Dados reados com exclusividade para o portal ND+ mostram um panorama do cenário que vive o público LGBTQIA+ em Florianópolis. Segundo a pesquisa realizada pelo Vote LGBT, 52,7% do público da Parada sofre de insegurança alimentar.
A estimativa da organização do evento é que cerca de 70 mil pessoas tenham ado pela 15ª Parada do orgulho LGBTQIA+ de Florianópolis, no dia 11 de setembro de 2022. Foi este público que participou do estudo.

O levantamento apontou, por exemplo, que 55,5% precisaram reduzir, ao menos uma vez nos últimos três meses, a variedade ou quantidade de alimentos comprados. No mesmo período, 39,6% das pessoas entrevistadas se preocuparam com a possibilidade de a comida acabar antes de poderem comprar mais alimentos. Outros 32% afirmaram quue ficaram sem dinheiro para uma alimentação saudável e equilibrada nos últimos três meses.
De acordo com Fabrício Bogas Gastaldi, presidente da Acontece LGBTI+ e do Conselho Estadual de Direitos Humanos de Santa Catarina, a pesquisa significa muito para a comunidade LGBTQIA+.
“A pesquisa consegue produzir dados reais no dia mais importante do ano para a comunidade, a Parada da Diversidade. Podemos perceber que temos problemas de saúde mental, insegurança alimentar e dificuldade à educação e mercado de trabalho”, conta.
Saúde mental e preconceito w637
O diagnóstico prévio de algumas condições de saúde, trazido pela pesquisa, mostra que a ansiedade foi a condição de maior incidência neste público, com 33,8%. Em seguida vem a depressão, com 19,3%; doenças respiratórias crônicas, com 10%; pressão alta, com 9,2%; Outras Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs, com 5,2%; Diabetes (exceto gestacional), com 3,8%; HIV / AIDS, com 3,6%; Doenças autoimunes, com 2,8%; Doenças cardiovasculares, com 2,6%; e Câncer, com 1,2%.
Violência 4z442y
O levantamento também questionou se essa população já havia sofrido algum tipo de violência. A maioria, 54,3%, relatou já ter sofrido LGBTIfobia; 31,8% afirmou ter sofrido com os machismos; 19,5% com outras formas de preconceito/discriminação; e apenas 17% relatou não ter ado por nenhuma dessas situações.
Gastaldi ressalta ainda que “isso mostra que estamos muito longe da sociedade igualitária”.

Idade 186r4c
Do público presente na Parada, 23,7% tinha entre 20 e 24 anos, 20,5% tinha entre 25 e 29 anos, 19,3% entre 16 e 19 anos, 15,1% entre 30 e 34 anos, 6,4% entre 35 e 39 anos, 5,2% de 40 a 44 anos, 3,2% de 45 a 49 anos, 2,8% de 50 a 54 anos, 2,6% entre 55 e 59 anos e 1% declarou ter mais de 60 anos.
Outro dado importante do levantamento apontou que 37% da população se identifica como bi ou pansexual, 23,5% como gay, 18,5% como heterossexual, 16,1% como lésbica e 1,4% como assexual. Neste mesmo campo, 1,4% das pessoas entrevistadas não soube responder e 2% preferiu não declarar sua sexualidade.
No mesmo levantamento, 63,6% da população entrevistada se declarou como branca, 18,9% se declarou parda, 14,5% como preta, 2,2% como amarela e 0,8% como indígena. Destes, 79,5% se identificam como cisgêneras, ou seja, que se reconhecem no sexo que lhe foi atribuído ao nascer, sendo que 45,9% são mulheres e 33,6% são homens. As identidades trans representaram 12,9% da amostra e estão distribuídas entre não-bináries (7,5%), homens trans (2,8%) e mulheres trans e travestis (2,6%). 7,5% preferiu não declarar sua identidade de gênero.