Ambiguidade: veja exemplos e aprenda a não cair em confusão 1m2741

Aprimore sua escrita entendendo o que é ambiguidade, como evitar e quando a usar como recurso estilístico 4w3u4j

Você já leu alguma frase e ficou na dúvida sobre o que ela significava? Ou escreveu algo e, na hora de outra pessoa ler, ela entendeu errado? Às vezes, o problema não está na interpretação do leitor, mas na maneira que a sentença está escrita, fazendo com que ela tenha mais de um significado.

Existem dois tipos de ambiguidade, a lexical e a estrutural, veja abaixoAmbiguidade é um vício de linguagem que acontece quando uma frase tem mais de um sentido – Foto: iStock/Divulgação/its Teens

O nome disso é ambiguidade – também conhecida como anfibologia –, situação que pode dificultar o entendimento de algo, causando problemas de comunicação, principalmente quando ela ocorre de forma escrita, na qual não há o tom de voz para indicar o sentido.

Ambiguidade é considerada um vício de linguagem, ou seja, é um desvio da norma padrão da Língua Portuguesa, e, por isso, deve ser evitada ao máximo na hora de escrever um texto formal, como um artigo jornalístico ou trabalho escolar.

No entanto, alguns autores utilizam esse estilo de propósito, utilizando do estilo para dar um diferencial na obra. Existem duas formas de ambiguidade: a lexical e a estrutural.

Ambiguidade lexical 5h1i4c

Esse tipo de ambiguidade acontece por causa do uso de uma palavra que apresenta mais de um sentido, como neste exemplo:

  • Mariana estava me esperando próximo ao banco.

Nessa frase é difícil saber se Mariana está perto de um banco para sentar ou uma instituição bancária, onde se lida com dinheiro.

Existem duas formas de solucionar isso: trocando a palavra que está causando confusão ou adicionando informação extra, que vai ajudar a construir o contexto.

Veja:

  • Mariana estava me esperando próximo ao banco de madeira que fica no centro da praça.

Ambiguidade estrutural 3o3o64

Nesse caso, a ambiguidade acontece porque a frase não foi bem estruturada. Existem algumas situações em que isso ocorre com mais frequência. Vamos aprender quais são e como evitar:

– Uso do pronome relativo e da conjunção integrante

O termo “que” pode ser usado de diversas formas na Língua Portuguesa. Duas delas são: conjunção integrante — que introduz uma oração substantiva; e pronome relativo — quando se refere a um termo citado anteriormente.

  • Ana falou com a amiga que estava cansada.

Nessa frase não dá para saber se a pessoa cansada é a Ana ou a amiga dela. Para solucionar, basta reorganizar as palavras.

  • Cansada, Ana falou com a amiga.

– Uso do pronome possessivo

Às vezes, quando uma frase tem mais de um sujeito e um pronome possessivo, não fica claro a qual deles está sendo relacionada a posse.

  • No fim do dia, João levou Lívia para sua casa.

Aqui, o leitor fica sem saber se a casa era de João ou de Lívia. Para evitar o duplo sentido é possível trocar o pronome possessivo por “dele” ou “dela”.

  • No fim do dia, João levou Lívia para a casa dela.

– Colocação de palavras

Nesse caso, a ordem das palavras na frase é o que vai prejudicar o entendimento.

  • O adolescente sozinho foi ao cinema.

O adolescente é uma pessoa sozinha, ou foi ao cinema sozinho, sem a companhia de ninguém? A posição da palavra “sozinho” pode definir isso.

  • Sozinho, o adolescente foi ao cinema.

– Uso de formas nominais

A ambiguidade também pode acontecer por causa do uso das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio).

Assim como no uso de pronome possessivo, a confusão acontece porque não dá para saber a quem o termo está se referindo.

  • Marta encontrou sua irmã correndo na praia.

Com a frase estruturada dessa maneira, não dá para saber se quem estava correndo era Marta ou sua irmã. Mudar a ordem das ações pode resolver isso.

  • Correndo, Marta encontrou sua irmã na praia.

Ambiguidade como recurso estilístico 71414

Escritores tem liberdade poética para usar a ambiguidade como recurso de estiloApesar de ser um vício de linguagem, a ambiguidade pode ser usada propositalmente – Foto: iStock/Divulgação/its Teens

A ambiguidade deve ser evitada ao máximo na hora de escrever textos formais, porém, quando se trata de outros gêneros textuais, como literatura, piadas e até mesmo publicidade, existe algo chamado linguagem conotativa.

Significa que os termos estão sendo empregados no modo figurado, ganhando um novo sentido nos contextos em que são usados. Veja:

  • Deve ser difícil ser professor de natação: você ensina, ensina, ensina, e o aluno nada.

A palavra “nada” tem dois significados: a atividade de nadar na água e o ato de não estar fazendo nada – e isso deixa o texto engraçado, o que é totalmente permitido!

O importante é cuidar para não deixar seu texto ambíguo acidentalmente, principalmente na hora de fazer um trabalho escolar. Mas, em outros casos, sinta-se livre para usar a criatividade e explorar o duplo sentido das palavras e expressões!

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