Você já teve a sensação de que um produto que costumava comprar dura menos do que antes, mesmo parecendo o mesmo? Ou percebeu que aquela embalagem de sempre sofreu uma leve alteração, mas o preço continuou igual – ou até aumentou? Se sim, você pode ter sido vítima da reduflação.
Reduflação, mesmo preço com menor quantidade do produto – Foto: Reprodução/NDTVO que causa a reduflação? 173734
A reduflação é uma estratégia adotada por muitas empresas em que a quantidade de um produto é reduzida, enquanto o preço é mantido ou até mesmo elevado, muitas vezes sem um aviso claro ao consumidor. Essa prática tem se tornado cada vez mais comum, especialmente em tempos de inflação e aumento dos custos de produção.
O conceito une as palavras redução e inflação. Durante um momento de baixa na economia, os fabricantes reduzem a quantidade dos itens ofertados e mantém o preço original na tentativa de diminuir os custos e garantir o lucro.
A caixa de ovos, em vez de uma dúzia, agora tem apenas dez itens. O chocolate, que tinha 150 g, ou para 120g. O sabão em pó de um quilo foi reduzido a 800 gramas. Esses são casos típicos de reduflação.
Empresas devem avisar o consumidor sobre as mudanças no produto 2f5n1v
Segunda a legislação brasileira, a redução na quantidade do produto deve constar na embalagem por pelo menos seis meses depois da alteração. A norma é estabelecida pela Portaria 392/2021 do Ministério de Justiça.
Muitos fabricantes não exibem a alteração quantitativa no rótulo do produto. O consumidor além de não tomar conhecimento da mudança, tem o poder de compra reduzido em 3,78%, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Fora a redução do tamanho e peso dos produtos, algumas estratégias podem alterar a composição dos itens. Como os casos do composto lácteo em substituição ao leite condensado ou a própria “bebida sabor café”.
Café “falso” é encontrado em supermercado e Procon de SC emite alerta para consumidores – Foto: Divulgação/Procon/NDPreço dos alimentos 5l2p1e
Os preços dos alimentos vem preocupando o governo federal. Alguns itens do setor puxaram a inflação para cima. Em 2024, os produtos alimentícios subiram 7,69%, enquanto a média cresceu 4,83%. O aumento da carne chegou a 20,84%, a maior alta desde 2019.
O governo federal anunciou em 6 de março de 2025 que vai zerar os impostos federais sobre os itens da cesta básica como forma de conter o preço dos alimentos. Além disso, o Executivo vai cortar a tarifa de importação sobre produtos, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva.
Como não cair na reduflação e6y1t
- Confira os rótulos: Analise a quantidade do produto na embalagem e compare com versões anteriores ou com itens semelhantes de outras marcas.
- Avalie o preço por unidade de medida: Priorize a comparação do valor por litro, quilo, grama, etc., para identificar o melhor custo-benefício.
- Pesquise antes de comprar: Verifique preços e tamanhos em diferentes lojas para evitar pagar mais por menos.
- Informe-se: Busque conhecer melhor o produto que deseja adquirir e esteja atento aos seus direitos como consumidor.
- Faça as contas: Calcule quanto tempo o produto dura (semanalmente, mensalmente) ou quantas porções ele oferece para garantir se vale a pena.
- Denuncie irregularidades: Caso suspeite de reduflação ou identifique informações duvidosas na embalagem, entre em contato com o Procon SC
Poder de compra dos consumidores caiu 3,78% devido à reduflação – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/ND
