Veja quem é o homenageado no 41º boneco do Berbigão do Boca, no Carnaval de Florianópolis 6t3q23

Festejo ganha as ruas de Florianópolis em 10 de fevereiro, com figuras que chegam a 4 metros de altura e eternizam nomes importantes da vida da cidade 1r5k40

No primeiro Carnaval após a pandemia, o Berbigão do Boca homenageará um grande carnavalesco que Florianópolis perdeu para a Covid-19. Dico, como era conhecido Osvaldo Gonçalves, foi eternizado em boneco que irá às ruas de Florianópolis no próximo dia 10 de fevereiro, uma sexta-feira. Suas fantasias marcaram a história da folia na Capital.

Veja quem é o homenageado no 41º boneco do Berbigão do Boca, no Carnaval de FlorianópolisBoneco que homenageia Osvaldo Gonçalves e o seu criador, Allan Cardoso – Foto: Leo Munhoz/ND

Em 2023, o Berbigão do Boca completa 31 anos, imortalizando nomes que marcaram a vida da Ilha de Santa Catarina. Quem é homenageado morreu nos meses anteriores ao festejo, na maioria das vezes. Osvaldo morreu depois de ar por dois hospitais. A transferência ocorreu devido à falta de respiradores. Em 8 de março de 2021, ele morreu aos 81 anos.

Allan Cardoso, artista plástico criador de todos os bonecos do Berbigão, recriou Osvaldo Gonçalves para o Berbigão do Boca de 2022. A confecção começou em janeiro do último ano. No entanto, com a piora na pandemia provocada pela escalada de casos da variante Ômicron nos primeiros meses de 2022, os festejos foram cancelados e o boneco não saiu.

Retomada 4g2v4o

Desde o início da pandemia, quando o futuro do Carnaval parecia estar condenado para sempre, Dico e todos os outros 40 personagens estão guardados no Clube 12, na avenida Hercílio Luz, no Centro. O local é simbólico, pois sediava o tradicional Baile Municipal de Carnaval, onde Dico fez história participando dos concursos de fantasia.

“Ele sempre ganhava, até que se tornou hors concours [quando o participante é retirado da competição oficial]. Na época, o Baile era à elite de Florianópolis. Para levar as fantasias ao povo, ele também desfilava nas escolas de samba”, recorda Leonardo Garofallis, um dos fundadores do Berbigão do Boca em 1992.

Osvaldo Gonçalves, o Dico – Foto: Casa da Memória/FCFFC/Divulgação/NDOsvaldo Gonçalves, o Dico – Foto: Casa da Memória/FCFFC/Divulgação/ND

O carnavalesco se apresentou nas escolas Os Protegidos da Princesa, Embaixada Copa Lord e Unidos da Coloninha. Como contou ao colunista Marcos Cardoso, do Jornal ND, a paixão pelo Carnaval começou aos 9 anos ao ver a produção de um carro alegórico da Granadeiros da Ilha. As  fantasias confeccionadas em casa, especialmente nas décadas de 70 e 80, o popularizaram na folia manezinha.

O boneco do Dico 1x5l31

Ao produzir os bonecos do Berbigão do Boca, Allan faz questão de ouvir a opinião dos familiares dos homenageados sobre a representação da figura.

Foi a sobrinha Terezinha Aparecida Cunha que conferiu o andamento da obra. “Meu deus, fiquei impressionada. E na época ainda não estava pronto. Vi só a cabeça”, lembra. O boneco faz jus ao Dico: as proporções do rosto e os olhos apertados estão lá.

O personagem, no entanto, é o mais contido entre os bonecos. Ele sorri, veste camiseta rosa clara lisa e não ostenta perucas, órios ou maquiagem  – nada que sugira a inventividade e ousadia do carnavalesco. “Como era umbandista, geralmente vestia cores claras, principalmente branco”, justifica Allan, sobre a escolha da cor.

Para construir o boneco, Allan Cardoso se baseou em uma foto feita pelo colunista do Jornal ND, Marcos Cardoso, na última entrevista prestada pelo carnavalesco. Nela, Osvaldo Gonçalves vestia o sorriso e a camiseta representados no boneco.

Osvaldo Gonçalves, o Dico, em foto tirada pelo colunista Marcos Cardoso – Foto: Marcos Cardoso/NDOsvaldo Gonçalves, o Dico, em foto tirada pelo colunista Marcos Cardoso – Foto: Marcos Cardoso/ND

A carreira na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) também alimentou o gosto do carnavalesco em usar o branco, acredita Terezinha. “Ele gostava da cor. Como trabalhava na istração, sempre usava”. Dico trabalhou por 32 anos como servidor istrativo da Universidade, entre 1959 e 1991.

Decepção com o carnaval 2h5b6o

A representação mais contida de Allan também retrata Osvaldo Gonçalves no fim da vida. Além de não participar mais dos festejos, Dico estava desgostoso com os rumos do Carnaval de Florianópolis, conta Terezinha. Em especial, com a falta de memória.

“Acho que ele ficou assim porque não o procuraram mais. Disse para ele: tio, isso é com todo mundo, até com o Rei Momo. Florianópolis deixou a desejar”.

Na época, Dico doou trajes, fotos e troféus ao acervo cultural do Clube Doze. Em entrevista a Marcos Cardoso, desabafou a decepção com a falta de valorização do nosso Carnaval.

“Um Carnaval que não tem museu, né? O acervo foi exposto em alguns lugares. Na antiga Câmara Municipal, eu que montei. Depois tive que desmanchar tudo, botar em saco e foi para o lixão do Itacorubi”, disse na época.

Terezinha recorda que certa vez o tio reclamou que a cidade esquecia dos seus carnavalescos e “quando a gente morre, acabando virando boneco do Berbigão”. “Respondi: ‘não tens opção, dessa tu não vai correr'”.

Dico durante a produção de carro alegórico – Foto: Biblioteca Pública do Estado/Divulgação/NDDico durante a produção de carro alegórico – Foto: Biblioteca Pública do Estado/Divulgação/ND

Bonecos revitalizados 202s5e

Osvaldo Gonçalves se tornou o 41º boneco do Berbigão do Boca. As figuras construídas por Allan Cardoso têm cerca de 1,80 metro. Ao serem vestidas pelos bonequeiros, viram imagens gigantes com até 4 metros.

Neste ano, todos os bonecos aram por revitalizações, um trabalho que custou R$ 10 mil. Limpezas, repinturas e consertos de furos de roupa foram realizados.

Com o tempo, Allan Cardoso também mudou a forma de produzir os bonecos. “No início utilizava papel-machê. Com o andamento das pesquisas, ei utilizar fibra de vidro, mais resistante”, detalha Allan. A boneca que homenageou Neide Mariarrosa foi a primeira feita dessa forma.

Desde 1992, Allan Cardoso produziu todos os 41 bonecos do Berbigão do Boca: “Aqui só entra quem tem porquê” – Foto: Leo Munhoz/NDDesde 1992, Allan Cardoso produziu todos os 41 bonecos do Berbigão do Boca: “Aqui só entra quem tem porquê” – Foto: Leo Munhoz/ND

A volta do Berbigão a405q

Desde a sua criação, em 1992, o Berbigão do Boca não ganhou as ruas apenas em quatro anos: 2007, 2017, 2021 e 2022.

“Tivemos medo, nesses dois anos, que as pessoas perdessem a motivação. Mas não desmobilizou ninguém. Tá todo mundo aí, disposto e motivado”, ressalta Garofallis. De acordo com ele, cerca de 500 pessoas estão envolvidas na produção da festa.

O Berbigão do Boca está marcado para às 19h do dia 10 de fevereiro. O cortejo sai da rua Deodoro, próximo ao Mercado Público de Florianópolis, e atravessa a rua Tenente Silveira, a Praça XV e a Conselheiro Mafra. Por volta das 22h30, o cortejo encerra na Praça da Alfândega.

Dico ganhará as ruas ao lado de artistas (como Luiz Henrique Rosa, Cascaes, Meyer Filho, Hassis, Peteleco, entre outros); colunistas (Ricardinho Bavasso, Miro), prefeito (Bulcão Viana), carnavalescos (Nêgo Tuca, Nega Tide, Paru, Pedrinho do Pandeiro) entre tantos outros.

Os homenageados são definidos anualmente pelos seis diretores da festa. “Aqui só entra história. Só quem tem um porquê”, ressalta Allan.

Além dos desfiles, dos blocos, das fantasias e de muita festa, um bom Carnaval também é feito de boas parcerias. Neste ano, para levar o melhor da folia catarinense até você, contamos com parcerias muito importantes, como a SUQ, Studio Z, DVA Jeep e Piemonte Construtora.

Elas fazem parte do bloco da NDTV | Record TV, emissora oficial do Carnaval de Florianópolis, com transmissão exclusiva e informações essenciais para que você curta o feriadão, seja na rua ou no conforto da sua casa.

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