Em 40 anos, seremos mais de nove bilhões de habitantes em todo o planeta, dois bilhões a mais do que hoje, de acordo com o Relatório da ONU Meio Ambiente. A escassez de recursos naturais, aliada à preocupação com a alimentação saudável e menos impactos ambientais, vão gerar uma série de desafios para o setor alimentício. Falar do futuro da alimentação é pensar em mudanças que vão do campo ao prato. E é neste contexto que surgem muitos questionamentos. Como garantir segurança alimentar e saudável para todos? Como será a alimentação no futuro?

O mestre em antropologia e co-fundador da startup Cozinhe.me, Paulo Ardenghi, acredita que vai acontecer uma reflexão sobre todo o ecossistema da alimentação para que consigamos ser um planeta sustentável. “É importante situarmos que a inovação e a transformação serão em toda a cadeia, desde a forma como nós produzimos o alimento até a maneira como distribuímos, vendemos, servimos e cozinhamos”.
A disseminação do coronavírus chamou ainda mais atenção para o cuidado em relação à saúde e bem-estar. E isso tem alterado as exigências e preferências alimentares das pessoas. O que era apenas preocupação está virando rotina e gerando tendências para o futuro. E toda esta mudança na alimentação vai impactar diretamente na produção de alimentos.
Segundo a endocrinologista e doutora em ciências médicas, Cristina da Silva Schreiber de Oliveira, “depois da Covid, cada vez mais, quando a gente fala em bem-estar, as pesquisas sobre o consumo têm destacado uma obsessão grande por higiene e saúde, que é natural pós-pandemia”.