Muitas vezes, as conquistas da história de Santa Catarina são atreladas às obras de homens, enquanto as mulheres ficam apenas em papéis secundários. Mas você já parou para pensar onde estaríamos se não fosse a presença feminina em setores importantes? No Dia da Mulher, celebrado neste 8 de março, destacamos catarinenses que marcaram seu nome na história do Estado; confira.

Seja na educação, nas artes, no esporte ou em movimentos sociais, as mulheres catarinenses mostram sua força e capacidade de transformação. Ao colocar essas personalidades em evidência, as histórias se tornam inspirações para meninas e mulheres. Por isso, neste Dia da Mulher, reunimos cinco figuras catarinenses que marcaram a história do Estado e do país.
1. Anita Garibaldi b51g

Natural de Laguna, Ana Maria Ribeiro da Silva, popularmente conhecida como Anita Garibaldi, teve um grande papel durante a Guerra dos Farrapos.
Apesar de viver em um ambiente difícil, em que teve que se casar pela primeira vez com apenas 14 anos para ajudar no sustento familiar, a catarinense desde cedo possuía um espírito independente e defendia seus ideais. Sua missão na batalha se intensificou ainda mais quando se uniu a seu segundo marido, o general italiano Giuseppe Garibaldi.
Destemida, a lagunense se impôs bravamente durante os combates, carregando e disparando canhões, e executando fugas durante a gravidez de seu primeiro filho.
A ambição de Anita Garibaldi pela justiça foi além do território brasileiro, com seu marido, que também lutou na Batalha de Gianicolo, durante o processo de unificação da Itália. Com isso, Garibaldi conquistou o apelido de “Heroína dos Dois Mundos”, e foi erguido um monumento em homenagem à heroína em Roma.
Já em Santa Catarina, na cidade de Laguna, a antiga casa de Anita foi transformada em um museu aberto, com acervos históricos e objetos da revolucionária. Neste Dia da Mulher, Anita Garibaldi é a nossa referência de coragem e bravura, como uma mulher à frente de uma guerra.
2. Antonieta de Barros 3y3sn

Um dos maiores nomes femininos da história de Santa Catarina, o legado de Antonieta de Barros é celebrado até o dia de hoje e deve ser lembrado neste Dia da Mulher.
Lutando para ampliar o direito da educação a todos, com apenas 21 anos, a catarinense natural de Florianópolis fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, visando diminuir a alta taxa de analfabetismo do Estado na época, com 65%.
Além de conviver com a desigualdade no ensino, Antonieta também enfrentou adversidades e preconceitos sobre sua classe social, gênero e raça. Apesar disso, toda sua dedicação foi recompensada, atuando com excelência nas suas ocupações como professora, jornalista e escritora.
“Educador é ensinar os outros a viver; é iluminar caminhos alheios; é amparar debilitados, transformando-os em fortes”, com esse lema, a educadora foi responsável por feitos históricos para a educação catarinense, sendo a primeira mulher negra a ser eleita no Brasil ao se tornar deputada estadual de Santa Catarina. Um de seus feitos mais marcantes foi a criação do Dia do Professor, com a lei n° 145, em 1948.
3. Eglê Malheiros 5r5zr

Não foi apenas a educação catarinense que precisava ar por reformas — o ambiente cultural do Estado também carecia de transformação. Com esse objetivo, a professora e escritora, Eglê Malheiros, foi uma das fundadoras do Círculo de Arte Moderna, mais conhecido como Grupo Sul, e importante para se recordar neste Dia da Mulher.
Envolvendo revistas, teatro, música, artes plásticas e cinema, o movimento perdurou por dez anos, entre 1948 e 1958, e foi responsável por renovar o cenário cultural catarinense.
Eglê esteve presente durante todas as atuações do Grupo Sul, e ao longo dos anos publicou diversos livros, fazendo parte da construção do primeiro longa-metragem de Santa Catarina — O Preço da Ilusão —, marcando sua essência no Movimento Modernista Catarinense.
Formada em Direito pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a profissional também já trabalhou como tradutora, roteirista de cinema e diretora-secretária da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
4. Kerexu Yxapyry 1g232w

Provando que as mulheres podem ser pioneiras nos mais diferentes movimentos, Kerexu Yxapyry foi a primeira cacica Guarani reconhecida no Brasil. Gestora ambiental formada pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a catarinense também atua como professora e pesquisadora.
Uma das lideranças da Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, Kerexu faz parte da coordenação executiva da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), é coordenadora da Comissão Guarani Yvyrupa e também cofundadora da ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade).
Com sua luta pela preservação e reflorestamento da Mata Atlântica, a catarinense se tornou referência internacional no movimento pelos direitos dos povos originários, sendo representante da região Sul e Sudeste.
5. Rosamaria Montibeller 5b1d3i

Com diversos esportistas talentosos, nosso Estado é referência da área no país – e grande parte dos nomes que levaram o talento catarinense para todo o mundo são as mulheres.
Na atualidade, aproximamos novas gerações neste Dia da Mulher para mostrar as diferentes posições e destaques que levam o nome de Santa Catarina para fora do Estado.
Exemplo disso é Rosamaria Montibeller, que recentemente levou Santa Catarina para o pódio ao conquistar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021, e foi considerada um dos destaques da edição.
Natural de Nova Trento, a esportista treina desde os oito anos de idade. Atuando na sua cidade natal por diversos anos, com sua habilidade e dedicação a atleta conquistou propostas em time do país e internacionalmente, chegando até a seleção brasileira de vôlei e se tornando referência para muitas meninas do Estado que sonham em se profissionalizar no esporte.