
Após reunião nesta quinta-feira (15), o Ministério das Cidades e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo anunciaram um acordo entre governo federal e de SP para a desocupação da Favela do Moinho, na região central da capital. Entre as medidas tomadas, estão o subsídio de casas para todas as famílias que vivem no local.
A favela do Moinho é a última da região central e fica embaixo do viaduto Engenheiro Orlando Murgel e entre os trilhos das linhas 7-Rubi e 8-Diamante de trem. O local foi tratado por todos que trabalharam no acordo entre governo federal e de SP como irregular e insalubre. A área é federal e será reada ao estado para construção de um parque.
O governo estadual realiza desta terça-feira (13), operações para desmontar casas já esvaziadas dentro da matéria. As ações têm enfrentado resistência dos moradores, que denunciam violência policial. Na segunda-feira, manifestantes fizeram barricada com fogo nas linhas de trem que cercam a favela.
O anúncio foi feito em coletiva com o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado de São Paulo, Marcelo Branco, e do ministro das Cidades, Jader Filho. Foi o ministro quem anunciou o acordo entre governo federal e de SP para subsidiar as moradias.
O governo federal vai entrar com R$ 180 mil do programa Minha Casa Minha Vida, enquanto o estado subsidia R$ 70 mil por meio do Casa Paulista, somando R$ 250 mil para todas as famílias com renda mensal de até R$ 4,7 mil.
“Vamos estabelecer nessas aquisições o modelo novo, o compra assistida, que inauguramos no Rio Grande do Sul após as enchentes. Vamos adquirir imóveis prontos ou em finalização, e as famílias terão oportunidades de procurar suas habitações”, esclareceu Jader Filho.
Acordo entre governo federal e de SP 63i5c
O acordo entre governo federal e de SP também prevê o aumento do aluguel social de R$ 800 para R$ 1,2 mil durante o período de transição, incluindo as famílias que já tinha se mudado.

“Estamos todos lutando pela qualidade de vida de uma população extremamente humilde, que vive no centro da cidade de São Paulo. Temos o dever de ofício e o dever humano de resgate dessas famílias. Vamos caminhar em conjunto a partir de agora”, declarou Marcelo Branco, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo.
A conclusão do acordo entre governo federal e de SP encerra uma crise entre as duas partes. A Secretaria de Patrimônio da União (SUP) deu aval para que o estado iniciasse a desmontagem de casas esvaziadas, para impedir novas ocupações, porém o órgão recuou e congelou o ree da área, após denúncias de violência policial e derrubada de unidades sem o cuidado para não afetar outras residências.
Na quarta-feira (14), o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) acusou o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), seu adversário no segundo turno das Eleições de 2022, de se associar a irmã de um traficante para pressionar o governo federal a impedir a desocupação.
Para o líder do Ministério das Cidades, a prioridade para se chegar ao acordo entre governo federal e de SP foi o cuidado com as famílias.
“Dialogamos sobre a maneira que vai ser feito o processo de desmobilização das famílias, de modo que a gente possa atender as famílias de forma mais pacífica possível”, garantiu o ministro Jader Filho.
O secretário Marcelo Branco disse que esse era um dia muito feliz para o estado, após acordo entre governo federal e de SP. “Temos o entendimento que aquela área não é regularizada, as pessoas vivem em risco, de forma insalubre, portanto, essas casas têm que ser desmontadas. Temos o dever de entregar um equipamento público de qualidade para a população. E temos como foco a recuperação do centro da cidade de São Paulo.”
O governo do estado já tinha realizado a mudança de 186 famílias que moravam no Moinho desde o dia 22 de abril. Ao todo, 757 famílias tinham aderido ao reassentamento (89% do total). Até então, quem optava pela mudança recebia uma Carta de Crédito Individual para buscar uma casa no mercado.