Você já parou para pensar no número de vezes em que foi enganado, ou nas ocasiões em que não conseguiu compreender a situação da mesma forma que os demais? Além dos desentendimentos, existe outro agente que atua no equívoco: o cérebro. A atitude não é programada propositalmente e pode ocorrer em diversos momentos do cotidiano.

Isso porque uma simples conversa exige muito da capacidade humana, afinal, é preciso prestar atenção, reter as informações, armazenar o conhecimento e ainda selecionar o que será dito. Mas será que o mesmo órgão responsável por coordenar o entendimento e a fala seria capaz de enganar?
Tudo depende da percepção
Antes de começar a questionar, é essencial entender o funcionamento de outra influência nesse processo: a percepção. Ao receber as informações e captar as imagens que estão ao redor, é ela que pode influenciar na compreensão e até mesmo no que os olhos enxergam — sim, ela tem o poder.
Para ficar mais explícito, imagine que a percepção é o ato de captar e processar aquilo que recebemos por meio dos sentidos. É a interpretação que fazemos de algo ou alguém, seja pelos detalhes ou por todos os elementos que estão ao redor e que despertam lembranças.
Na prática, imagine um show de mágica. As luzes, os movimentos e os sons são pensados para criar uma atmosfera convidativa. É aí que o equívoco pode acontecer. “Tem uma série de ilusões de ótica e o cérebro acredita naquilo, a gente acredita que a mulher está sendo serrada e que o rapaz levita. Racionalmente, a gente diz que é um truque, até porque na semana que vem eu volto e vejo que a mulher que foi serrada está no palco. Mas você é enganado e sabe que aquilo é altamente sedutor”, comenta o psicólogo da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, Alexandre Paiva.
É preciso questionar
Mas o que fazer para não ser enganado? Qual é o caminho para fugir dos equívocos? A resposta é simples: duvidar. A racionalidade precisa ser uma parceira no processo, amiga nos momentos de dúvida. Repensar no que está sendo visto e no que é dito não é uma tarefa fácil, mas o exercício é essencial.
Não que essa seja a garantia da mudança, pois a razão e a percepção podem andar separadas e não são excludentes. Entretanto, o ato de avaliar é necessário para compreender as pessoas e aquilo que está ao redor, sem comprometer o entendimento.
Uma verdadeira máquina de energia 6e656s
Sabe aquela história de que o cérebro é preguiçoso? O conceito é errado! Isso porque o organismo gasta muita energia para manter as funções básicas, como a digestão e a respiração, sem contar os momentos de esforço e estudo, por exemplo.
Quando o assunto é o peso, o órgão representa de 2% a 3% do índice corporal, características de uma verdadeira máquina, que tem como combustível dois itens essenciais: o oxigênio e a glicose. Por isso, em alguns momentos, sem perceber, o cérebro cria atalhos para facilitar a rotina.
Em vez de escanear o cenário e processar as mesmas informações todas as vezes que você entra no quarto, por exemplo, o órgão é responsável por criar caminhos mais fáceis, memorizando onde está um objeto ou uma peça de roupa — e tudo isso acontece de forma natural, sem que você perceba.
Espaço propício para o engano 546m50
Por mais que o cérebro seja comparado em muitas situações com uma máquina, existem determinados ambientes e sensações que podem levar ao engano. Um show de mágica e um filme de terror no cinema, por exemplo, são cenários propícios. Basta pensar que naquele momento o cérebro recebe diversos estímulos com sons, cores e imagens, o combo perfeito para alterar a percepção da realidade.
Testando na prática 3l5d5f
Sabe aquelas imagens confusas, que causam reações e sensações diferentes em cada pessoa? Este é um exemplo clássico de engano. “Nas imagens que causam ilusão de ótica, o cérebro fica em dúvida e não consegue decidir”, declara o psicólogo. É fato que os equívocos também podem existir em situações mais sérias e tudo vai depender da forma como cada um conduz as situações e enxerga o mundo.