Eterno Meyer Filho: Masc abre nesta quinta projeto que celebra a grandeza do artista 1r3c27

As múltiplas facetas deste artista aparecem nesta produção realizada entre 1940 e 1991, organizada e mantida pelo Instituto Meyer Filho, istrado pela pesquisadora Sandra Meyer - filha de Meyer 6j3c6f

A exposição “Arquivos Implacáveis Meyer Filho” abre nesta quinta-feira (29) no Masc (Museu de Arte de Santa Catarina) em homenagem a Ernesto Meyer Filho (1919-1991), autor de uma poética que se mantém vibrante, provocadora e cheia de curiosidades que o colocam no patamar da arte de Santa Catarina. Desenhista, pintor, tapeceiro, formado em ciências contábeis, aposentado pelo Banco do Brasil, marido, pai.

Autodidata na pintura e desenho, conhecedor da história da arte e da história natural, um incentivador modernista que ajudou a mudar paradigmas estéticos no Estado, portanto, uma força, um arquivista. As múltiplas facetas deste cidadão artista aparecem nesta produção realizada entre 1940 e 1991, organizada e mantida pelo Instituto Meyer Filho, istrado pela pesquisadora Sandra Meyer – filha de Meyer. A mostra está inserida em um projeto se estenderá por quatro meses em Florianópolis, com a oferta de cursos, oficinas, atividades educativas e seminário.

Meyer Filho: Desenhista, pintor, tapeceiro, formado em ciências contábeis, aposentado pelo Banco do Brasil, marido e pai – Foto: Divulgação/NDMeyer Filho: Desenhista, pintor, tapeceiro, formado em ciências contábeis, aposentado pelo Banco do Brasil, marido e pai – Foto: Divulgação/ND

Os atributos artísticos e o interesse arquivístico de Meyer Filho permitem apresentá-lo de diferentes formas. Além da exposição no Masc, contempla um livro, um documentário e um site que serão lançados neste período. Obras de suas fases criativas, anotações, cartas, recortes de jornais, fotografias, convites de exposições, catálogos, charges, um conjunto de documentos guardados em cinco décadas de atuação que retiram o artista da redução “pintor de galos”, disseminada por muitos que pouco sabem sobre tudo o que ele fez e representa na história da arte do Brasil.

Não à toa, recentemente em São Paulo, foi incluído na exposição “Raio-que-o-Parta: Ficções do Moderno no Brasil”, uma revisão no centenário da Semana de Arte Moderna para dar visibilidade aos modernistas de todo o país. Na ocasião, Clarissa Diniz, uma das curadoras, justificou a escolha por Meyer Filho pelo retrato das ambivalências da vida, a violência e os conflitos sociais. Para ela, o artista “evita as abordagens idílicas, doces, enfim, que pensa a cultura popular como lugar de beleza e poesia somente”.

Tudo em torno de Meyer Filho, inclusive o papel da família na guarda do espólio, está no plano da consistência – Foto: Divulgação/NDTudo em torno de Meyer Filho, inclusive o papel da família na guarda do espólio, está no plano da consistência – Foto: Divulgação/ND

Mais do que um ilustrador do folclore, Meyer Filho resgata o não saber, o resto das paisagens que habita e pelas quais a, os costumes e gestos mais arcaicos, as conversas de boteco, o erotismo para rearticular um mundo outro, sequestrado ou distante, mas capaz de subverter a violência da história e do presente”, diz Bianca Tomaselli, que integra o projeto “Arquivos Implacáveis” dando o curso on-line “Meyer Filho, Terra em Fuga”.

“Arquivos Implacáveis”, portanto, reveste-se de suma importância. Com curadoria de Kamilla Nunes e Gabi Bresola, o momento comemorativo possibilita ar o testemunho do artista por meio de obras e documentos que se abrem para múltiplas leituras. No registro de suas próprias pegadas, os visitantes irão se deparar com o legado de um fundador de “discursividade”, como dizia o pensador Michel Foucalt (1929-1984), ou seja, aquele que instiga novos textos e pensamentos.

Tudo em torno de Meyer Filho, inclusive o papel da família na guarda do espólio, está no plano da consistência. Com sua simbologia pictórica, em procedimentos de repetição e transformação, convida ao desafio de derrubar ideias fixas e sobretudo olhar para dentro de si mesmo, que é o grande papel da arte. Como ele dizia, confirmo e dou fé pública.

Exposição “Arquivos Implacáveis Meyer Filho” abre nesta quinta-feira (29) – Foto: Divulgação/NDExposição “Arquivos Implacáveis Meyer Filho” abre nesta quinta-feira (29) – Foto: Divulgação/ND

Na história da arte

Inquieto, afinado com a história da cidade, Meyer Filho organiza no fim dos anos 1950 os dois primeiros salões de arte moderna de Santa Catarina, fora do Estado. Nos primórdios do Masc, primeiro museu de arte moderna no país criado em 1949 por decreto estadual, ele realiza a sua primeira mostra individual, em 1958. Funda e preside o Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis. Integra o Grupo Sul, que lidera o movimento de arte moderna no Estado, no qual participa como ilustrador da revista “Sul”, editada nas décadas de 40 e 50.

Serviço:

O quê: Exposição “Arquivos Implacáveis Meyer Filho”

Quando: 29/9/22, às 18h. Até 22/1/23, terça a domingo, 10h às 21h

Onde: Masc (Museu de Arte de Santa Catarina), CIC (Centro Integrado de Cultura), avenida Governador Irineu Bornhausen, 5.600, bairro Agronômica, Florianópolis.

Quanto: Gratuito

Participe do grupo e receba as principais notícias
da Grande Florianópolis na palma da sua mão.
Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os
termos de uso e privacidade do WhatsApp.
+ Recomendados
+

Cultura 2p1e18

Cultura

Patrimônio: imagens históricas revelam como era o Moinho ville e o porto da cidade 6i5e3n

O Moinho ville foi uma indústria de farinha de trigo que teve suas operações de 1913 a 2013

Cultura

Santa Catarina lança ‘SC Goods’, livro de colorir gratuito inspirado em Bobbie Goods 103j56

Ilustrações inéditas são inspiradas em cenários da serra catarinense, tendo como personagem principa ...

Cultura

Balneário Camboriú se prepara para Festa da Tainha e alterações no trânsito iniciam nesta sexta l6v3

Festa da Tainha terá três dias de duração, de 6 a 8 de junho, e é um dos eventos mais tradicionais d ...