De ville, Santa Catarina, Helen Müller Nagano acompanha com apreensão e expectativa a saída da irmã Kelly Müller da zona de guerra na Ucrânia.

Kelly, o marido Fabio e a filha Mikaela conseguiram chegar até a estação central de trem de Kiev na manhã desta segunda-feira, dia 28, e de lá iriam partir para a fronteira.
Horas antes, Kelly estava abrigada, junto a outros estrangeiros, no subsolo de um condomínio residencial na capital ucraniana.

A brasileira, que morou e tem familiares no Planalto Norte de Santa Catarina, agradeceu todo o apoio da embaixada que, segundo ela, foi rápida na ajuda ao grupo.
Enquanto isso, em ville, a irmã Helen e a mãe Evelin Schelbauer Müller contam as horas para poder segurar nos braços a pequena Mikaela, e afagar Kelly e Fabio.
“Estou mais tranquila porque a última informação que tivemos dela era de que estavam na estação de trem. Ela também havia conseguido os documentos, aporte da Mikaela”, comentou Helen.
Antes, porém, os familiares estavam todos muito inseguros, abalados com tudo o que aconteceu.
Durante à tarde desta segunda-feira, porém, Kelly não entrou mais em contato para dizer se conseguiu chegar à fronteira da Polônia como inicialmente previsto.
“Esperamos que essa falta de notícia seja porque ela conseguiu embarcar e está em deslocamento. De manhã, ainda não sabiam para que cidade iriam, se teriam de trocar de trem, enfim….”
Infelizmente, por volta das 19 horas desta segunda-feira, a irmã conseguiu contato com Kelly e soube que eles não conseguiram embarcar no trem para Varsóvia. “Continuam na estação de Kiev e vão tentar outros trens.”
VEJA OS VÍDEOS QUE KELLY GRAVOU NA ESTAÇÃO DE KIEV 5t3g4j
Vídeo: Arquivo pessoal/Kelly Müller
Vídeo: Arquivo pessoal/Kelly Müller
Dias de aflição 4o1cc
Kelly e Fabio foram até Kiev para buscar a filha Mikaela gerada por meio de barriga de aluguel. Eles não imaginavam que ficariam presos no país em meio a uma guerra.
“Toda a vez que ficávamos sem comunicação era uma aflição só. Havia também informações desencontradas”, comenta a irmã Helen.
A mãe Evelin, que atualmente mora em Mafra, mas neste momento está em ville, revive o drama toda a vez que alguém busca notícias da filha.
O fato é que ninguém imaginava que isso poderia acontecer, que essa guerra seria deflagrada.
“Pegou todo mundo de surpresa. Havia uma ameaça de invasão, mas não imaginávamos que iria se concretizar”, continua a irmã, que mora há cerca de 18 anos em ville.
Agora, os familiares esperam por dias mais tranquilos e o momento do reencontro, que ainda não tem data nem hora para acontecer. Mas o importante é que estejam a salvo e consigam chegar ao Brasil.
VEJA VÍDEOS QUE HELEN GRAVOU AO GRUPO ND 2i2e2d
Vídeo: Arquivo pessoal/Divulgação ND
Vídeo: Arquivo pessoal/Divulgação ND
Kelly tem mais uma irmã que mora no Canadá. De lá, ela também acompanha com ‘o coração na mão’ toda a movimentação de Kelly, Mikaela e Fabio.
Kelly, que é jornalista e técnica judiciária, mora em Guaratuba, no Paraná.