Namorado de ativista LGBT que morreu afogada em SC fala sobre acidente: ‘em estado de choque’ f1971

Drica D’arc Meirelles, de 35 anos, morreu após se afogar na Beira-Mar Norte, na madrugada de segunda-feira (1º); amigos e familiares lamentaram a morte da ativista

Amigos, colegas de trabalho e familiares prestaram homenagens à Drica D’arc Meirelles, de 35 anos, ativista LGBT que morreu afogada em Florianópolis na madrugada de segunda-feira (1º).

Drica Meirelles, ativista LGBT - Na foto, mulher negra, de cabelos pretos e cacheados sorri usando vestido verdeDrica Meirelles era estudante do curso de Serviço Social na UFSC – Foto: Instagram/Reprodução/ND

O designer gráfico Alejandro Vaz, que namorava a ativista LGBT, relembrou que foi assistir o show da virada na Beira-Mar com os familiares e a companheira.

“Estava tudo muito divertido e feliz, nossos vídeos comprovam isso. Porém, Drica era ‘fraca para bebida'”, contou Alejandro.

De acordo com o namorado, a mãe dele foi acompanhar Drica ao banheiro e como ela já estava “alta” acabou perdendo a bolsa e o celular. Vaz explica que se afastou de Drica para tentar achar os pertences dela junto com a mãe.

“Em questão de cinco, 10 minutos já anunciaram que ela tinha adentrado ao mar. Tentei avistá-la, porém, sem sucesso. Gritei, na esperança que ela voltasse, talvez fosse uma pegadinha – como já fizemos – porém, o tempo ou e Drica não ressurgiu”, lamentou o namorado da vítima.

Drica e o namorado aproveitaram o show do cantor Alexandre Pires, no Réveillon de Florianópolis, momentos antes do acidente – Vídeo: Reprodução/ND

Alejandro Vaz relembra ainda que chegou a sair do local em “estado de choque” pois não “queria ver o pior”, e que depois disso foi contatado pelas equipes da polícia que informaram ter achado o corpo da ativista LGBT.

“Apresentei ela para a minha família, a qual tinha e tem muito apreço por ela. Foi capaz de provar que mulheres trans também são capazes de cuidar, amar e constituir família. Que esteja em paz ao lado do Altíssimo”, completou.

Homenagens a ativista LGBT 1f718

Drica era natural de Parintins, no Amazonas, mas morava em Florianópolis – Foto: Instagram/Reprodução/NDDrica era natural de Parintins, no Amazonas, mas morava em Florianópolis – Foto: Instagram/Reprodução/ND

Nas redes sociais, pessoas que conviviam e trabalhavam com a ativista LGBT, ressaltaram a alegria e a competência de Drica.

“Lamento de todo coração, seu sorriso sempre viverá em nossas lembranças”.

“Drica, toda a minha iração, dividi uma mesa com ela em 2023 onde mais aprendi do que contribui. Muita luz para a Drica”.

Em nota publicada no perfil da Rede Trans da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) nas redes sociais, a entidade lamentou a morte de Drica e afirmou que “sua atuação dentro e fora da universidade contribuíram fortemente para a conquista dos direitos da população trans”.

Leia a nota na íntegra: 6b4v5u

“Com enorme pesar recebemos a notícia no inicio do dia de hoje da partida da nossa amada e brilhante colega Drica Meirelles.

Drica foi uma mulher trans negra, estudante de Serviço Social na UFSC, diretora da ADEH e ativista dos Direitos Humanos das pessoas trans e travestis.

Sua atuação dentro e fora da universidade contribuíram fortemente para a conquista dos direitos da população trans, a exemplo da política trans recentemente aprovada no âmbito da UFSC, em que Drica atuou como articuladora e fez parte dessa conquista.

Drica era forte, sempre sensível nas lutas e combativa no enfrentamento à transfobia. Na UFSC, enfrentou na linha de frente diversos silenciamentos e ataques transfóbicos.

Começamos 2024 em Luto!

Que sua partida não seja sinônimo de dor e ividade, mas sim de luta e combate às violências transfóbicas, como bem ela sempre nos ensinou em vida. Que possamos dar um basta nesse Cistema que nos aniquila todos os dias.

À Drica, nosso mais profundo respeito e gratidão. À sua família e amigues, desejamos conforto e força neste momento difícil”, diz a nota.

Quem era Drica Meirelles 54233g

Nascida em Parintins, Amazonas, Drica, mudou-se para Florianópolis em 2017 em busca de oportunidades melhores para estudo, trabalho e uma vida mais plena.

Segundo sua tia, Celma Meirelles, a decisão foi motivada pela busca de um ambiente mais progressista e menos preconceituoso em comparação com o Norte do Brasil, onde nasceu.

Drica D’arc Meirelles - Mulher negra de cabelos escuros e médios sorrindoDrica D’arc Meirelles morreu afogada na segunda-feira (1º) – Foto: Divulgação/Floripa.LGBT

Drica era estudante de Serviço Social na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e rapidamente começou a se destacar na cena cultural e política, especialmente na luta pelos direitos humanos e inclusão da população LGBTQIAP+.

Relembre o caso 2i3m4n

O incidente ocorreu na madrugada do dia 1º de janeiro. O CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina) recebeu um chamado às 3h28, informando que uma mulher havia entrado no mar próximo ao trapiche da Beira-Mar Norte.

Após nadar alguns metros, Drica Meirelles começou a se debater e submergiu.

O corpo de Drica foi encontrado nas proximidades do trapiche, por volta das 9h. O IML (Instituto Médico Legal) assumiu a investigação da causa da morte.

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