A missão Dart, da Nasa, agência espacial norte-americana, começou com sucesso na madrugada da última quarta-feira (24). A sonda será responsável pelo teste de redirecionamento de asteroide duplo, que vai tentar desviar a rota de um asteroide, com o objetivo de checar se possui tecnologia suficiente para proteger o planeta de um possível risco futuro.

O professor Alexandre Zabot, doutor em física e subcoordenador do curso de Engenharia Aeroespacial, da UFSC de ville, foi um dos especialistas consultados em reportagem do Estadão.
Segundo Zabot, a sonda será enviada para o sistema binário de asteroides Didymos – Dimorphos, e deve colidir deliberadamente com o asteroide menor, Dimorphos, de 160 metros de diâmetro, que orbita o outro maior, o Didymos, com 780 metros de diâmetro.
O professor explica que “quanto maior for o tamanho do objeto, menor será a frequência com que ele cai na terra. Corpos com 100 metros de diâmetro são mais preocupantes, por exemplo, do que aqueles com 10 quilômetros – como o responsável por extinguir os dinossauros há 66 milhões de anos”. Em resumo, uma técnica de desvio poderia evitar danos localizados, mas não globais.
O sistema binário de asteroides Didymos – Dimorphos foi escolhido pela proximidade com a Terra, permitindo que especialistas em defesa planetária possam observar e medir o impacto cinético da sonda.
Embora o corpo celeste não represente ameaça ao planeta Terra, a missão permitirá saber se a tecnologia pode ser utilizada para proteger a humanidade de ameaças futuras.
Como foi o lançamento da Missão Dart 55418
A bordo de um foguete Falcon 9 da Space-X, a sonda Dart foi lançada às 3h21, no horário de Brasília, da base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia (EUA). ada cerca de uma hora do lançamento, a nave se separou do foguete.
Minutos depois, os operadores da missão receberam os primeiros dados de telemetria e iniciaram o processo de orientação dela para uma posição segura para abertura de seus painéis solares – o que ocorreu, com sucesso, após duas horas.
Segundo a agência norte-americana, nenhum asteroide conhecido representa uma ameaça à Terra – pelo menos até o próximo século.
A missão Dart funciona como um teste-chave antes de qualquer ameaça real, para coletar dados sobre a possibilidade de deflexão de um asteroide por meio de uma técnica chamada de impacto cinético.
“A Dart está transformando a ficção científica em fato científico”, disse o da Nasa, Bill Nelson. “Além de todas as maneiras como a Nasa estuda nosso universo e nosso planeta natal, também estamos trabalhando para proteger essa casa. Esse teste ajudará a provar uma maneira viável de proteger nosso planeta de um asteroide perigoso, caso algum dia um venha em direção à Terra.”
A sonda da Dart ruma até um sistema de asteroides binário. Com uma velocidade de seis quilômetros por segundo, de forma autônoma, a nave deve colidir deliberadamente com o Dimorphos, um asteroide de 160 metros de diâmetro, que orbita outro maior, o Didymos, com 780 metros de diâmetro.
Pela proximidade com a Terra, o sistema Didymos permite que especialistas em defesa planetária observem e meçam o impacto cinético da sonda.
Com a colisão, os cientistas estimam reduzir em vários minutos o período orbital do Dimorphos. A escolha da data de colisão, que deve ocorrer entre outubro e novembro do próximo ano, foi proposital. A cada 770 dias, o Didymos fica a 11 milhões de quilômetros do planeta.
Com informações mais específicas sobre o Dimorphos, como massa e estrutura interna, e da cratera a ser deixada pela Dart, será possível tornar o impacto cinético em uma técnica replicável. Assim, em caso da aproximação de um asteroide que realmente possa causar danos ao planeta, os cientistas estarão prontos para contorná-lo.
*Com informações da Agência Estado.