Você tem um amigo curioso, criativo, que gosta de temas específicos, desempenha um papel de líder e parece estar sempre à frente das situações? Aquele que está envolvido em projetos e consegue entender as matérias em poucos minutos? Esses são alguns dos traços daqueles que possuem altas habilidades/superdotação.

De acordo com a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva, lá de 2008, os estudantes com as altas habilidades/supertodação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e arte, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de interesse.
Entretanto, é importante saber que as características de cada um são diferentes, levando em consideração o incentivo e o ambiente em que estão inseridos.
Na Escola Básica Municipal (EBM) Intendente Aricomedes da Silva, as professoras Sheila Torma Rodrigues e Roselise Romanini Menim contribuem com o processo de 36 estudantes, dos sete aos 14 anos.
Com atividades que estimulam as oito inteligências (lógico-matemática, linguística, musical, naturalista, corporal-cinestésica, espacial, interpessoal e intrapessoal), de acordo com a teoria do psicólogo Howard Gardner, o objetivo é acompanhar a evolução de cada um.
Para começar esse processo, o início é a triagem, feita com os educadores e os pais. Após identificar aqueles que podem ter altas habilidades/superdotação, o o seguinte é o convite para participar da oficina, com encontros semanais.
O foco é entender quais são os temas preferidos e os talentos que ainda precisam ser apurados.
Conforme a teoria do psicólogo Joseph Renzulli, existem três características na superdotação: a capacidade acima da média, o envolvimento com a tarefa e a criatividade – e as professoras vão em busca de cada uma delas.
“Quando conseguimos fazer que os três traços estejam desenvolvidos, é quando eles dão grandes contribuições, seja em nota alta ou em participação”, declara a especialista em altas habilidades Sheila Torma Rodrigues.
Se as competências são distintas, as motivações também são. Prova disso é Laila Schwingel Rocha,11, primeira a participar do projeto e que é movida pelos desafios.
“Gosto bastante das provas porque são métodos de estimular a minha mente”, conta a aluna, que tem interesse na programação e no design.
Entretanto, assim como qualquer pessoa, aqueles que têm altas habilidades/superdotação não precisam ser bons em tudo – e a cobrança excessiva pode influenciar negativamente no crescimento.
“Eles sabem que alguns vão ter desenvolvimento em determinadas áreas e que nem sempre vão ter prazer nas atividades. Isso é bom para eles entenderem os colegas na sala de aula”, destaca a professora.
Para Isabela Biazin dos Santos,12, que adora lógica, o desafio é estar em sociedade. “Por mais que uma das minhas dificuldades seja conviver, uma das minhas habilidades é conversar com as outras pessoas, especialmente com crianças”, comenta a estudante.
Nas oficinas, eles também aprendem a utilizar o conhecimento ao seu favor. Entretanto, é essencial ter em mente que a identificação deve ser feita por meio de diversas abordagens, verificando aspectos que vão além dos testes.
Observação e pesquisa d3j3k
É fato que a observação é amiga do aprendizado, mas você já percebeu como a curiosidade e a atenção podem influenciar no desenvolvimento? Os participantes da oficina vivenciam esta relação na pele, com o projeto de pesquisa dos saguis.
Tudo começou com as visitas dos animais na árvore da unidade e a presença nas janelas da escola. Não demorou muito para que as dúvidas surgissem, questionando se era certo ou errado alimentar os bichos.
Mais do que responder a pergunta, o envolvimento com o assunto está guiando o trabalho para outros rumos, questionando como os animais silvestres podem impactar na saúde do ser humano.
Compreender a base da alimentação, as condições de vida na urbanização e os cuidados com os saguis são os tópicos que devem ser debatidos com toda a escola, a partir da apresentação que está sendo planejada pelo time.
Olhares voltados à tecnologia 281p3u
O raciocínio lógico e a tecnologia são as áreas de interesse de muitos que estão no projeto – há até quem diga que quer ser youtuber.
Para instigar a proximidade com a programação, os adolescentes serão inseridos no Projeto meu AplicAtivo, realizado pelo Comitê para Democratização da Informática de Santa Catarina (DI) e a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE).
O objetivo é contribuir com o surgimento de novos talentos, instigando nos estudantes o desejo de criar o próprio app. Mais do que o resultado, o desafio é pensar e criar alternativas para resolver problemas futuros.