o veneno com pessoas para não perder a forma de obter o alimento”, complementa.