Com 3 mil componentes, o maior dos últimos anos, chuva e uma bateria “fundida” com orquestra, a Coloninha encerrou o desfile das escolas de samba de Florianópolis por volta das 6h. A Gigante do Continente realizou um mosaico da trajetória das três décadas da Camerata de Florianópolis: as misturas de gênero, os personagens de orquestra e o vínculo com a Capital.
Um dos destaques fica por conta da bateria, formada pelos membros da Batucada da Unidos e por integrantes de orquestra. Em certo momento, os instrumentistas subiam em cima de um banco e tocavam violinos e outros instrumentos de corda, que se misturavam às cuícas e batucadas. Era um samba-enredo com arranjo orquestral.
O desfile começou com figuras célebres do Carnaval: pierrots eram sucedidos por arlequins e colombinas. Os atos seguintes aludiam à fusão de gêneros característicos da trajetória contemporânea da Camareta: a Nego Querido foi tomada por alas de sertanejos, roupas irreverentes do rock e pop, o figurino do samba e do chorinho. É retrato de uma orquestra que, a título de exemplo, sinfoniza Marília Mendonça e Dazaranha.
Por volta dos vigésimo minuto, uma chuva forte despencou na arela Nego Quirido e amanheceu. Os integrantes não aparentarem o menor sinal de desânimo. O terceiro ato do desfile aprofundou a música clássica: surgem componentes que tratam das origens, como a ligação com os ritmos indígenas e a musicalidade do período barroco.
O quarto carro alegórico, o último, versa sobre um capítulo presente do grupo: uma grande coroa marca a “coroação” da Camerata na arela Nego Quirido. No meio está o maestro da Camerata, Jefferson Della Roca. “Jamais imaginei que uma escola de samba, uma comunidade, homenagearia nossa luta de tantos anos”, afirmou.