A safra da tainha começou neste domingo (1º) em Santa Catarina. Para celebrar a cultura local e marcar a abertura oficial da temporada de pesca, uma missa foi realizada na praia do Moçambique, em Florianópolis.

Mário César Rodrigues é dono de canoa e não via a hora de trazer a embarcação para a praia. “São 30 homens trabalhando. Ficam seis na canoa, o resto na praia e o vigia lá em cima do morro”, disse ele.
A canoa com cara de novinha esconde a quilometragem. Segundo Rodrigues, os pescadores ficaram “seis meses só em função disso. Pintar, organizar, para [a canoa] ficar bonita na praia”.
Ela é de 1969. Já são mais de 50 anos no mar e muita história para contar. “A gente fica muito orgulhoso de ver as pessoas tirarem foto. Quando cerca na praia, uma criança levar a tainha, um amigo. Eu boto no freezer, eu dou tainha o ano todo para as pessoas”, contou o dono da canoa.
O período de pesca vai até 31 de julho e a expectativa é positiva. Conforme o secretário municipal de Pesca Florianópolis, Adriano Weickert, “no ano ado foram capturadas 217 mil tainhas. Nós estamos muito esperançosos de ultraar essa marca, a marca de mais de 300 mil tainhas, que dá o equivalente a 400 toneladas de tainhas capturadas”.
O mar agora será de todos e de forma regrada entre pescadores e surfistas. “A praia da Joaquina e a praia Mole são abertas para o surfe. A praia esquerda do Matadeiro também. Tem várias outras praias que podem pescar. Fiquem acompanhando as bandeiras vermelhas e verdes nas praias. Eu acho que vai dar tudo certo e nós vamos ter uma belíssima safra da tainha”, explicou Weickert.
A missa que celebra o Dia do Trabalhador e o início da safra da tainha é tradicional, mas essa foi a primeira vez que foi celebrada na praia do Moçambique. Ela começou em um rancho de pescadores da praia do Campeche e hoje, anos depois, se transformou em uma grande festa religiosa e cultural.
O evento é considerado o mais significativo para o público envolvido com a pesca. Depois da missa e benção aos pescadores e embarcações, houve premiações, medalhas e reconhecimento aos nativos mais antigos. Foi uma tarde inteira de festa e atividades.
Conforme o prefeito da Capital Topázio Neto, “é o início da safra da tainha e a celebração de tudo que tem de mais tradicional na Ilha. Em Florianópolis tem muito disso, a comunidade se junta ao redor de um café e todos se celebram”.
Famílias inteiras em torno da tradição. Também teve rendeira e café colonial. É preciso reunir forças porque foi dada a largada e o desafio está lançado.
“A gente tá unido para pescar bastante peixe. Quem sabe esse ano a gente e os Ingleses, porque o Santinho já ficou para trás. Mas esse ano acho que nós vamos dar a volta por cima. a nossa turma é guerreira, cada vez tá vindo mais gente de outras praias porque nós estamos quebrando tudo mesmo”, afirmou o pescador Jânio Vasquez.
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