Quem participa das tarefas que são realizadas no contraturno escolar tem mais facilidade para desenvolver habilidades e até mesmo o gosto por uma nova atividade – que pode virar uma futura paixão. O termo, que está em alta, classifica as ações que são realizadas por estudantes e professores no horário oposto ao do ensino regular e envolvem tarefas que estimulam o corpo e a mente.

É assim que os alunos da Escola Básica Municipal (EBM) do Futuro da Tapera am as manhãs e as tardes, envoltos em atividades no contraturno escolar. O intuito é resolver os problemas que trazem de casa a partir da observação e das próprias experiências.
Com turmas do primeiro ao nono ano, as alternativas são oferecidas de acordo com a idade. Nos Anos Iniciais, os encontros de inglês, informática e eletrônica, por exemplo, fazem parte das disciplinas obrigatórias, mas o cenário muda nos Anos Finais, quando cada um pode escolher as oficinas.
Cada adolescente pode se inscrever em duas opções. Quando sobram vagas, elas ficam disponíveis para quem quiser fazer parte de uma terceira equipe. Mais do que envolver os participantes, o objetivo é instigar uma visão crítica, que ousa questionar.
“É preciso que eles procurem por respostas. Quando são os protagonistas, não ficam esperando pelo outro e isso faz a diferença, ajuda a sair daquela situação acomodada”, declara a diretora da unidade, Melize Neves de Melo Daniel.
E o ponto de partida de muitas meninas do clube de eletrônica, que decidiram testar os conhecimentos, foi o mesmo: a busca por novidades.
“O meu primeiro contato com a eletrônica foi na escola, mas quando eu comecei a fazer foi por curiosidade”, conta a aluna Selen Hentges de Avelar, 11. O pontapé inicial foi o mesmo para Raissa Hentges de Avelar, 11, Sofia Mendes Luiz, 13, e Ana Caroline Mayer Dessbesell, 13.
Além do desenvolvimento em equipe e a busca pelo aprendizado, existem outros fatores que motivam as experiências.
Focado em ensinar a eletrônica básica, para depois avançar para os demais componentes, o professor maker Renato dos Santos Dias concorda que a parte mais emocionante é quando os estudantes conseguem montar um projeto.
“A eletrônica é muito complexa, com cálculos, mas eles já sabem o que é um led, um potenciômetro, e isso já é um ganho.”
Mais do que estar presente, é preciso criar conexão com o tema. Por isso, os alunos têm a chance de experimentar as oficinas, escolhendo se permanecem. Ao todo, são 52 turmas que decidem abraçar a aventura de construir projetos em áreas desconhecidas no contraturno escolar.
Além dos componentes eletrônicos, no caso da sala maker, o intuito é ir além. “É preciso ter paciência. Não adianta chegar e colocar, a eletrônica não funciona assim. Muitas vezes tem algo errado, então eles precisam voltar para a bancada, pensar, verificar o circuito e testar novamente”, explica o professor.
4 razões para aprender eletrônica no contraturno 281ml
Existem diversos fatores que podem impulsionar a busca pelo conhecimento e a afinidade com determinados temas. Por mais que o termo eletrônica seja responsável por causar distanciamento e rejeição em quem não conhece seu funcionamento, é possível aprender de forma simples e divertida com as atividades no contraturno.
Para que a vivência seja satisfatória, o primeiro o é pensar à frente, deixando para trás todos os rótulos e receios. Confira quatro motivações para participar de um clube de eletrônica:
Oportunidade para colocar a mão na massa 4d51b
Se você é daqueles que não gostam de ficar apenas na teoria e adora testar, criar e planejar, esta área pode ser um bom desafio. Isso porque o conhecimento é adquirido com a prática, durante os testes de circuito e as tentativas de dar vida às inovações – uma chance para pensar fora da caixinha.
Aliada multidisciplinar 2y2sx
Uma coisa é certa: você já deixou a eletrônica de lado por pensar que o conhecimento adquirido não poderia ser aplicado em algo que você gosta, seja no esporte ou na arte.
Entretanto, este é um pensamento equivocado. Com o domínio do básico, é possível criar aplicativos ou até mesmo jogos, uma opção para compartilhar com os amigos.
Colocando a mente para funcionar com criatividade g1b36
Além da paciência e da persistência, o raciocínio lógico também é desenvolvido durante a prática, fomentando o desenvolvimento de um olhar analítico, voltado para a solução de problemas.
Há quem tenha facilidade para elaborar metodologias e alternativas. Tudo depende do quanto você treina as suas habilidades e da disposição em contribuir com novos projetos.
Ascensão da tecnologia 5w6c6o
Basta conversar com primos, tios e familiares para perceber como a tecnologia é uma das áreas mais promissoras.
De acordo com os dados da pesquisa Tech Report, realizada pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), Santa Catarina conta com mais de 67 mil profissionais nesta área, o quarto Estado com mais especialistas – prova de que a tecnologia tornou-se essencial.
Tudo começa pelo projeto 2m216z
Os pequenos, que não fazem parte das turmas do contraturno, mas estão na escola em período integral, são inseridos em atividades conectadas com todas as disciplinas. O começo de tudo são as dúvidas apresentadas pelos alunos e a elaboração de um projeto.
A alternativa é utilizada para transformar o ensino em algo leve e convidativo. “A pesquisa vai ao encontro com as curiosidades. Como depois de uma pergunta sempre vem outra pergunta, nunca concluímos de uma vez, a não ser que eles percam o interesse com o tempo”, menciona o professor regente Luciano Castro.
O tema é escolhido no início do ano e os educadores trabalham em sintonia para abordar o assunto ao longo do semestre. Para Miguel Gonçalves de Moraes, 10, que está no quinto ano, um projeto recente despertou a atenção. “No filtro dos sonhos aprendemos a fazer uma confecção que eu nunca tinha visto”, esclarece a criança.
Além de atuar com o objetivo de educar, os profissionais que estão na sala também orientam os processos. “A ideia é formar estudantes que sejam protagonistas, autônomos, com senso crítico e com capacidade de investigar, de procurar a resposta”, fala a diretora.