Há 275 anos, os primeiros açorianos chegaram em Santa Catarina e, desde então, sua rica cultura se manteve viva, refletida na arquitetura colorida, na culinária à base de frutos do mar, na renda de bilro, no folclore do boi de mamão, nas lendas e no linguajar típico do manezinho.

O trabalho para preservar e fomentar essa herança cultural foi recentemente reconhecido pelo Conselho Mundial das Casas dos Açores, que homenageou a Prefeitura Municipal de Florianópolis, o vereador Edinon Manoel da Rosa (Dinho) e o Grupo ND.
O Conselho Mundial das Casas dos Açores, que congrega 16 casas dos Açores distribuídas em Portugal, Canadá, Estados Unidos, Bermudas, Brasil e Uruguai, outorgou uma medalha de mérito ao Grupo ND pelo projeto “Viva Açores – Conhecer é Viver!”. A entrega da honraria aconteceu nesta sexta-feira (01) no Costão do Santinho durante a 25ª Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores.
O projeto Viva Açores foi uma iniciativa de Marcelo Petrelli, presidente do Grupo ND, que sabendo da celebração dos 275 anos, montou uma produção grandiosa para resgatar a história e fortalecer a cultura açoriana em Santa Catarina.
Segundo Petrelli, “a ideia foi apresentar a cultura açoriana e unir as gerações – dos mais antigos aos atuais – e fazer com que o Estado seja cada vez mais roteiro de turismo para moradores e visitantes”.
Este projeto, o maior da história do grupo, produziu ao longo de um ano um vasto conteúdo multimídia que alcançou 611 milhões de visualizações, incluindo 450 minutos de transmissão na NDTV, 72 páginas no jornal ND, um gibi, um livreto, uma edição especial na revista Show Me e um workshop internacional em Florianópolis.
Roberto Bertolin, Diretor do Grupo ND, ressaltou a grandiosidade do trabalho e como ele valorizou a identidade açoriana: “Foi um projeto onde conseguimos mostrar para todo o Brasil a história desse movimento migratório em Santa Catarina e motivar seus descendentes a terem autoestima elevada”.
Bertolin também conta que o trabalho motivou muitos a redescobrir suas raízes: “A gente tem sido abordado por pessoas dizendo que entenderam que são açorianos e queriam conhecer o arquipélago. Alguns se organizaram e foram de fato para os Açores motivados por esse projeto”.
José Andrade, diretor regional das comunidades do Governo dos Açores, ressaltou o orgulho pela contribuição açoriana ao desenvolvimento de Santa Catarina:
“Quando olhamos para Florianópolis, só podemos ter muito orgulho por termos dado um pequeno contributo para que Nossa Senhora do Desterro tivesse se transformado numa capital brasileira das mais desenvolvidas, daquelas com a melhor qualidade de vida. E certamente que o contributo dos manezinhos foi determinante ao longo desses três séculos para que o Estado fosse aquilo que é hoje”.
Andrade destacou a necessidade de fortalecer os laços econômicos e culturais futuros entre as duas regiões: “Além de valorizar o ado, nós queremos projetar o futuro. Temos que tirar partido dessa afinidade cultural e buscar cooperação para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina e a Região Autónoma dos Açores. É para isso que trabalhamos, para honrar no nosso futuro aquilo que foi feito no ado”.