Alta tecnologia já é realidade em cooperativas da Grande Florianópolis 324x1s

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Sicoob e Unimed investem em soluções. Na de crédito, a assistente virtual homenageia a mulher símbolo do cooperativismo. Na de saúde, laboratórios de inovação garantem um o à frente

“Olá, eu sou a Alice! Como posso ajudar?” Alice é a assistente virtual do Sicoob SC/RS, cooperativa do ramo de crédito com agências em Florianópolis.

Utilizando Inteligência Artificial, ela fez 2,8 milhões de atendimentos em 2021 e apresentou apenas 89% de retenção, ou seja, só 11% dos pedidos foram encaminhados para atendimento humano. Das respostas entregues aos cooperados, 97% foram assertivas e resolveram a situação proposta.

A assistente leva o nome de uma das mais importantes mulheres do movimento cooperativista, Alice Acland. Ela fundou a Aliança Cooperativa das Mulheres na Escócia e foi responsável por organizar a primeira reunião feminina da história, em 1883.

Alice – Foto: SicoobAlice – Foto: Sicoob

Assim como Alice, o Sicoob também está à frente do seu tempo. Entendendo a importância da inovação, a cooperativa investe cerca de R$ 300 milhões por ano em tecnologia. “Nosso objetivo é habilitar o crescimento dos negócios, aumentar a eficiência, gerenciar riscos, incrementar novos produtos e claro, melhorar o atendimento aos cooperados”, explica o presidente Rui Schneider da Silva.

Considerando que o futuro será cada vez mais digital, a cooperativa criou em 2001 o SISBR, um sistema de inclusão financeira que interliga 3,8 mil agências e mais de 6,1 milhões de cooperados, tendo como carro-chefe o aplicativo para smartphone, que recebeu mais de 100 atualizações só no ano ado.

Das 11 bilhões de transações realizadas em 2021, 92% ocorreram nos canais digitais. A automação de processos, que será cada vez mais comum no futuro, já entrou no radar da cooperativa.

O Sicoob tem hoje cinco robôs realizando tarefas de forma otimizada: uma atividade que antes demandava três funcionários durante oito horas, atualmente é feita em apenas 30 minutos. A tecnologia, no entanto, não substitui a mão-de-obra humana.

“Pelo contrário, houve um crescimento de 14,9% no número de contratações em 2021. Assim realocamos essas pessoas em trabalhos com maior valor agregado e que não sejam mecânicos e manuais”, lembra o presidente.

Para se manter atualizado nas tendências, o Sicoob ainda fundou um Laboratório de Inovação do Cooperativismo Financeiro, o Cooplab, que reúne os times de tecnologia e negócios.

Em SC, Unimed tem primeira cabine de atendimento 49402z

A maior cooperativa médica de Santa Catarina também aposta na inovação para crescer ainda mais no futuro. Uma das últimas tecnologias apresentadas pela Unimed Grande Florianópolis foi a Doctor-U, a primeira cabine de atendimento médico do país.

Inspirada em modelos chineses e norte-americanos, a cápsula foi criada durante a pandemia, para reduzir a alta demanda por atendimento presencial nas unidades.

Uma pessoa por vez entra na cabine, que pode aferir em tempo real sinais vitais como temperatura, pressão arterial e frequência cardíaca. O paciente se conecta virtualmente com o médico dentro da própria cápsula e só recebe atendimento presencial se o profissional da saúde identificar a necessidade.

Por enquanto, a Doctor-U está disponível na Acate, na loja da Unimed de Santo Amaro da Imperatriz e em duas empresas parceiras. A Unimed também idealizou um ecossistema de inovação em 2021, o Zlabs, para se conectar com startups, parceiros e investidores.

“O Zlabs atua com iniciativas de forma colaborativa, trazendo inovação, gerando novas oportunidades de negócio e uma melhor eficiência operacional para as Unimeds”, explica o head do laboratório, Gean Alex Pereira.

Entre as iniciativas já colocadas em prática está a aplicação da Inteligência Artificial, que gera otimização do tempo de resposta de uma autorização para o beneficiário e traz maior eficiência de custos operacionais.

“Também estamos validando soluções de análise preditiva dos custos assistenciais, ou seja, a identificação prévia de clientes que possuem tendência de internação nos meses seguintes”, complementa Pereira.

Presidente da FloripAmanhã comemora a forçada associação que se tornou única e exemplar 2s2g4g

A  Associação FloripAmanhã foi criada em 17 de agosto de 2005 com o propósito de unir forças da sociedade em busca da construção coletiva.  Ao longo de 17 anos, a organização conquistou contribuições para Florianópolis a partir da busca por uma cidade preservada, planejada, inovadora e segura.

O presidente, Jaime de Souza, foi eleito em Assembleia Geral Ordinária no dia 18 de novembro de 2021 e assumiu a gestão no dia primeiro de fevereiro deste ano. Formado em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina, Jaime tem mais de 45 anos de experiência nas áreas jurídica e na istração pública

Qual foi o objetivo da criação do FloripAmanhã e o que mudou da fundação aos dias de hoje?

A Associação FloripAmanhã busca continuamente um processo de planejamento e gestão urbana comprometido com a superação das deficiências e com a ampliação da qualidade de vida em Florianópolis.

Esse é um trabalho feito com a união de pessoas interessadas na construção coletiva da cidade que queremos. Em qualquer setor, queremos estabelecer uma fonte de ligação entre a sociedade e o poder público.

Hoje, temos um riquíssimo quadro associativo de sócios propondo e estudando ideias, estabelecendo cenários para que a gente possa ter, não só em Florianópolis como na região da Grande Florianópolis, um ambiente como previram os nossos criadores.

Quais foram as principais conquistas da associação nestes 17 anos de história?

Foi com o trabalho do Floripamanhã que floresceram projetos como a agenda estratégica de planejamento 2030, coordenada pelo projeto. Outro trabalho importante foi o Rapi (Relatório Anual de Progresso dos Indicadores Sociais de Florianópolis), que conduz o público a planejar a cidade.

A revitalização dos espaços públicos e do meio ambiente tem um êxito bastante expressivo nas nossas principais praças. Atualmente, lutamos pela revitalização da praça Tancredo Neves e pela conservação da tradicional figueira da Praça 15.

Além disso, destaco a conquista que o nosso movimento teve com o reconhecimento pela Unesco de uma cidade criativa da inovação, dando ênfase agora pela credencial que recebemos em 2014,valorizando a nossa gastronomia.

O que você destaca como prioridade da gestão neste momento?

O Floripamanhã está expandindo suas fronteiras. Antes, pensávamos somente em Florianópolis, mas hoje isso já não é mais possível. Florianópolis vive em uma região entre municípios importantes, em que o desenvolvimento de um depende do outro. Por isso, pretendemos abranger toda região com a nossa Agenda Floripa 2030/2040/2050. O Floripamanhã pretende lançar também um novo plano de comunicação. Temos que chamar a sociedade para participar dessas ideias.

Que desafios a associação encontra?

Quando se trata de um associativismo civil, as tarefas se tornam mais difíceis, porque um plano de comunicação, por exemplo, exige certo investimento.

A gente vai tentar viabilizar junto com os empresários. O nosso plano estratégico busca um planejamento para várias áreas da cidade, como o desenvolvimento para o transporte coletivo, a destinação correta do lixo, a infraestrutura e saneamento básico, além de educação, o futuro da cidade criativa, o meio ambiente.

Outro assunto muito importante é a nossa orla. Florianópolis tem um potencial turístico muito grande, um potencial de esportes náuticos e de indústria da pesca, mas a cidade não sabe explorar isso para o turismo, a nossa indústria mais importante.

Mas por que vocês escolheram essa maneira de se organizar, em forma de associação, para reivindicar as demandas?

Porque é uma previsão do Estatuto da Cidade, uma das leis mais importantes que regram a governabilidade. Nada se faz se não tiver participação comunitária.

Essa participação da sociedade não pode se dar de forma aleatória, ela tem que ser ordenada e estruturada. O Floripamanhã é uma forma de associativismo civil única no Brasil.

É um exemplo a ser seguido por outras cidades. Somos constantemente procurados por lideranças de outros municípios que querem vir aqui conhecer nossa maneira de agir. Eles saem empolgados com o objetivo de se organizarem da mesma forma em outras cidades. A gente se orgulha muito por isso.

Como o senhor avalia o diálogo da associação com o poder público?

Hoje a nossa associação goza de uma confiança grande junto ao poder público. A gente é muito ouvido. Um exemplo importante foi a nossa luta em prol do recolhimento do percentual arrecadatório da Receita Federal para os Fundos da Infância e da Juventude e do Idoso aqui de Florianópolis.

A FloripAmanhã encabeçou um movimento para esclarecer ao nosso contribuinte sobre a importância de destinar parte dos recursos para esses dois fundos e com isso a gente obteve êxito.

Temos uma potencialidade grande de arrecadação que segundo a Receita Federal alcança a soma de R$ 84 milhões, que poderiam ficar aqui no município diretamente e nosso trabalho conseguiu esse ano arrecadar R$ 2,6 milhões.

Mesmo assim já foi destinada uma quantidade maior se comparado aos anos anteriores. Essa forma de associativismo civil é importante para a sociedade e para os órgãos públicos também.

Qual é a importância do associativismo para o futuro?

O associativismo sempre foi importante em todas as áreas. Mas nós estamos abrindo os olhos para a necessidade do associativismo civil. As pessoas se acostumam a deixar a gestão pública na mão dos governantes. Elegem o candidato e a partir daí cruzam os braços. Então, o associativismo civil ele vem exatamente para que se possa dar continuidade para aquela ideia de planejamento que a gente teve quando elegeu um candidato e cobrar aquilo que foi prometido. Se não for cobrado, o comodismo impera dentro da istração pública. Então, é a força da comunidade que faz isso sair do papel.