Na mesma semana, dois registros históricos foram encontrados em Morro da Fumaça, no Sul catarinense. Primeiro, uma carta assinada pelo ex-prefeito, Jorge Silva, em 1969, foi encontrada durante as obras no edifício da Câmara de Vereadores. Desta vez, uma cápsula do tempo, datada de 1960, foi localizada por uma equipe de infraestrutura da cidade na última sexta-feira (19).
Por meio das redes sociais, uma moradora da cidade, Cessonia Cândido, compartilhou com a prefeitura uma história que ouviu de seu avô, pouco tempo antes dele morrer.
Cápsula do tempo estava “esquecida” em um forro u3v3d
“A última vez que estive com o vô, ele falou que havia deixado uma garrafa, com uma carta, no forro da antiga estação do agente ferroviário, onde viveu por mais de 25 anos. Já tentamos achar em outras situações, mas nunca conseguimos, pensamos que agora talvez pudesse dar certo”, revelou a empresária.
Em uma rápida verificação da equipe designada, a cápsula foi encontrada. “Assim que recebemos a ordem do gabinete, nos deslocamos até o local, e para a nossa felicidade a garrafa estava lá, próximo ao telhado”, disse o secretário de Infraestrutura, Natan Felipe Souza.
O prefeito Agenor Coral e o vice-prefeito, Eduardo Guollo, acompanharam o momento da retirada do achado. “Foi uma rica surpresa, o documento tem mais de 60 anos e resgata o legado de um homem que teve importante participação no desenvolvimento de nossa cidade, mas que até então, não recebeu o devido reconhecimento”, comentou Noi Coral.
Escrita pelo então agente ferroviário e telegrafista José Cândido, a carta resgata o nome dos integrantes da equipe que atuava junto à ferrovia naquele período. “Estamos muito felizes com essa descoberta, pois, até então, o vô era um perfeito desconhecido e agora a história dele a a ser conhecida pela cidade”, apontou Márcia Regina Cândido Otto Adam, outra neta do agente.
Trabalho de preservação 2s3358
A estação do agente ferroviário, construída em 1925, completará 100 anos em 2025. O local é um dos quatro prédios ligados à linha férrea que o município almeja realizar um trabalho de preservação.
“Temos em nossas mão uma parte da história da cidade e de um cidadão fumacense. Este documento receberá o devido tratamento de restauração e preservação e ficará à disposição da população. Nosso objetivo, a longo prazo, é promover um amplo resgate da história do município e dos principais prédios ligados à linha férrea”, esclareceu o vice-prefeito, Eduardo Guollo.
Segundo a diretora do Departamento de Cultura de Morro da Fumaça, Rosângela Maragno, muitos itens do tipo estão sendo recebidos pelo Centro Cultural e, em breve, serão destacados em um museu.
“Estamos vivendo um momento muito feliz em nossa história. Por muitos anos essa riqueza ficou em segundo plano e, agora, podemos fazer esse resgate”, relatou Danda.
História do avô: quem foi José Cândido? 6w1z
Filho de uma das primeiras parteiras da cidade, Custódia Cândido Davi, e do agricultor Cândido Davi, José Cândido é um dos quatros filhos da família Davi, um dos muitos sobrenomes que contribuíram para o desenvolvimento de Morro da Fumaça.
O homem viveu na cidade até meados de 1960, quando se mudou para Criciúma. Já em 1969, em busca de uma vida mais tranquila, foi para Curitiba morar próximo a uma das filhas.
Ao lado da esposa, Cessonia Cândido, o ex-agente ferroviário teve dez filhos e morreu em 1997, em Curitiba.