A ambulante e professora de tricô, Fernanda Podeleski, de 52 anos, realizou uma boa ação no fim de julho, poucos dias antes de ter escapado de um tiroteio no Centro de Florianópolis. Ela relaciona o gesto ao “livramento” que teve no dia 2 de agosto: “se plantar o bem, vai colher o bem”.

Ela encontrou uma CNH ao lado de sua banca, na rua Álvaro de Carvalho, na esquina com a Felipe Schmidt. Fez uma busca ativa para tentar localizar a dona: procurou pelo nome em várias redes sociais, mas não teve sucesso. Foi então que decidiu publicar em seu perfil no Facebook.
“ou uns dias, a moça entrou em contato e disse que o marido ia fazer a retirada. Ele ou lá para pegar”, conta. No dia 31 de julho ela fez a publicação contando que entregou o documento.
Já no dia 2 de agosto, apenas dois dias depois, Fernanda chegava ao Ticen (Terminal de Integração do Centro) por volta de meio-dia, minutos depois de dois criminosos assaltarem uma loja de celulares na rua Álvaro de Carvalho, na esquina com a Felipe Schmidt, e entrarem em confronto com a polícia.
Emocionada, Fernanda enviou um áudio para o filho contando o que tinha acontecido. “Foi só a mãe ar a porta do banheiro, deu cinco segundos e eu ia estar descendo do ônibus e ia tomar esse tiro. Tá bom? Reflete tudo o que você está fazendo, pensa melhor, tá? Agradece enquanto eu estou aqui contigo, para cuidar de ti, para te proteger, para te dar amor, para fazer a tua comidinha”, disse. A ambulante ficou bem e foi trabalhar em seguida.

Além disso, Fernanda não gosta de comentar, mas gentilezas fazem parte de seu cotidiano. Várias vezes ela ajuda pessoas com deficiência visual a atravessar a rua, além de ter criado um canal no YouTube para ensinar senhoras a tricotar e a fazer renda extra.
“Por eu fazer essas coisas, sem me preocupar com o retorno ,além de Deus me dar vida, me dá saúde, porque eu tenho 52 anos e não tenho ruga no meu rosto, não tenho doença nenhuma, eu não tomo absolutamente nenhum tipo de remédio”, finaliza.