
Um estudo da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), publicado na última segunda-feira (26), projeta que as exportações da indústria catarinense aos Estados Unidos têm potencial de crescimento, mesmo com novas tarifas impostas aos produtos brasileiros.
Isso acontece, segundo o órgão, porque o país norte-americano é o principal destino das exportações de Santa Catarina e esse relacionamento comercial favorece a substituição de importações chinesas por produtos catarinenses em setores relevantes para o estado.
O que o novo estudo da Fiesc projeta para as exportações de Santa Catarina 3j233r
O estudo da Fiesc identificou que as exportações catarinenses de itens similares aos que os chineses vendem para os Estados Unidos somaram US$ 488 milhões em 2023.
Coordenador do trabalho, o economista Marcelo de Albuquerque aponta que setores chineses como equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos, têxtil, confecções e calçados e produtos de madeira deixaram de ser competitivos devido ao aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos ao país asiático. “[Esses setores] representam uma parcela relevante da atual pauta de exportações do estado”, avalia Albuquerque.
A China é um dos países que mais sofrem com as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, enquanto o Brasil é um dos que têm as menores taxas sobre seus produtos.
Para Albuquerque, o “tarifaço” estadunidense poderia, também, fomentar novos negócios entre Brasil e China para viabilizar exportações a partir do território brasileiro. “As oportunidades também podem incluir parcerias estratégicas com empresas chinesas para contornar o impacto tarifário”, afirma o economista.

Santa Catarina poderá receber mais produtos chineses 6s1w4m
Por outro lado, o estudo da Fiesc identificou também a possibilidade de direcionamento do excedente chinês ao mercado catarinense, levando em conta a tarifa máxima já aplicada pelos Estados Unidos à China, que chegou a alcançar 145%.
O estudo aponta que o país poderia receber US$ 7,46 bilhões em novos produtos chineses entrando no mercado brasileiro – o que corresponde a 2,84% das compras externas do país, considerando o cenário extremo de tarifas. Santa Catarina estaria exposta a uma entrada de até US$ 1,33 bilhão de produtos chineses neste contexto.

De acordo com Albuquerque, os segmentos mais vulneráveis seriam: produtos químicos e plásticos, equipamentos elétricos, indústria diversa – que inclui a fabricação de produtos médicos, ópticos e brinquedos, por exemplo -, máquinas e equipamentos e também o setor têxtil, de confecções, calçados e órios. A projeção foi obtida a partir da participação de Santa Catarina sobre a pauta importadora desses produtos no Brasil.
“A consolidação desse cenário de tarifas extremas sobre a China projeta um aumento da competição no mercado doméstico e entradas de mais insumos para o setor industrial”, explica o coordenador do estudo da Fiesc.