Desativação da Mina Cruz de Malta deve afetar mais de 180 empregos no Sul de Santa Catarina – Foto: reprodução/Rio Deserto/NDDestaque na mineração, a cidade de Treviso, no Sul de Santa Catarina, recebeu a notícia da desativação da Mina Cruz de Malta, prevista para os próximos meses. O fechamento preocupa o prefeito Luciano Miotelli (MDB), que prevê queda de até 14% na arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Conforme dados levantados pela Amrec (Associação dos Municípios da Região Carbonífera) e entregues a Miotelli, 186 trabalhadores atuam na Mina Cruz de Malta, istrada pela Indústria Carbonífera Rio Deserto, e serão afetados pela desativação. Uma parte deve ser encaminhada para outra operação da empresa, na cidade de Içara, também no Sul do estado.
Já a arrecadação da Cfem (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) deve cair 26% – os outros 74% estão representados pela atividade da Carbonífera Metropolitana, por meio das minas Fontanella e Esperança.
“Certamente é um impacto bastante significativo para a cidade. Mexe com toda a estrutura do poder público, com a prestação de serviço, com o atendimento ao cidadão. Certamente precisaremos fazer algumas reduções de gastos em determinadas áreas e buscar alternativas de outras fontes econômicas que possam complementar a perda”, pondera.
Desativação da Mina Cruz de Malta deve acontecer nos próximos meses – Foto: Reprodução/Rio Deserto/NDDesativação da Mina Cruz de Malta: impacto na receita faz prefeitura acelerar busca por alternativas 5u5xg
Diante da dependência do setor carbonífero, o prefeito de Treviso pretende acelerar projetos para diversificar a economia na cidade e aumentar as fontes de arrecadação. A receita gerada com impostos via extração de carvão mineral das três minas chega a 70% da arrecadação da prefeitura.
“Nós precisamos buscar uma alternativa e diversificar a economia. A gente sabe que isso não acontece do dia para a noite, não é toque de mágica, mas a gente precisa trabalhar para que esse impacto seja o menor possível. O impacto certamente será significativo e nós podemos ter grandes dificuldades econômicas nos próximos meses, assim que se efetivar a desmobilização da Rio Deserto”, explica Miotelli.
Usar áreas recuperadas 6l3929
Como parte do plano, Miotelli pretende retomar as discussões com o Ministério Público e com o Governo do Estado para utilizar áreas recuperadas para a implementação de usinas fotovoltaicas. Ele explica que esta é uma solução rápida para gerar economia no município.
Treviso, pequena cidade no sul de Santa Catarina, tem economia voltada para a extração de carvão – Foto: Divulgação/Viagens e Caminhos/ND“Vejo um grande potencial e uma solução mais plausível e rápida. O município detém 27 hectares sobre a área de A. É preciso se ter uma nova reavaliação sobre estas áreas que estão inutilizadas e que podem, no meu entendimento, ser reutilizadas para a implementação desses parques fotovoltaicos. Isto pode ser uma grande fonte de receita”, afirma.
O investimento em turismo deve ser fortalecido, assim como na identificação de um local que possa receber uma área industrial. “E a gente precisa reavaliar, reorganizar toda a estrutura pública para que possamos oferecer a garantia do atendimento dos serviços necessários ao cidadão. Nós temos um potencial extremamente grande no avanço turístico. É por isso que nós estamos com inúmeros investimentos em infraestrutura e na extensão da malha viária. O município de Treviso acende a luz do alerta para essa situação”, argumenta.
Estima-se que extração de carvão mineral na Mina Cruz de Malta representa 26% das 650 mil toneladas mineradas por ano na cidade e encaminhadas ao Complexo Termelétrico Jorge Lacerda em Capivari de Baixo, na região da Amurel (Associação de Municípios da Região de Laguna).
