É possível conhecer a história de Florianópolis de inúmeras maneiras. Deixando um pouco de lado a tecnologia, o primeiro item da lista de lugares para se pesquisar poderia ser o museu.
E foi no Museu do Homem do Sambaqui e no Museu da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que Helton Luiz, da NDTV Florianópolis, esteve para contar um pouco mais sobre a Ilha na reportagem do projeto Floripa 350.

Desconhecido pela maioria da população, o Museu do Homem do Sambaqui Padre João Alfredo Rohr faz parte do Colégio Catarinense e contém muitos registros de povos que habitaram essas terras muito antes do que se imagina.
Visitando o museu pela primeira vez, a estudante Beatriz Pizzatto, de 9 anos, conta que nunca imaginou ver ossos humanos. “É engraçado, porque eu nunca imaginei ver uma cabeça meio quebrada, ossos um pouco desmontados de uma pessoa”, descreve com surpresa ao conhecer o local.
São mais de 350 mil peças e aproximadamente 1500 estão expostas. Cada uma delas contribui para que se entenda o processo de evolução até o que hoje conhecemos como Florianópolis.

A primeira vez que esteve no museu, o estudante Otávio de Oliveira, de 9 anos, pensou exclusivamente no ado. Ele observou muitas coisas antigas e destaca que essas antiguidades são importantes para conhecer a história.
“Se não tivesse encontrado essas coisas antigas, esses fósseis, ninguém ia saber da história de antes”, pontua o garoto.
Primeiros habitantes da Ilha 2i5n6x
Os primeiros humanos que ocuparam o litoral de Santa Catarina foram os Homens do Sambaqui e vem daí o nome dado ao museu do Colégio Catarinense.
Eles teriam iniciado a jornada nestas terras há cerca de 8500 anos. Eram caçadores, coletores e pescadores que enterravam os mortos, muitas vezes, com adornos.
Mas, o que são Sambaquis? 552e2z
A palavra em tupi é traduzida como “monte de conchas”. Segundo a museóloga Caroline Liebl de Bastos, são realmente grandes amontoados de conchas, que podem ultraar 30 metros de altura.
Assim como também podem ser chamadas de “lixeira pré-histórica”, ou resquícios de lixos, as coisas da época que esses homens e mulheres não utilizavam mais e sepultamentos humanos.
“São muitos anos de acúmulo de coisas. Eles vão mudando de um lugar para o outro e quando voltam e continuam aquela construção, ela vai se elevando com o decorrer do tempo”, destaca.

Os maiores do mundo 3o4u56
Os sambaquis de Santa Catarina são considerados os maiores do mundo. Só na Grande Florianópolis são mais de 100 e neles foi encontrada parte da origem da cidade.
A existência de esqueletos nesses Sambaquis chama a atenção e reforça a ideia de que também são construções mortuárias. No acervo do Colégio Catarinense existem fósseis que datam de 1000 a 3000 anos. Ou seja, eles teriam sido os primeiros a viverem na região.
Muitos desses artefatos e restos mortais humanos foram encontrados pelo padre João Alfredo Rohr, que foi diretor e professor do colégio.
Conhecido como um dos grandes escavadores brasileiros, ele é sem dúvidas um dos responsáveis por trazer à tona a história dos povos originários não apenas da Ilha. Mais de 400 sítios arqueológicos foram descobertos em todo o estado.
O ado no presente f6yp
Recentemente, em 2018, foi encontrado um esqueleto na obra do elevado do Rio Tavares, no Sul da Ilha. A arqueóloga Luciane Zanenga Scherer do MArquE/UFSC (Museu de Arqueologia e Etnologia Oswaldo Rodrigues Cabral da UFSC) fez parte da equipe que retirou os ossos do sambaqui do local enquanto as obras ocorriam.
De acordo com Luciane, como era uma área de mangue, muitas vezes os ossos estavam inundados, o que prejudicou a conservação do esqueleto encontrado. A parte do crânio, que era a mais frágil, estava muito fragmentada e não foi reconstituída pelos estudiosos.
Confira a viagem completa, com os detalhes da pré-história da capital catarinense, na reportagem do Balanço Geral Florianópolis: 2v4gt
Floripa 350 y4k5m
O projeto Floripa 350 é uma iniciativa do Grupo ND em comemoração ao aniversário de 350 anos de Florianópolis. Ao longo de dez meses, reportagens especiais sobre a cultura, o desenvolvimento e personalidades da cidade serão publicadas e exibidas no jornal ND, no portal ND+ e na NDTV RecordTV.