Com o objetivo de transformar áreas urbanas abandonadas e proporcionar uma alimentação saudável, orgânica e sem agrotóxicos à população, o município de Jaraguá do Sul acabou se tornando uma referência quando se trata de hortas comunitárias.
A cidade começou a implementar esse programa em 2014, posteriormente regulamentado pela Lei ordinária 7.543/2017 (criando o Programa Germinar) e pelo decreto nº 12.757/2017. Atualmente, 40 hortas se espalham por vários bairros da cidade, atendendo cerca de 450 famílias, e outras quatro estão em fase de implantação, nos bairros Amizade, Vila Nova, Tifa Martins e Rau.

As hortas comunitárias melhoram a qualidade da alimentação nos centros urbanos, além de dar um destino sustentável a terrenos baldios que muitas vezes são utilizados como depósitos de lixo e entulhos, atraindo ratos e outros animais peçonhentos. Além disso, promovem a interação entre os moradores, que muitas vezes sequer se conhecem dada a correria do dia a dia.
Como funciona o Germinar 1e1el
Nesses sete anos de implantação do programa, a população do município foi entendendo sua importância e ou a solicitar que ele fosse ampliado.
O pedido é feito pela própria comunidade, via ofício, à Secretaria do Desenvolvimento Rural e Abastecimento do município, geralmente em locais identificados como ‘abandonados’ ou que estão acumulando lixo.
Cabe ao órgão vistoriar o local, para avaliar a viabilidade da instalação da horta. Se o terreno for considerado viável, é feito um cronograma para sua implantação e a Secretaria se encarrega de fazer a limpeza, arando a área, construindo os canteiros, cercando e fornecendo água através do Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto).
As mudas de verduras e legumes distribuídas para o plantio são produzidas pelos apenados por meio de outro programa, realizado em parceria com o Presídio Regional de Jaraguá do Sul.
Caso haja excedente de produção, os cuidadores das hortas fazem a distribuição desses produtos para creches, hospitais e casas de apoio. Tudo é organizado pelos próprios usuários, sendo que em cada unidade há um responsável por coordenar as atividades internas da horta.
Também não há prejuízo para pequenos produtores rurais, já que as hortas comunitárias são exclusivas de regiões urbanas.
Segurança alimentar 3g6z2m
Em tempos de escassez, que atinge principalmente as populações mais carentes dos grandes centros urbanos, as hortas comunitárias podem facilitar o o a alimentos saudáveis e prevenir a desnutrição e a deficiência alimentar.
Projetos como esse são a base de outras organizações pelo país, que visam a integração social de grupos vulneráveis, por meio de trabalhos de horticultura, e que acabam refletindo na melhora da alimentação de crianças e adultos.
Além da horta em si, atividades como a criação de estufas de cultivo de mudas ajudam a garantir a produção o ano inteiro. As hortas contribuem ainda para desenvolver uma forte consciência ambiental entre seus participantes.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural e Abastecimento de Jaraguá do Sul, Marcos Voltolini, as hortas comunitárias já estão consolidadas no município e representam um grande auxílio às famílias carentes, tanto, que a Secretaria vem buscando recursos para ampliar o programa a fim de que mais pessoas sejam atendidas.
“Temos que incentivar a conscientização da população mostrando a importância e o impacto positivo que essa atividade pode proporcionar”, avalia Voltolini.