De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, atualmente há 4,2 mil crianças e adolescentes aguardando pela adoção no Brasil. Em Santa Catarina, o número de pessoas dispostas a adotar na fila de espera é 12 vezes maior que a quantidade de crianças consideradas disponíveis.
Mas por que essa conta não fecha? Perto do Dia Mundial da Adoção, celebrado em 9 de novembro, essa é uma das questões debatidas no 11º episódio do podcast aDiversa.

Participam do episódio “O que você precisa saber antes de adotar”, a advogada especializada em Vara de Família Mara Poffo, a psicóloga, mestre e doutora em Psicologia do Desenvolvimento da CEJA (Comissão Estadual Judiciária de Adoção) Quele Gomes, e Juliana Fiorott, doutoranda em Psicologia pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e coordenadora do Grupo de Reflexão para pais e mães adotantes da universidade.
Presidente do Grupo ND, Marcello Corrêa Petrelli é a cota masculina do episódio e compartilha sua experiência com a adoção dos dois filhos.
Mara abre a conversa explicando a função primordial da adoção. “Não estamos aqui para proteger a família que vai adotar, mas aquela pessoinha”, explica.
Quele Gomes explica que, para além do amor e da vontade de adotar, o conceito de responsabilidade parental deve ser norteador do processo.
“Isso inclui o comprometimento com o desenvolvimento psicológico dessa criança ou adolescente, disciplinar, mostrar as regras sociais do mundo”, afirma.
Juliana completa que é fundamental “trabalhar a desconstrução da adoção” e de certas crenças que a permeiam com ajuda da psicoterapia. “A temática da escolha do perfil, as características da criança ou do adolescente, as dúvidas sobre o pós-adoção, o processo de vinculação, a rede de apoio. Tudo deve ser pensado”, ressalta.
Ato de amor e irrevogável
Apresentadora do podcast, a editora do ND+ Luciana Barros destaca a importância de se entender e respeitar a história prévia da criança ou adolescente antes da chegada ao novo lar.
“A criança teve uma história prévia, isso está com ela e os pais precisam entender. Foi o caso do meu irmão. Desde pequeno nós conversámos com ele sobre a família biológica”, afirma.
Marcello Petrelli concorda e acrescenta que é essencial quebrar o tabu acerca da adoção. “Acho que precisamos de mais campanhas de comunicação. Eu tinha 35 anos quando comecei o processo e desde o primeiro momento tinha a plena consciência de que era uma responsabilidade eterna. Exatamente a mesma que se tem com um filho biológico”, completa.
O episódio também explica todo o o a o do processo e sobre como a adoção é um processo irrevogável legalmente.
Sobre o podcast tdf
Apresentado pela editora do ND+ Luciana Barros, o podcast aDiversa debate temáticas do dia a dia das mulheres, com bom-humor, leveza e uma dose de polêmica. Os novos episódios vão ao ar todas as sextas-feiras, às 7h, na página da editoria Diversa+.