Neste mês de dezembro, Presidente Getúlio completou mais um ano da pior catástrofe que assolou a cidade, localizada no Alto Vale do Itajaí. Se aram três anos da enchente que tirou a vida de 18 pessoas e causou inúmeros prejuízos.

Na noite anterior ao dia 16 de dezembro de 2020, o nível dos rios Krauel e dos Índios subiu rapidamente e o bairro Revólver foi o mais atingido pela força da água.
Em entrevista à NDTV, a professora Samara Oliani relembrou como foi aquela noite em que a água subiu rapidamente, sem dar tempo para retirar ou levantar nada.

“Ninguém esperava, não imaginava o que estava acontecendo, o rio estava subindo muito rápido e ninguém sabia de onde vinha tanta água. Só deu tempo de sair, coisa de cinco minutos, não deu tempo de erguer nada, perdi todos os móveis na época. Consegui salvar roupas e uma TV que ficavam mais alto”, comenta.
Apesar de todo o prejuízo, Samara conta que precisou ser forte para reconstruir tudo o que perdeu. Ela ainda lamentou todas as vidas perdidas no desastre.
“Foi um teste de força, determinação e resiliência. Não foram só bens materiais perdidos aqui no bairro, vidas foram perdidas e eu sempre digo como temos saúde e podemos ficar aqui, tivemos força e resiliência para reconstruir tudo”, disse.
João Pedroso perdeu a casa e seus pertences, mas com muita determinação reconstruiu sua casa, no mesmo local.
“Não deu pra sair de casa, a água estava ao redor da casa, a água era demais. Era só água, água entrando pela janela, a gente entrou em pânico. Eu fiz uma casa nova, mas dessa vez, fiz um pouquinho mais alta”, explica.

Ele ainda conta que quando chove, lembranças daquele triste dia retornam e causam aflição.
“Quando dá uma trovoada meio forte, a minha mulher fica apreensiva, a gente lembra da catástrofe, até dos que faleceram, um corpo veio parar aqui. A gente reza e pede pra Deus atender a gente nessas horas, não foi fácil, foi muito chocante”, conta.
Cidade é reconstruída após catástrofe 464u5x
O bairro Revólver foi o mais atingido e, por conta disso, a Prefeitura de Presidente Getúlio realizou diversas obras de restruturação como a troca da rede de água, revitalização do asfalto, além do memorial feito para homenagear as vítimas.
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Não foi somente o bairro Revólver que teve obras de restruturação, a região central da cidade também teve pavimentações, assim como todas as ruas que foram atingidas pelas cheias naquele ano.
“Nossa cidade foi toda reconstruída, todos os bairros receberam melhoria e o Revólver foi o que mais recebeu. No centro da cidade, trocamos toda a tubulação, asfaltamos a maioria das ruas e estamos fazendo todas as ruas centrais onde foi atingindo pela tragédia. Até o fim do ano, vai ficar apenas uma rua a ser asfaltada”, comenta o prefeito de Presidente Getúlio, Nelson Virtuoso (MDB).
Catástrofe marcou a história de Presidente Getúlio 3h5u5y
Um forte temporal atingiu a cidade de Presidente Getúlio na noite de 16 de dezembro de 2020 e, no bairro Revólver, praticamente todas as casas foram atingidas. Segundo os Bombeiros Voluntários da cidade, em alguns pontos, a água chegava no ombro dos moradores.
O Ginásio de Esportes Pereirão foi usado como base do então IGP (Instituto Geral de Perícias), atual Polícia Científica, para reconhecimento das vítimas das chuvas. Ao todo, 18 pessoas morreram.
A Prefeitura de Presidente Getúlio estima que a enxurrada deixou um prejuízo de R$ 60 milhões. O Governo Federal enviou R$ 17 milhões para obras emergenciais e o Estado de Santa Catarina contribuiu com R$ 5 milhões. Os R$ 38 milhões restantes vieram de recursos próprios.
Um ano depois, a prefeitura construiu um memorial em homenagem às vítimas da tragédia. Foram erguidos exatamente 18 pilares de granito, com uma placa contendo os nomes de todas as pessoas que partiram precocemente. Justo tributo às famílias que permanecerão com este vazio para sempre.