O Miramar. Bar e restaurante fundeado no mar à beiradas praças XV e Fernando Machado, como um velho galeão ancorado. Os antigos pediam um chope e ficavam assistindo aos garotos mergulhadores, que “pescavam” moedas de $ 0,20 à vista no raso mar junto à amurada, visíveis através da inacreditável transparência das águas. Miramar é o ado.
O Largo da nova Alfândega é o presente – e o futuro. O primeiro sinal de apego ao ado é a memória estacionada no pretérito – e o contínuo vigor desses estados da consciência em surtos saudosistas. O ado é que era bom. E tudo o que se associe a ele é bem lembrado.
Bar Miramar e sua localização estratégica que fizeram história no Centro da Capital – Foto: Reprodução/NDRuas, aromas, pessoas, quitutes e até o bolor que se desprende dos corredores das casas antigas. Para não ficar vítima dessa “urticária”, comichão compulsiva que encanta a tantos veteranos, cancelo essas lembranças e constato nosso inevitável convívio com o futuro que já está acontecendo.Está próximo de adentrar o palco da humanidade o veículo autônomo, isto é, sem motorista. Já imaginaram?
O freguês sentado no banco detrás e,à sua frente, o volante girando sozinho, conduzindo com maestria o carro em meio ao trânsito denso?Robôs médicos já operam com o atributo da infalibilidade nas salas de cirurgia do mundo, valendo-se da inteligência artificial – estágio superior da informática criado pela ciência humana.
Já imaginaram a inteligência artificial gerindo empresas e governos, para o bem da humanidade e, em especial, do Brasil? Sim, em benefício da cidadania, que, por enquanto só conhece a “burrice artificial”…Vem aí, também, o Uber voador. Acreditem.
O gigante cibernético de buscas Google e o não menos universal aplicativo de locação de carros Uber investem recursoswbilionários em carros voadores, que salvariam o penoso“ir-e-vir” dos habitantes desta Ilha de Santa Catarina.
Saibam que o Uber já contratou a brasileira Embraer para trabalhar no projeto – e sabemos que talvez o maior atributo da empresa espacial brasileira é a sua universal credibilidade.
A empresa de aplicativos adiantou que seu projeto será testado a partir de 2030 até 2035. Numa primeira fase do projeto a “aeronave” terá um piloto.Já imaginaram? Pegarmos um Uber voador ali na Praça XV e chegarmos a Coqueiros em dois minutos? Ou a Santo Antônio de Lisboa em quatro? Jurerê, Santinho, Brava, Mole, o sempre engarrafado Campeche,todas essas praias em menos de oito minutos?
O futuro que chega contemplará os jovens com uma vida muito melhor, permitindo-nos sonhar com governos 100% honestos e poderes 100% harmônicos.
Computadores, como o “HAL”, de “Odisséia no Espaço”, istrariam o Brasil com o maior sucesso e sem o menor problema: faria mas contas certas, cumpririam os prazos da infraestrutura, manejariam muito bem a saúde e a segurança – e o melhor de tudo, não teriam a menor vocação para a corrupção.
E mais: o computador não seria “governado” por nenhum partido político, nem teria filhos, irmãos ou parentes gastadores. Cumpriria seu papel sem pensar no próprio bolso, sem mala, nem cueca cheia de dólares.Não seria um grande progresso?
