Uma história real contada de forma despretensiosa entre família foi o fio condutor para o curta-metragem “Macumba: Folclore de Família”, que começou ser gravado nesta terça-feira (17) em Florianópolis. O roteiro é da catarinense Aline Andrade e retrata um drama sobrenatural que se a no Sul do Brasil dos anos 1960.
De acordo com a roteirista e diretora, que vive e trabalha em Los Angeles e Hollywood há 20 anos, esse é o seu primeiro projeto no Brasil e tem um carinho especial. “Meus projetos sempre tem um tópico pessoal e emocional. Esse é pessoal ao nível que é uma história de família”, comenta Aline.
No filme, ela retrata a história da avó que decide preparar uma macumba falsa. Depois disso, Elisabeth, de 12 anos, começa a ter visões de Iansã – o Orixá dos ventos. Iansã dá uma missão a Elisabeth: ela precisa enfrentar o pai e pedir que ele não bata mais nela.
Quando a menina toma coragem de falar com ele, a dinâmica da família muda e o trauma geracional é quebrado. “É uma história de pais e filhos crescendo juntos emocionalmente”, destaca. A trama envolve questões emocionais entrelaçadas com a fé. “Eu conectei as qualidades das duas religiões locais”, comenta.
Aline conta que o filme foi escrito primeiro em inglês, com algumas frases em português, pois sua ideia inicial era filmar em Los Angeles, mas quando começou a mostrar o roteiro para alguns conhecidos percebeu que fazia mais sentido filmar no Brasil.
Apesar da história real se ar em Tubarão, por questões logísticas e disposição da equipe, a cidade escolhida para as filmagens foi Florianópolis. “Quando comecei a encontrar o time que me fez sentir que o filme ia estar em boas mãos, percebi que todo mundo morava em Florianópolis”. Segundo a diretora, a capital catarinense além de ser prática para as filmagens também tem potencial visual.
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Para criar toda a cumplicidade necessária entre os atores, Aline deixa a cena fluir com diálogo e eventos que vêm da imaginação de cada ator. Depois, editando, é que ela leva em consideração o ritmo da cena e, assim, vai criando a cadência do filme.
Depois de todo o processo finalizado, o curta-metragem, que é produzido de forma independente, será enviado para diversos festivais de cinema nacionais e internacionais. O objetivo é dar visibilidade ao projeto e assim conseguir parcerias para filmar o longa-metragem também em Santa Catarina.