Mais do que observar as paisagens, as praias e aproveitar o fim de tarde nos parques, o cuidado e a proximidade com a natureza precisa estar presente em outros momentos do cotidiano. Na EBM (Escola Básica Municipal) Batista Pereira, os grupos da professora auxiliar de ensino Adriana Dagmar Batista Maia já sabem o que fazer para contribuir com a natureza: investir no papel reciclado.

O processo de fabricação começa com as caixas que são deixadas nas salas, recipiente adequado para depositar aquele papel que não será mais utilizado.
Mas se engana quem pensa que apenas uma turma fica responsável por conhecer o processo. Na verdade, a proximidade com a natureza é uma característica da educadora, reconhecida por todos com quem trabalha.
“Se eu não tiver outra turma, se eu não tiver um projeto na escola para trabalhar, eu vou trabalhar com a turma que eu estou, então, todo ano eu propicio para alguma turma essa atividade. Quem ou por mim vai fazer sabão, vai fazer compostagem; quem ar por mim vai plantar, vai semear”, conta Adriana.
Colocando o meio ambiente em foco desde 2015, a professora também gosta de aproveitar os espaços da cidade e as oportunidades para mostrar que o ensino pode ir além da carteira.
Na parceria firmada com outros professores, os estudantes acabam aprendendo sobre a natureza em diversos componentes curriculares, interação que ajuda a desenvolver a consciência — quesito que também é trabalhado no momento em que estão com as mãos mergulhadas entre a água e os papéis.
“A criatividade deles flui, porque o material é novo, e eu não trago nada pronto, eu levo para eles como que vai ficar o papel, apresento o material, o que nós vamos fazer, então eles mesmo vão fazendo, por isso que nenhuma turma faz igual”, diz a professora.
Por mais que o termo sustentabilidade pareça distante, é aprendendo a mudar a realidade que os estudantes compreendem a relação com o meio ambiente e o que precisam mudar para cultivar um futuro mais saudável.
“Acho que teremos um mundo melhor se as nossas crianças crescerem com a consciência de que precisamos cuidar do planeta. Então eu vou pensar no que eu vou comprar, no material que eu vou produzir, se eu vou poder reaproveitar. Eles vão diminuir essa coisa do consumo desenfreado”, explica Adriana.
E no processo entre rasgar as folhas usadas e esperar as novas secarem, diversas habilidades são transformadas.
“Acho que essa coisa do pensar, do eu posso, de enxergar o mundo além. Eles circulam parece que mais leve. Então eu acho que essa habilidade do pensar mesmo, do questionar, eles questionam mais, eles querem saber mais das coisas”, finaliza a professora, que agora aproveitou as novas folhas para criar um caderno de experiência, material que será utilizado após as interações com a natureza, dentro e fora da escola.
Escola Lixo Zero 135x21
A proximidade das escolas da rede municipal com o meio ambiente já é algo antigo, mas a ideia é estreitar cada vez mais essa relação com a implementação do projeto Escola Lixo Zero.
O início foi em 2020, oferecendo capacitação aos professores e abordando os conceitos voltados aos resíduos urbanos no município, questões ambientais, sustentabilidade e educação ambiental.
Agora o projeto contempla o planejamento e a gestão de resíduos nas unidades educativas, além do plantio de hortas escolares e da implantação de um sistema de compostagem.
Para engenheira sanitarista e ambiental, Karina da Silva de Souza, e a gerente da chefia de planejamento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Daiana Andreia Bastezini, a vivência da separação dos resíduos no ambiente escolar é importante para que os estudantes aprendam a forma correta de gerenciar os resíduos, apropriando-se de forma natural das ações ecologicamente corretas envolvidas no processo. Essa é uma maneira de aprender e ainda compartilhar com a família.
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Além de decorar as etapas para criar o papel reciclado em casa, é importante conhecer os dados quando o assunto é consumo. Segundo dados da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), em 2022 o país ou a ser o maior exportador de celulose do mundo, chegando a 25 milhões de toneladas — estima-se que a produção de folhas tenha sido de 11 milhões de toneladas.

Confira as etapas que devem ser seguidas para reciclar o papel:
- Comece picando o papel em pequenos pedaços;
- Deixe em um recipiente com água e vinagre por, no mínimo, 12 horas;
- Bata o papel com água no liquidificador;
- Coloque a mistura em outro recipiente com água. Nessa etapa, se quiser um papel colorido, você pode adicionar corante na água. O o seguinte é introduzir uma tela na água, levantando lentamente, já que o papel ficará em cima da tela;
- Pegue um tecido mais fino (ou esponja de cozinha) e tire o excesso de água;
- Deixe secar por 24 horas;
- No dia seguinte, e o dedo na tela até soltar o papel;
- Agora é só colocar a folha no varal para terminar de secar.