Incentivar maneiras de conscientizar sobre o combate à violência contra a mulher é dever de todos. Pensando em trabalhar o tema para além do Agosto Lilás, escolas de Florianópolis incluem a campanha “16+5 dias de ativismo” nas atividades desenvolvidas em sala de aula.

Ao longo de 21 dias – de 20 de novembro a 10 de dezembro -, as unidades desenvolveram diversas iniciativas visando debater o papel de cada cidadão como agente transformador, combatendo a discriminação e diferentes formas de violência.
Desigualdade entre os gêneros, direitos, leis e movimentos das mulheres são alguns dos temas incluídos no material desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis e direcionados às escolas, que também contempla sugestões de leitura e outros conteúdos para aprimorar o conhecimento sobre o assunto.
Mulheres na ciência 10522n

Na EBM (Escola Básica Municipal) Albertina Madalena Dias, o foco foi a pesquisa sobre as mulheres cientistas. Conduzidos pela professora do laboratório de Ciência, Bruna Silva da Silva, em parceria com a professora Karina Kelli Tavares de Souza, a turma do quinto ano do período vespertino se aprofundou no tema.
“Eu comecei a me questionar: será que os estudantes conhecem alguma cientista? E se fizermos essa pergunta, o que será que eles responderiam?”, relembra Bruna. E a resposta foi unânime: somente homens vieram à mente dos discentes, como Albert Einstein e Nikola Tesla.
O próximo o foi iniciar as pesquisas e conhecer as figuras femininas nas ciências, mostrando que, apesar de ainda ser um ambiente majoritariamente masculino, a presença das mulheres na área não vem de agora, sendo elas responsáveis por algumas das criações que revolucionaram o mundo.
“Nesse momento eles ficaram maravilhados que as mulheres estão na ciência há muito tempo, porém só não estamos acostumados a escutar sobre os feitos que já realizamos nessa área”, relata Bruna.
Com os levantamentos dos dados em mãos, os estudantes aprenderam a conduzir estudos, a analisar fontes confiáveis e aprender que existem pesquisadoras de diferentes origens e etnias, além de, com a ajuda da professora Maria Eduarda Coelho, produzir um com as informações obtidas.
“Eu não sabia que existiam tantas mulheres assim na área da ciência, e também que muitas coisas que elas criaram são importantes para nós. Muitas mulheres negras também, o que muitas pessoas não falam, foi muito importante conhecermos”, comenta a estudante Renata Fernanda Costa.
Agentes transformadores 3432z

Dando continuidade aos ensinamentos vistos no Agosto Lilás, as turmas dos nonos anos da EBM Maria Conceição, orientados pela professora Tânia Minsky, finalizaram as atividades sobre o assunto neste mês de dezembro.
“Palestras, reflexões, elaboração de cartazes e posts para as redes sociais foram algumas das atividades realizadas com o objetivo de conscientizar os estudantes sobre o tema e promover o enfrentamento à violência contra a mulher”, explica a educadora.
Com a produção de postagens para as plataformas digitais, os discentes podem compreender que o papel deles também é importante nas ações em combate a discriminação, enquanto desenvolvem as habilidades de comunicação e expressão. Para colocar a mão na massa, foram instruídos sobre o uso de aplicativos de edição, como o Canva.
Para concluir o projeto, foram feitos posts sobre a campanha “16+5 dias de ativismo”, dando sugestões de maneiras de trabalhar o assunto e falando sobre os diferentes tipos de violência, artes que foram divulgadas nas redes sociais dos estudantes.
Origem da campanha 16+5 dias de ativismo b585k
Criada em 1991, a campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres” conta hoje com mais de 150 países participantes, durante o período de 25 de novembro a 10 de dezembro. Todavia, no Brasil, as atividades iniciam cinco dias antes, começando já no data que marca a Consciência Negra.
O movimento é uma iniciativa de mobilização e sensibilização com o objetivo de promover o debate e denunciar as diferentes formas de violências que meninas e mulheres sofrem ao redor do mundo.
A data foi estabelecida como uma forma de homenagem às irmãs Maria Teresa, Minerva e Pátria, também conhecidas como “Las Mariposas”, ativistas políticas que foram assassinadas por se oporem ao governo ditatorial de Rafael Trujillo, na República Dominicana, entre 1930 e 1961.