
Meyer Filho (1919-1991) criou no final da década de 1950 a primeira pintura fantástica que se tem conhecimento na região, exibida em sua primeira exposição individual no Masc (Museu de Arte Moderna de Santa Catarina).
A produção desses seres híbridos, coloridos, vindos da forte imaginação do artista, estabeleceria uma marca em seu trabalho.
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Anos depois, em 2007, a artista Kelly Kreis num processo de doença e momentos de inconsciência começa a desenhar suas visões de seres fantásticos.
A intensa criação durou 14 dias, com a produção de cinco desenhos por dia. Em 2017 a artista resolveu incluir cores pelo processo digital.
Essas duas produções, separadas pelo tempo, mas num diálogo que a imaginação as aproximam, ficam agora lado a lado em exposição que abre nesta sexta-feira (1), às 19h, no Memorial Meyer Filho, no Centro de Florianópolis.

“Idílios Cósmicos”, dentro do projeto do Polo SC da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba, exibe seis obras de cada artista travando essa relação.
“Há um diálogo e mostra também como perdura o tema dos seres fantásticos na contemporaneidade”, pontua Francine Goudel, uma das curadores da exposição e do braço catarinense da bienal, junto com Juliana Crispe e Sandra Makowiecky.
O título “Idílios Cósmicos”, como explica Francine, remete a convergência de significados, que vão da sexualidade, do poético e do romântico, tão apropriado pela literatura.
Mostra traz o tema dos refugiados 5o6gn
Ao lado do Memorial Meyer Filho, na Galeria Vecchietti, também abre nesta sexta-feira (1), às 19h, a exposição “Projeto Gurbah”, da artista Silvana Macêdo, com Adel Alloush e Yara Osman.
Ainda dentro da Polo SC da Bienal, com a mesma curadoria, a mostra-instalação idealizada por Silvana em parceria com os refugiados sírios Yara e Adel, busca explorar as fronteiras conceituais e sentimentais da questão da migração.

Gurbah, em árabe, é um termo complexo de se traduzir para o português, mas significa a falta de algo familiar, do que lhes pertence.
Com fotos, desenhos, vídeo-instalação, a exposição quer, justamente, mostrar esse exílio, do ter que deixar a família, o conhecido, os pertences, e ter que viver ou fugir para longe de suas origens.
Dessa forma, o projeto explora a ideia da fronteira invisível das culturas em seu encontro, permeando as relações sentimentais, emocionais e físicas da migração.