Se você costuma ir à praia no Litoral Norte catarinense, talvez já tenha se deparado com a seguinte situação: diversos banhistas batendo palmas em conjunto e observando o local. A atitude, contudo, pode ser muito útil para ajudar na localização de crianças perdidas em meio à multidão, especialmente na temporada de verão.

A prática tem se tornado frequente em praias de Santa Catarina. “É até comum as pessoas quando tem uma criança perdida começarem a bater palmas, justamente para chamar a atenção dos pais ou responsáveis que estão ali próximo, e que vão encontrar a criança”, afirma o Tenente Douglas, do 7º Batalhão de Bombeiros Militares de Santa Catarina, região de Itajaí a Itapoá.
A ação visa chamar a atenção tanto dos pais, que podem não ter percebido que a criança se perdeu, quanto da própria criança.
Às vezes, ao brincar na areia ou na beira do mar, a criança não se dá conta de que já se afastou do local onde a família está.
Com as palmas, os banhistas presentes no local também se mobilizam para que a criança possa encontrar os pais.
“A praia lotada favorece isso também. Você imagina, você está na praia, sentado na cadeira, e tem uma multidão de gente na tua frente. Criança é assim: a criança está aqui, na sua frente, você está olhando. Se tiver uma multidão na praia, um local com grande público, às vezes a criança está a cinco metros de você, e você já não vê mais a criança”, explica o Tenente.
Essa não é a única forma de evitar que as crianças se percam na praia. Algumas medidas preventivas também podem ser tomadas por pais ou responsáveis para evitar essa situação angustiante.
Pulseiras de identificação são ofertados por postos guarda-vidas de Santa Catarina. Ao chegar na praia, é só procurar o posto mais próximo e solicitar o item.
Na pulseira, é possível colocar dados dos pais ou responsáveis que facilitam na hora em que uma criança se perde, ou procura ajuda dos guarda-vidas.
Nada impede também que os pais confeccionem suas próprias pulseiras com dados de identificação para as crianças.
Outra dica e vestir a criança com roupas chamativas, que se destaquem com maior facilidade na multidão.
O melhor a se fazer é orientar as crianças quanto aos cuidados na praia. Pais podem indicar um ponto de referência, seja um posto guarda-vidas, quiosque ou prédio, para a criança se localizar e se manter próxima.
Também é importante combinar um pouco de encontro caso a criança se perca, ou então orientá-la a procurar o posto guarda-vidas mais próximo. Os Bombeiros saberão como conduzir a situação e levar a criança de volta aos pais.
O Tenente Douglas explica que o papel dos guarda-vidas tem mudado ao longo dos anos, o que reflete inclusive na nova nomenclatura. Antigamente, os chamados “salva-vidas” atuavam somente no resgate de pessoas em situação de afogamento.
Hoje, os guarda-vidas atuam na prevenção e cuidados com os banhistas, garantindo a segurança e evitando afogamentos.
“Na última semana foi realizado o Projeto Golfinho, com o objetivo principalmente de prevenir afogamentos, esse é o foco principal. E aí são readas outras orientações para as crianças”, afirma.
Durante a manhã, os guarda-vidas identificam as condições do mar e sinalizam com o uso das bandeiras. Ao longo do dia, a condição do mar pode mudar, e por isso o cuidado é constante.
“Com o ar do tempo, a sociedade vai tendo essa percepção do risco, e vai havendo menos afogamentos”, conclui.