No centro do noticiário desde o início das inundações, o Rio Grande do Sul tem mais de 2 milhões e 300 mil habitantes atingidos pelos estragos, segundo dados estaduais. Com a trégua no mau tempo e o anúncio de medidas assistenciais, as pessoas aguardam os benefícios para reconstruir suas vidas, mas o envio dos dados cadastrais tem se mostrado um dos problemas que podem atrasar este processo.
Dados do Rio Grande do Sul mostram que estado tem mais de 2 milhões e 300 mil habitantes atingidos pelas enchentes; gaúchos aguardam benefícios para reconstruir suas vidas – Foto: Reprodução/NDA Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), que representa os 497 municípios gaúchos, informou que realiza uma pesquisa para entender as dificuldades encontradas e quais as necessidades mais urgentes de cada cidade que ainda não conseguiu realizar o cadastramento de moradores atingidos. A expectativa é de que este levantamento seja finalizado na próxima segunda-feira (3).
Ana Paula Noronha é atendente istrativa e encaminhou pedido para o Auxílio Reconstrução, do governo federal, assim que a prefeitura de São Jerônimo, onde reside, disponibilizou cadastramento. O pagamento dos R$ 5.100 começa nesta quinta-feira (30), mas os dados dela ainda não constam no cadastro do governo federal.
“Eu entrei no site para confirmar e lá aparece que o F não foi cadastrado. Preenchi o documento que a prefeitura mandou, mas não entrou. Vou na assistência social ver se foi algum problema ou se foi eles que ainda não enviaram”, conta.
Mãe de três filhos, ela morava com em uma casa alugada, que ficou completamente submersa durante a enchente. O dinheiro será utilizado para comprar móveis e utensílios para o novo endereço da família.
Ana Paula aguarda poder receber benefícios assistenciais após sua casa ficar completamente submersa – Foto: Reprodução/ND“Eu recém tinha me mudado para essa casa quando tudo aconteceu, fazia um mês. Agora, estou com meus filhos morando na casa da minha irmã e da família dela, são onze pessoas na mesma casa, mais os cachorros. É quase um acampamento e o pior é que não tem prazo para acabar porque está bem difícil de encontrar imóvel na cidade”, afirma Ana Paula.
São Jerônimo tem pouco mais de 20 mil habitantes e foi duramente atingida pela cheia do Rio Jacuí, chegando a ficar isolada pelo bloqueio de rodovias. Helicópteros entregaram mantimentos para quem ficou ilhado na cidade. A reportagem não conseguiu contato com a istração municipal.
Cadastro tardio gera indignação em porto-alegrenses 4b6x2x
A liberação para que as prefeituras fizessem o envio de dados para solicitar o Auxílio Reconstrução iniciou no dia 20 de maio, mas a istração de Porto Alegre encaminhou a relação apenas na terça-feira (28).
Mesmo sem um prazo para que o pedido fosse realizado, a medida gerou incômodo e repercutiu nas redes sociais, visto que um dia antes, na segunda-feira, iniciava-se já a segunda etapa do processo, na qual é necessário conferir os dados junto ao portal do Gov.br.
O advogado Vinícius Duarte está desalojado desde o dia 6 de maio e esperava mais compreensão por parte do órgão público. “Minha bicicleta estava na garagem do prédio, que ainda está inundado, e eu não consegui ar para saber o grau do estrago, perdi alimentos na geladeira, tive que viajar para outra cidade porque não tinha onde ficar. Esse valor pode ajudar a minimizar os danos, mas agora não sei quando e nem se vou poder contar com esse benefício porque meu cadastro ainda consta como não realizado”, conta à reportagem.
A secretaria de Desenvolvimento Social da capital gaúcha comunicou cadastramento de 24.516 famílias, dando prioridade para quem está desabrigado ou desalojado, caso de Vinícius. No próximo envio, serão encaminhadas informações a partir do Registro Unificado, qualificado pela Mancha de Inundação. Até o final da tarde desta segunda-feira, 40.700 famílias foram cadastradas.
Canoas agiliza pedidos de benefícios junto ao governo federal 6l2s55
Boa parte dos cadastros efetuados, até o momento, vêm do município de Canoas, na Grande Porto Alegre. Das 44.592 famílias que tiveram benefício autorizado pela União, 42,5 mil foram credenciadas pela prefeitura da cidade. Uma delas é a de Dejair Gonçalves, de 67 anos. A casa dele, no bairro Mathias Velho, foi completamente tomada pela inundação.
“Nunca sonhei em ar por algo assim, a gente achava que na nossa área, que é mais alta, não haveria problema de água, mas aqui chegou a 1,70 metros de altura”, relata Dejair, que vive com a esposa, a filha, o genro e os quatro netos.
Com a casa completamente tomada pela inundação, Dejair Gonçalves teve que deixar sua residência – Foto: Reprodução/ND“Nós vamos usar o auxílio para comprar o que é mais urgente, como fogão, mesa, cadeira, talheres, coisas que a gente precisa com mais urgência para viver o dia a dia”, complementa o aposentado.
Pagamentos devem começar na quinta-feira (30) 1b604m
Em coletiva de imprensa, na noite da última terça (28), o ministro extraordinário para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, informou que 34.196 famílias irão receber os R$ 5.100 já no primeiro lote de benefícios, que deve ser pago pela Caixa Econômica Federal nesta quinta-feira (30).
De acordo com Pimenta, 10.396 famílias ainda não confirmaram os dados na plataforma do governo federal.
Segundo dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, divulgados no dia 27 de maio, os demais municípios que conseguiram dar andamento nos pedidos para os benefícios do Auxílio Reconstrução foram Arambaré, Bom Princípio, Colinas, Cruzeiro do Sul, Dois Lajeados, Feliz, Harmonia, Imigrante, Lajeado, Nova Bassano, Rolante, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Triunfo.
SOS Rio Grande começa a ser reado aos gaúchos 4n5w53
Parte do valor arrecadado através do PIX SOS Rio Grande do Sul será destinada às famílias atingidas pela enchente. Até o momento, 25,5 mil famílias foram mapeadas e receberão a quantia de R$ 2 mil, que serão reados através de um cartão, distribuído desde o dia 17 de maio pelo governo do estado.
Para ter o ao valor, é necessário estar incluído no Cadastro Único (CadÚnico), ter renda familiar de até três salários-mínimos e estar desabrigado ou desalojado. As prefeituras são responsáveis pelo cadastramento de seus moradores.
O cronograma para pagamento nas demais cidades será divulgado conforme início do ree. Mais informações podem ser obtidas através do site do SOS Rio Grande do Sul.
