Com apenas 18 anos, a modelo Lara Spoth já alcançou voos muito altos na carreira de modelo. De Mafra, no Planalto Norte catarinense, a jovem já viu seu rosto estampado em revistas como a Vogue e Elle e, muito em breve, também aparecerá na Forbes.
“Quando fiz para a Vogue foi meu maior baque, meu trabalho sendo reconhecido, olha onde cheguei. Fico emocionada de falar”, conta a modelo.
Mas Lara não começou a carreira por conta de um sonho. Durante a infância, em Mafra, ouvia familiares e conhecidos dizendo que ela ‘tinha jeito’ para ser modelo. Chegou a ganhar um ensaio fotográfico de uma parente. Com as fotos em mãos, foi a mãe que procurou uma agência.
“Devia ter uns 10 anos. Eu não queria de jeito nenhum, fiquei emburrada, mas a gente chegou, gostaram do meu perfil”, lembra a jovem.
Com o tempo, foi sendo indicada para mais trabalhos, até chegar em grandes marcas como Schutz, Colcci e Animale. “Schutz foi muito chocante, o primeiro em São Paulo, com um enfoque importante. Era um palácio. Pensei ‘como cheguei aqui?’. É uma sensação surreal. Nervosismo antes de começar, mas gratificante, me emocionei muito”, conta Lara sobre o desfile.
Com a marca Colcci seu nome ficou marcado em Mafra. Quando viaja para a cidade natal, já que atualmente mora em São Paulo, a jovem é lembrada pelo trabalho. “Foi no fim de 2021 trabalho para colcci. Foi muito importante para mim, foi quando comecei a despertar mais meu olhar para moda”, diz.
Olhar de empatia 43w1o
Com voos maiores, também chegam mais responsabilidades. Paraa Lara, o maior desafio é o preconceito da indústria, busca pela perfeição e mulheres com corpos padrões. “Que é o que eu sou, mas isso não é só sobre mim. Preocupação de que as pessoas iam me ver e não iam se identificar com aquilo. Não vemos muitas pessoas negras [modelando], gordas ou trans, é um assunto muito complexo”, reflete.
“Meu maior desafio era que as pessoas me vissem e não se sentissem bem, mas com o tempo vi que construindo meu nome, posso usar para combater o preconceito que vejo até contra meus amigos. É um desafio que todo modelo enfrenta”, comenta.
Além disso, Lara cita que o cuidado com o corpo é um desafio, pois, apesar de ser magra, a indústria da moda em geral, pede que as mulheres sejam, não só magras, mas perfeitas. “As pessoas veem o modelo como boneco, mas escutamos coisas cruéis sobre os nossos corpos”, diz.
Lara conta que busca trazer essa conscientização sobre o trabalho e o meio em que está e que, apesar de não se ver em outra profissão, precisa avançar na diversidade. “Quero que as pessoas me vejam e pensem ‘posso chegar onde ela chegou’, ‘sou como ela’”, afirma.
Trabalho que virou sonho 3k3u47
Segundo Lara, modelar nunca foi um sonho, mas, com o tempo e a experiência, ela se apaixonou pela carreira. “Hoje é algo que eu gosto, antigamente não tanto, mas hoje não consigo me ver em outra profissão. Tem tudo a ver comigo.”
O sonho da jovem é posar ou desfilar para a marca Balenciaga. Lara conta que se inspira na moda feita pela marca, com estilo alternativo e a diversidade. “E o sonho de todo modelo, que é ir pra fora, planejo ir”, conta.
De Mafra para o mundo y1c2c
Foi quando se mudou para a capital paulista, em abril deste ano, que os trabalhos começaram a crescer e ela ou a ser mais conhecida no meio. No início, houve uma resistência pessoal para a mudança, por ficar longe da família, mas foram eles que a incentivaram a mudar-se de cidade. “Sou muito agradecida. Em São Paulo começou a dar muito certo, muito rápido”, conta.
“Minha alma está sempre lá. Guardo muitas lembranças, minha família, meus amigos” diz. Desde abril, Lara mora em São Paulo, namora e foi acolhida pela família do namorado. “Mas meu coração está sempre em Mafra.”