A procuradora-geral da República Raquel Dodge sobrevoou a Serra do Tabuleiro, em Palhoça, para ver de perto a realidade do parque e poder se manifestar sobre a Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) em curso no Supremo Tribunal Federal. A Adin questiona uma lei estadual que estaria contribuindo de maneira crucial para a degradação dos ecossistemas da região.
No sobrevoo, em companhia do procurador-chefe do Ministério Público Federal em Santa Catarina, Darlan Airton Dias, Raquel observou do alto as nascentes dos rios Vargem do Braço, Cubatão e D’Una – principais fontes de fornecimento de água para os moradores da Grande Florianópolis e do Litoral.
“Vim conhecer de perto a realidade deste parque e saber quais são as pressões que existem sobre ele para poder me posicionar, adequadamente, perante o STF sobre o assunto”, disse a procuradora. Raquel também fez algumas anotações para considerações no Supremo em hora oportuna.
A procuradora-geral notou que o parque é muito bem conservado, amplo e importantíssimo para Santa Catarina, principalmente para a região da Grande Florianópolis, onde há várias nascentes que abastecem cidades próximas. “Por isso é muito importante manter esta unidade de conservação preservada e viva”, pediu.
A procuradora ressaltou a necessidade de manter nascentes limpas para evitar crises hídricas que, infelizmente, vem castigando algumas metrópoles. “Estamos trazendo para Santa Catarina uma proposta muito importante, chamada “água para o futuro”. É um projeto de proteção de nascentes, por meio de um aplicativo, que visa identificar, recuperar as que estão danificadas e proteger as que estão preservadas”.
Ela comentou que embora o Brasil seja um dos maiores depósitos de água doce potável do mundo, existe crise hídrica em algumas grandes cidades. “Esta crise retira a água disponível da população e torna a conta de água mais cara. Por isso, é muito importante preservar as nascentes”, alertou.
Aplicativo
O aplicativo do projeto “Água para o Futuro” foi desenvolvido pela prefeitura de Cuiabá, Capital do Mato Grosso, Região Centro-Oeste do país e pode ser baixado nas plataforma IOS e Android. Por meio dele, a pessoa tira uma fotografia de rios recebendo dejetos ou outro crime ambiental e envia para a ouvidoria do Ministério Público Federal. Por enquanto, o aplicativo está operando somente no estado do Mato Grosso. A intenção é ampliá-lo para outras regiões do país.
O termo de adesão para a ferramenta ser usada em Santa Catarina foi assinado nesta segunda-feira (19) por Raquel Dodge e pelo procurador-chefe do MPF em Santa Catarina, Darlan Airton Dias.