
O colunista e escritor Justin Bariso, especialista em liderança e inteligência emocional, criou o que ele chama de a “regra da máquina de lavar louça”.
A inspiração veio de casa: ele e a esposa têm jeitos completamente diferentes de organizar os utensílios na lavadora e, ao longo de 17 anos de casamento, isso rendeu mais do que pratos limpos.
Segundo o especialista, o ponto não é como a louça é colocada, mas sim, que ela fique limpa no final. A frase que resume a lição é direta: “há mais de uma maneira de carregar uma máquina de lavar louça.”
Apego emocional que impede de evoluir 1q2w3h
Essa constatação simples tem aplicação prática no trabalho, especialmente para quem ocupa posições de liderança.
Bariso propõe que o apego emocional à forma como fazemos as coisas, mesmo as mais banais, está ligado a traços da nossa personalidade e aos hábitos que cultivamos.
Ele explica ainda o modelo psicológico dos “Cinco Grandes” traços (Abertura, Conscienciosidade, Extroversão, Amabilidade e Neuroticismo), que pode ajudar a entender por que nos irritamos quando alguém faz diferente.

Pessoas muito organizadas ou pouco abertas a novas experiências, por exemplo, tendem a resistir a mudanças ou formas alternativas de fazer as coisas.
Além disso, a repetição cria hábitos que, por sua vez, geram conforto. Se você sempre coloca os talheres com o cabo para cima na máquina de lavar louça porque acredita que é mais prático, pode resistir a mudar mesmo que haja argumentos contrários.
“Embora minha esposa insista que tudo fica mais limpo quando você abaixa os cabos, acho a diferença pequena. Mas, ito: ela está certa”, diz ele.
Como aplicar a regra da máquina de lavar louça? 16q3u
No mundo corporativo, isso se traduz em um desafio comum: micro gerenciamento.
Líderes que insistem que tudo seja feito à sua maneira acabam minando a autonomia das equipes.

Ao aplicar a “regra da máquina de lavar louça”, a ideia é reconhecer que existem várias formas válidas de alcançar o mesmo objetivo.
Ao dar espaço para que os outros façam do jeito deles, o gestor cria um ambiente mais saudável e confiante.
Bariso argumenta que essa flexibilidade desenvolve inteligência emocional e ajuda a construir um time mais resiliente, criativo e engajado.
“Quando você se lembra de dar liberdade aos outros, não está sendo negligente, mas sim incentivando um espaço seguro para trabalhar.”
No fim das contas, liderar com abertura significa aceitar que o seu jeito não é o único jeito. E às vezes, deixar alguém “carregar a lava-louças” do próprio jeito é o o mais simples para se tornar um líder melhor.