Entrevista: Marina Coura a empresária que largou tudo pelo sapateado 1o705w

A dança é sua vocação mas o sapateado é inspiração e sua maior paixão

Empresária na área de eventos, ela se formou em hotelaria, mas desde os 14 anos a dança foi mais forte na sua vida. Um dia, largou tudo e decidiu viver só do sapateado. Mudou-se para Nova York, onde dançou em grandes companhias e ao lado de gente conhecida. Em Florianópolis, sua história começou na Garagem da Dança, e sua proposta de popularizar cada vez mais o sapateado levou a ginga e o toque dos pés que encantam as plateias para os bares, restaurantes e a vida das pessoas. Em 2011, a primeira edição do Floripa Tap consolidou a modalidade de dança na Ilha com uma cena forte na região.

Marina Coura - Divulgação/ND
Marina Coura – Divulgação/ND

O sonho da bailarina

Sou uma sapateadora que busca sempre realizar todos os sonhos na trajetória dessa dança, que eu gosto muito. Eu sempre tive vontade de ter uma escola de dança com um ideal de educação, pois vejo muitas falhas nisso, pois podemos usar a dança para plantar a semente dos valores, do respeito, do real sentido do trabalho em grupo, da ajuda mútua, do comprometimento e responsabilidade. Foi uma oportunidade de realizar um dos meus sonhos. Por isso também direcionei a Garagem da Dança para crianças, com muitas parcerias com escolas. Esse é o meu ideal: educar pela arte e trazer alegria.

A escolha pelo sapateado

Foi muito de sentimento. Com 6 para 7 anos, minha mãe me levou para fazer balé em São Paulo, e no fim da minha aula, começava uma de sapateado – e eu pedi para fazer essa. Tenho uma facilidade corporal que também me ajudou a desenvolver bem essa modalidade, nunca tive dificuldade técnica. Mas me apaixonei quando criança e nunca parei, embora já tenha experimentado outras modalidades.

Inspiração Quem me inspira são meus sonhos. E quem inspira meus sonhos são minha vivência, as pessoas que conheço. Profissionalmente, foram a Dormeshia Sumbry Edwards (considerada uma das melhores dançarinas do mundo, dos Estados Unidos) e o Derick Grant (sapateador norte-americano), que para mim hoje é o melhor sapateador no mundo. Eles me inspiram muito pela verdade que eles têm com a arte deles, isso me toca e me move pra frente.

A vinda para a Ilha

Foi quando voltei dos Estados Unidos. Vim ar uns dias e a Bia Mattar me convidou para trabalhar com ela. Eu sempre tive vontade de vir para cá, desde que conheci a cidade, em 2001, quando eu estava na faculdade. Sou muito elétrica e gosto da troca que Florianópolis me oferece, com uma energia um pouco mais calma, com um pouco de tempo para curtir a vida.

Aceitação do sapateado

O aperfeiçoamento ocorreu quando decidi realmente viver o sapateado e conhecer a modalidade na raiz, nos Estados Unidos. Faço aulas com sapateadores estrangeiros desde os 16 anos, e todos os anos vou a festivais nos Estados Unidos para me aperfeiçoar, embora eu goste mais da música brasileira. Foi por isso que comecei minhas pesquisas em sapateado decodificado no ritmo da música brasileira.

O Floripa Tap no Rio

A palavra que posso mais usar é “incrível”. Foi muito bom poder realizar um sonho com apoio do governo (edital da Funarte) e poder proporcionar essa edição de forma gratuita e com o fácil ao público, durante as Olimpíadas. Isso pra mim é muito importante. Proporcionar não só as oficinas gratuitas, mas um festival com cinco espetáculos de companhias de sapateado, e tudo aberto ao público. Espetáculos completos, com elenco, produção cênica e tudo o mais. O Floripa Tap no Rio foi único porque tivemos a fomentação da arte como criação de público, como criação de mercado cultural em torno do sapateado, que hoje é muito pequeno ainda. São poucos os consumidores do sapateado a não ser os próprios amantes dessa arte.

Projeto pessoal

Quero poder transformar o Floripa Tap dentro dessa ideia de ampliar mais esse mercado cultural do sapateado, tendo mais espetáculos novos no próximo ano para o público conhecer mais a versatilidade do sapateado. Reunimos no Rio profissionais de várias gerações que não sei se já conseguimos reunir outra vez.

Troca de experiências

O Brasil hoje é uma importante vitrine, estamos crescendo e desenvolvendo um sapateado diferente do resto do mundo, mais com a nossa cara. E no Brasil temos ginga, suingue no corpo, eu mesma ensino a eles o sapateado nos ritmos de maracatu, partido alto, samba e outros

RAIO-X NASCIDA EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, MANEZINHA POR OPÇÃO, DO SIGNO DE CÂNCER.

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