Conheça a história de duas blumenauenses que transformaram suas vidas para proteger os animais 2t545p

Portal ND+ reúne personagens determinantes do presente e do ado em série de reportagens especiais sobre o Dia Internacional da Mulher 54123c

Donas de suas histórias, guerreiras, pioneiras, exemplos de superação e à frente de seu tempo. Em Blumenau, terceira maior cidade de Santa Catarina, são muitas as mulheres que revolucionaram e transformaram a sociedade local, desde seus primórdios. Para comemorar o Mês da Mulher, o ND+ preparou uma série de reportagens especiais. Na primeira, o destaque fica por conta de mulheres do Vale do Itajaí marcadas pelo carinho e respeito aos animais.

ND+ realiza série de reportagens alusivas ao Dia Internacional da Mulher – Foto: Arquivo Histórico de Blumenau/Redes Sociais/Reprodução/NDND+ realiza série de reportagens alusivas ao Dia Internacional da Mulher – Foto: Arquivo Histórico de Blumenau/Redes Sociais/Reprodução/ND

Desde o início da colonização de Blumenau, em 2 de setembro de 1850, uma personagem que se destaca no assunto é Edith Gaertner. Sobrinha-neta do fundador da cidade, Hermann Bruno Otto Blumenau (1819-1899), Gaertner nasceu em Blumenau em 22 de março de 1882.

Edith Gaertner nasceu em Blumenau em 22 de março de 1882 – Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/NDEdith Gaertner nasceu em Blumenau em 22 de março de 1882 – Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND

Edith era muito independente para os padrões da época. Aos 20 anos, viajou para Alemanha e cursou a Academia de Arte Dramática, em Berlim. Durante a juventude, a atriz percorreu as principais cidades da Europa, atuando em peças nos mais renomados palcos de teatro. Em 1924, voltou a Blumenau para cuidar de irmãos que haviam adoecido.

Em entrevista ao ND+, a historiadora Sueli Petry considera a personagem como uma mulher à frente de seu tempo. Segundo ela, motivos não faltam para esta classificação.

“Imagine o quando não foi censurada, por estar fora dos padrões da época? Era uma mulher livre, teve os seus amores. (…) Lia muito para ocupar o tempo, possuía uma máquina fotográfica com a qual fazia registros do seu cotidiano e da natureza do horto que a cercava na casa centenária, que fora dos seus pais”, conta a historiadora.

Caçula de oito irmãos, o grande legado de Edith Gaertner vai além da vocação artística. A personagem tinha o hábito de cuidar dos animais de estimação.

Edith Gaertner nasceu em Blumenau, no dia 22 de março de 1882. Era filha de Victor Gaertner, sobrinho-neto do Dr. Blumenau. - Arquivo Histórico/FCBlu
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Edith Gaertner nasceu em Blumenau, no dia 22 de março de 1882. Era filha de Victor Gaertner, sobrinho-neto do Dr. Blumenau. - Arquivo Histórico/FCBlu
Solteira e sem filhos, ela se dedicava também ao cuidado dos animais. Chegou a ter mais de 60 gatos ao longo da vida - Arquivo Histórico/FCBlu
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Solteira e sem filhos, ela se dedicava também ao cuidado dos animais. Chegou a ter mais de 60 gatos ao longo da vida - Arquivo Histórico/FCBlu
Sempre que um deles partia, era sepultado no horto aos fundos da casa de Edith com direito, inclusive, a túmulo - Arquivo Histórico/FCBlu
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Sempre que um deles partia, era sepultado no horto aos fundos da casa de Edith com direito, inclusive, a túmulo - Arquivo Histórico/FCBlu
Edith Gaertner possui - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND
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Edith Gaertner possui - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND
Edith Gaertner teve uma vida dedicada ao amor pelos animais - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND
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Edith Gaertner teve uma vida dedicada ao amor pelos animais - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND
Edith Gaertner teve uma vida dedicada ao amor pelos animais - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND
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Edith Gaertner teve uma vida dedicada ao amor pelos animais - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND
Edith Gaertner teve uma vida dedicada ao amor pelos animais - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND
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Edith Gaertner teve uma vida dedicada ao amor pelos animais - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Reprodução/ND

Cemitério de gatos 473l5a

Seu carinho, principalmente pelos gatos, era tanto que a sobrinha-neta do desbravador de Blumenau fazia até funerais para o sepultamento de seus bichinhos na presença de familiares, nos fundos da casa onde morava. A construção abriga hoje o Museu da Família Colonial, na Alameda Duque de Caxias.

Na década de 1970 o espaço ganhou uma escultura de felinos feita por Miguel Borba e uma mensagem sobre animais do escritor Goethe - Sérgio Antonello/FCBlu
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Na década de 1970 o espaço ganhou uma escultura de felinos feita por Miguel Borba e uma mensagem sobre animais do escritor Goethe - Sérgio Antonello/FCBlu
O cemitério integra o complexo do Museu da Família Colonial, localizado na Alameda Duque de Caxias, no Centro de Blumenau - Sérgio Antonello/FCBlu
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O cemitério integra o complexo do Museu da Família Colonial, localizado na Alameda Duque de Caxias, no Centro de Blumenau - Sérgio Antonello/FCBlu
Hoje são preservados no local os restos mortais de nove gatos: Sittah, Schnurr, Mirl, Mirko, Musch, Bum, Putze, Peterle e Pepito - Sérgio Antonello/FCBlu
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Hoje são preservados no local os restos mortais de nove gatos: Sittah, Schnurr, Mirl, Mirko, Musch, Bum, Putze, Peterle e Pepito - Sérgio Antonello/FCBlu

“Estes rituais fúnebres sempre foram contados pelos ex-funcionários que estiveram ao lado de Edith, como empregadas domésticas e colaboradoras. Enfim, virou algo lendário”, relata Sueli Petry.

Nove túmulos dos felinos seguem expostos para a visitação da comunidade. A propriedade foi doada ao município de Blumenau, que mantém a estrutura até os dias de hoje através da Fundação Cultural.

Edith Gaertner morreu solteira e não teve filhos. Aos 85 anos de idade, ela acabou falecendo no dia 15 de setembro de 1967.

“O cemitério de Gatos foi criado neste formato que existe hoje após a sua morte em 1967. O então diretor da Biblioteca Pública, professor José Ferreira da Silva, que a conhecia muito bem e a visitava com idade avançada, idealizou este espaço como uma forma de referendar Edith, como defensora dos animais”, finaliza a historiadora.

O Museu do Cemitério de Gatos é aberto para visitação de terça-feira a domingo. O local possui entrada gratuita e fica aberto à comunidade das 10h às 16h.

Defensoras dos animais nos dias de hoje 66v35

Atualmente, uma personagem que dedica sua vida pelos animais é Lucia Westphal, mais conhecida como Dona Lucia. Aos 64 anos de idade, a protetora dos animais diz que sua inspiração para resgatar animais teve início nas grandes enchentes de 1983 e 1984, que castigaram Blumenau.

Na época, Lucia morava na rua XV de Novembro, no Edifício Edelweiss, próximo da Igreja Matriz. Ela testemunhou de perto as inundações que tomaram conta da cidade.

A principal rua da cidade foi importante desde o seu início até os dias atuais e tem sido palco de diversas manifestações, nos momentos de alegria e de tristezas como as enchentes de 1911, 1983 e 1984 que deixaram suas marcas. Houve também incêndios que consumiram importantes prédios, como a antiga sede da Prefeitura (1958), onde hoje está a Fundação Cultural de Blumenau, a Casa Caça e Pesca (1986) e o Edifício Catarinense (1996). Na imagem destaca a Rua XV sendo invadida pelas águas na enchente de 1984. - Fonte e foto: Fundação Cultural de Blumenau / Arquivo Histórico José Ferreira da Silva
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A principal rua da cidade foi importante desde o seu início até os dias atuais e tem sido palco de diversas manifestações, nos momentos de alegria e de tristezas como as enchentes de 1911, 1983 e 1984 que deixaram suas marcas. Houve também incêndios que consumiram importantes prédios, como a antiga sede da Prefeitura (1958), onde hoje está a Fundação Cultural de Blumenau, a Casa Caça e Pesca (1986) e o Edifício Catarinense (1996). Na imagem destaca a Rua XV sendo invadida pelas águas na enchente de 1984. - Fonte e foto: Fundação Cultural de Blumenau / Arquivo Histórico José Ferreira da Silva
Enchente 83 Blumenau - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva
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Enchente 83 Blumenau - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva

“Na época, as águas subiram muito rápido no centro de Blumenau e muitas pessoas acabaram deixando seus animais para trás. Foi aí que eu comecei a realizar adoções, a cuidar dos bichinhos e desde então eu não parei mais”, relata a protetora animal.

Posteriormente, Dona Lucia mudou-se para o distrito do Belchior, em Gaspar, onde continuou realizando o trabalho de acolhimento, mas precisava de um espaço maior. “Foi por volta de 1998 que eu me mudei para a Vila Itoupava e há 25 anos estamos aqui fazendo este trabalho”, relembra.

Perguntada sobre o engajamento das mulheres na causa animal, Dona Lucia é enfática. “Aqui em Blumenau, a proteção animal é feita 95% por mulheres. As mulheres quando arregaçam as mangas você sabe que ninguém segura”, afirma de forma convicta.

Instituição conhecida 1u5h6

Em várias reportagens, o Grupo ND mostrou a realidade do Sítio Dona Lucia, que atua há mais de 30 anos no acolhimento de animais em situação de rua. Atualmente, cerca de 1,5 mil animais estão na instituição.

Cães e gatos residem atualmente no Sítio Dona Lucia - ND Mais/ Repordução
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Cães e gatos residem atualmente no Sítio Dona Lucia - ND Mais/ Repordução
Cães e gatos estarão para adoção responsável em Pomerode. - Arquivo pessoal/Sítio Dona Lucia/ND
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Cães e gatos estarão para adoção responsável em Pomerode. - Arquivo pessoal/Sítio Dona Lucia/ND
Aos 64 anos de idade, Lucia Westphal possui uma vida marcada pelo cuidado com os animais - Redes Sociais/Divulgação/ND
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Aos 64 anos de idade, Lucia Westphal possui uma vida marcada pelo cuidado com os animais - Redes Sociais/Divulgação/ND

“Todos que estão aqui gostam realmente de animais, até pela quantidade que tem e pelo trabalho em si. (…) Inclusive, nesse mês de março, a gente vai fazer a campanha do março roxo. O sítio vai estar engajado em uma campanha de inclusão daqueles animais que ninguém quer”, relata a responsável pelo sítio.

Doação recorde que veio em boa hora 5a6k5t

Recentemente, o Sítio recebeu uma doação de 2,5 toneladas de rações e alimentos, em parceria com a Polícia Civil de Pomerode. Por estar em recuperação médica, ela não acompanhou o recebimento dos donativos.

Policiais de Pomerode arrecadam 2,5 toneladas de ração para animais do Sítio Dona Lúcia – Foto: Reprodução/NDPoliciais de Pomerode arrecadam 2,5 toneladas de ração para animais do Sítio Dona Lúcia – Foto: Reprodução/ND

Ao ND+, Dona Lucia agradeceu aos envolvidos com a força-tarefa. A cuidadora de animais ressalta que a doação veio em boa hora, já que existe uma tradicional diminuição de doações no início de ano.

“Foi uma surpresa muito grande quando o delegado (Antônio) Godoi me avisou que estava fazendo uma campanha para o sítio de doação de ração (…) O sítio gasta hoje quase 9 toneladas/mês de ração. Imagina o que seria ganhar 3”, conta.

Sobre o Dia Internacional da Mulher, Lucia Westphal finaliza parabenizando as voluntárias que se dedicam a essa causa e lembrou de outras pessoas realizam a mesma missão de acolher os animais, em Blumenau e no Vale do Itajaí.

“Me sinto orgulhosa por muitas voluntárias que eu tenho que deixam muitas vezes até família de lado e tudo mais para ajudar o sítio. (…) Eu quero parabenizar todas elas, não só as mulheres protetores de animais, como aqui em Blumenau nós temos uma protetora animal de 79 anos que é a Edna. A gente é amiga, tem meu respeito e minha iração também. Quero parabenizá-las nesse dia, que todas também podem contar comigo”, finaliza Lucia Westphal.

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